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Nascente

Com um conjunto de programas, o estado pretende não perder a a competitividade da agricultura, alinhando-se a uma tendência global de sustentabilidade

O governo paranaense está implementando o Programa Estadual de Proteção de Nascentes, da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), com a meta de preservar 30 mil fontes e minas d’água até 2026.

Como parte da ação, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) lançou o desafio de fazer intervenções em 1 mil nascentes em um único dia em todo o estado que aconteceu no último Dia da Árvore, em 21 de setembro, com o objetivo de melhorar a qualidade da água usada pelas famílias rurais paranaenses e garantir o abastecimento nas propriedades.

A secretaria divulga que a água é um bem finito e proteger, usar com responsabilidade, é cada vez mais necessário. O programa mostra a preocupação dos gestores públicos com o aspecto sustentável da agricultura. São ações que, no médio e longo prazos, ajudam a reduzir custos e perdas eventuais por clima.

Plantio de mudas arbóreas

O investimento na ação será de cerca de R$ 862 mil, incluindo o material que será usado no trabalho. Dentro do programa Banco do Agricultor o estado está financiando até R$ 100 mil para a proteção de nascentes, com tecnologia adequada (solo-cimento), plantio de árvores, cercas nas áreas de fontes. A secretaria vem estimulando agricultores que têm aviário ou estábulo a guardar essa água para o uso racional e financiando, a juro zero, todo processo de irrigação para a agricultura familiar, rebatendo o custo do dinheiro para médios e grandes agricultores.

A ação faz parte do Programa de Recursos Naturais e Sustentabilidade, que pretende criar 23 microbacias modelos no estado até o final do ano, uma em cada macrorregião.

Trata-se da retomada de um programa de recursos naturais e sustentabilidade, sem perder a competitividade da agricultura, alinhando-se a uma tendência global. Isso parte do entendimento de que é preciso ser feito um trabalho para garantir mais água para irrigação, para, na outra ponta, ter menos problema para consumo humano.

Para a proteção das nascentes, será usada uma técnica à base de solo-cimento, bastante difundida no meio rural e usada há anos pela extensão rural. A fonte passa por uma limpeza geral para retirar possíveis impurezas. Em seguida, a área da nascente recebe pedras irregulares (pedra ferro, sem fundo amarelo), funcionando como um filtro físico da água. Na sequência, faz-se a colocação de canos de abastecimento das caixas d’água. Por fim, a fonte é lacrada com uma mistura de solo com cimento.

Nascente recuperada
Nascente recuperada

O principal benefício dessa proteção é a garantia de que a nascente não vai secar, mesmo em período de estiagem. Além disso, a proteção evita a contaminação e garante água de qualidade para abastecer as casas e também algumas atividades, como a irrigação de hortas ou o fornecimento de água para os animais.

Nos últimos três anos, o Paraná passou por um dos maiores períodos de déficit hídrico de sua história, o que deixou algumas comunidades rurais e urbanas com dificuldade no abastecimento. O compromisso dos gestores públicos é trabalhar para que isso não aconteça novamente.

Os extensionistas estão atuando junto aos produtores rurais para conscientizá-los a respeito da preservação, distribuição e uso racional da água. Pretende-se subsidiar a implantação de práticas de uso mais conscientes de sistemas de irrigação, para que o produtor saiba quando deve irrigar e quanto de água deve ser usado.

Plano ABC+ Paraná

A ação é parte de uma estruturação mais verde do agro paranaense. Neste ano a Secretaria de Agricultura apresentou o Plano Estadual para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária (Plano ABC+ Paraná), o qual foi elaborado com a participação de várias entidades públicas e privadas.

Vacas no pasto - vista aérea

Os desafios propostos até 2030 levam em conta o histórico da produção agrícola e silvícola do estado e a situação atual de cada atividade, além do potencial de contribuição em relação à mitigação de gases de efeito estufa.

A proposta é recuperar 350 mil hectares de pastagens degradadas, qualificar o uso de Sistema de Plantio Direto de Grãos em 400 mil hectares e ampliar em quatro mil hectares o uso do Sistema de Plantio Direto de Hortaliças. A tecnologia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta também deve ser estendida para mais 500 mil hectares. Em Sistemas Agroflorestais, a ampliação será em 30 mil hectares, enquanto as florestas plantadas deverão ocupar mais 220 mil hectares.

O Plano ABC+ também privilegia o uso de bioinsumos em 430 mil hectares e de sistemas de irrigação em 48 mil hectares, além da ampliação em 78,9 milhões de metros cúbicos do Manejo de Resíduos de Produção Animal.

O Paraná assume ainda o compromisso de aumentar em 60 mil cabeças o número de bovinos terminados de forma intensiva e aproveitar 78,9 milhões de m3 de dejetos animais para a produção de biogás/biometano.

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