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Mamangava (Bombus brasiliensis)

Entre as abelhas de grande porte, as mamangavas são representadas em mais de 50 espécies no Brasil. Distribuídas por todo o país, são capazes de voar por longas distâncias. Nesses locais, se abrigam em madeiras, onde cavam galerias em galhos e troncos mortos e madeiras secas para fazer seus ninhos ou em ninhos cavados no solo.

Mamangava (Xylocopa augusti) na entrada do ninho em madeira
Mamangava (Xylocopa augusti) na entrada do ninho em madeira

MAMANGAVA (Xylocopa spp. e Bombus sp.)

Características – são também conhecidas por mamangaba, mangango, mangangaba, mangangá, mangava, mangaba, abelhão, bombolini, vespa-de-rodeio, vespão. Mamangava é uma palavra de origem indígena, mais especificamente no tupi, e significa “abelha de porte grande”. São as grandes abelhas solitárias ou sociais e bastante peludas. A maioria é preta e amarela e quando voam emitem um zumbido alto. A distinção entre os sexos pode ser feita analisando sua estrutura corporal. Isso porque machos e fêmeas da espécie diferem na cor: enquanto as fêmeas têm cor preta amarronzada em um tom muito forte, os machos são pálidos. São polinizadoras importantes e contribuem para a manutenção de muitas espécies de plantas nativas, sendo essenciais para a polinização dos maracujás, por exemplo. Como são nativas, são de grande importância para os ecossistemas. O gênero Bombus é representado por espécies com listras listras brancas ou amarelas apresentando corbículas (cesta de pólen) nas fêmeas, abdomen e outras áreas com pelos e nidificam na terra. As abelhas do gênero Xylocopa não apresentam corbículas, as fêmeas são normalmente mais escuras ou negras e bem grandes, têm abdomen brilhante liso ou áreas lisas e nidificam em madeira.

Mamangava (Xylocopa frontalis)
Mamangava (Xylocopa frontalis)
Mamangava (Bombus brasiliensis)
Mamangava (Bombus brasiliensis)
Mamangava (Xylocopa splendidula)
Mamangava (Xylocopa splendidula)

Habitat – áreas rurais e urbanas, matas, margem de matas.

Ocorrência – em todo o Brasil

Hábitos – raramente picam, a não ser que as seguremos com as mãos. Apesar de terem o tamanho avantajado são extremamente dóceis, possibilitando que as observemos coletando o néctar e pólen das flores. Ativa o ano todo, a mamangava necessita de uma grande variedade de flores para conseguir suprir a dieta. Os machos de muitas espécies são bem diferentes das fêmeas e protegem de forma ativa o seu território. E é no campo da alimentação que elas se destacam, quando o assunto é a agricultura. Através da vibração da musculatura do tórax conseguem liberar os grãos de pólen que vão polinizar as culturas. Mesmo sendo rara, a picada de uma mamangava pode ser perigosa, especialmente para pessoas alérgicas. De modo geral, o grande problema de uma picada desse inseto é que seu veneno produz uma reação extremamente dolorida, de umas espécies mais do que outras, o que pode variar o nível de dor.

Mamangava (Xylocopa augusti) na flor do maracujá - Foto: Patrich Cerpa
Mamangava (Xylocopa augusti) na flor do maracujá – Foto: Patrich Cerpa
Mamangava (Xylocopa grisescens)
Mamangava (Xylocopa grisescens)
Mamangava (Bombus bellicosus) - Foto: Gabriel Paladino Ibañez
Mamangava (Bombus bellicosus) – Foto: Gabriel Paladino Ibañez

Alimentação – néctar e pólen.

Reprodução – nidificam no solo ou em madeira seca. Seus ninhos são encontrados no solo ou em ocos de árvores e em algumas épocas do ano as mamangavas são observadas em grande quantidade. É nesse ambiente que darão origem à prole e, em câmaras, dividem a estrutura, depositam o pólen e o néctar para servir de alimento para as crias. Apesar de serem abelhas, as mamangavas organizam a morada de maneira distinta das famosas parentes sociais, pois não possuem favos e não produzem mel. Armazenam somente a quantidade necessária de alimento para saciar a fome das larvas em desenvolvimento. As fêmeas desenvolvem os ninhos sozinhas e quando uma geração de filhas é formada, tornam-se líderes e formam novas rainhas, dando continuidade ao ciclo de vida.

Ameaças – desmatamento e agrotóxicos. Há uma atenção recente à sua presença em solo brasileiro, pois tem diminuído substancialmente, o que representa um risco à agricultura.

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