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Fauna – Sapo-cururu

Sapo cururu (Rhinella icterica) - Foto: http://herpeto.org

Cientistas comprovam que o sapo-cururu (Rhinella icterica) é um predador voraz do escorpião-amarelo (Tityus serrulatus), uma praga que se tornou um problema de saúde pública crescente no Brasil, com mais de 140 mil casos anuais de envenenamento.

Além disso, o sapo-cururu é um animal bem resistente ao veneno dos escorpiões. Pesquisadores injetaram nos anfíbios uma dose de veneno equivalente à picada de dez escorpiões, o suficiente para matar roedores e deixar um ser humano em péssimo estado, mas eles sobreviveram sem problemas, sem nenhum sinal de anormalidade.

O anfíbio tem papel ecológico importante, mas a situação do sapo-cururu não é das melhores. Por causa das sucessivas mudanças do ambiente, eles podem ser extintos. Obstáculos como estradas e construções podem dificultar ou impedir a mobilidade do animal, trazendo grandes prejuízos à sua sobrevivência.

Visto que escorpiões-amarelos não precisam de machos para se reproduzir, eles ocupam rapidamente qualquer novo ambiente, então, qualquer ajuda para combatê-los é bem-vinda. A construção de passagens e corredores ecológicos podem ajudar na preservação do anfíbio.

Sapo-cururu (Rhinella icterica)

Foto: Diogo B. Provete, Flickr.com

Características – o macho mede cerca de 140 mm e a fêmea cerca de 170 mm. Quando apanhado com a mão pode encolher-se e ficar imóvel, em tanatose (finge-se de morto). Tanto as volumosas glândulas de veneno, como a tanatose podem ser consideradas como adaptações defensivas. A região dorsal é bastante rugosa devido à presença de glândulas cutâneas. Duas dessas, localizadas logo atrás dos olhos, são chamadas de glândulas paratoides e quando é espremida, libera grande quantidade de veneno, o qual escorre pela pele do animal. Esse veneno causa apenas pequenas irritações cutâneas em pessoas sensíveis, mas se ingerido pode causar sérias complicações.

Habitat – lagos, lagoas e açudes, em regiões serranas, tanto no litoral como no interior.

Ocorrência – do Uruguai à Bolívia central, passando pelo Paraguai, Argentina e costa Atlântica do Brasil

Hábitos – noturnos. Os adultos são bastante andarilhos, podendo ser encontrados a quilômetros de distância de corpos d’água. Os machos costumam vocalizar às margens de lagos, lagoas e açudes, apenas durante a noite. Vocalizam parcialmente submersos em água calma, apoiados no fundo. Durante o dia pode ser encontrado sob pedras e tocos de madeira, montes de tijolos, ou mesmo no interior de calhas.

Sapo Cururu – Foto: http://herpeto.org

Alimentação – os adultos alimentam-se de insetos e forrageiam sob postes de iluminação

Reprodução – apresenta dimorfismo sexual acentuado. O amplexo pode durar cerca de 40 horas antes que ocorra a oviposição, e o acasalamento pode prolongar-se por mais 10 horas. Os machos procuram ativamente por parceiras sexuais. Isto ocorre quando o macho, sem vocalizar, se desloca no ambiente e tenta amplexo com tudo que se movimenta. A desova é composta por cordões gelatinosos em fileiras duplas de ovos (raramente única). Os girinos, pretos, vivem em cardumes.

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