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Operador de motosserra pronto para iniciar o corte de uma árvore na Europa

Imagens de satélite revelaram que os aumentos no desmatamento foram mais impressionantes nos países da Escandinávia e da Europa Oriental

Imagens de satélite revelaram um aumento dramático na área de desmatamento na Europa após 2015, de acordo com um novo estudo da Comissão Europeia, publicado na revista Nature em 01 de julho último. Isso ameaça o ambicioso objetivo da UE de alcançar a neutralidade climática até 2050 e identifica problemas com as atuais estratégias de manejo florestal.

Os pesquisadores do Centro Comum de Pesquisa da Comissão Europeia analisaram dados de satélite do banco de dados Global Forest Change, contendo medidas da quantidade de cobertura florestal e área de árvores cortadas entre 2004 e 2018 em 26 países da União Europeia.

Entre 2016 e 2018, a área desmatada na Europa foi quase 50% maior e os níveis anuais estimados de biomassa colhida foram quase 70% maiores em comparação aos cinco anos anteriores. Os resultados indicam que mais árvores foram derrubadas em um período relativamente curto de tempo, respondendo por ciclos naturais e pelo impacto de eventos, como incêndios florestais, que causam variação inferior a 10% a cada ano.

Possíveis fatores

Embora o estudo em si não possa provar os elos causais, vários possíveis fatores foram propostos. O recente aumento do desmatamento na Europa provavelmente se deve – pelo menos em parte – ao aumento da demanda por madeira queimada como combustível ou por produtos à base de madeira. No entanto, ainda são necessárias mais pesquisas para garantir que as florestas da Europa estejam sendo gerenciadas de maneira sustentável e que não haja problemas subjacentes nas estratégias de conservação da UE.

Desmatamento na Europa - Pilhas de toras em área de exploração florestal

Os aumentos no desmatamento foram mais impressionantes nos países da Escandinávia e da Europa Oriental. Mais da metade do aumento total observado na área de floresta derrubada ocorreu na Suécia (22%) e na Finlândia (29%). Ambos os países são altamente dependentes de indústrias relacionadas à silvicultura. A Letônia e a Estônia também mostraram aumentos acentuados e tendências semelhantes foram encontradas na França e em Portugal, embora menos pronunciadas.

Menos cobertura florestal significa menos CO2 capturado da atmosfera e armazenado nas árvores

Isto reduzirá a capacidade das florestas europeias de agir como um sumidouro de carbono. Além disso, se algumas das árvores colhidas forem queimadas ou deixadas apodrecer, elas liberarão mais carbono armazenado de volta na atmosfera.

O principal autor Guido Ceccherini afirmou: “As florestas continuam a representar importante papel como um sumidouro de carbono, mas menos do que antes. Mesmo que parte do carbono da biomassa colhida seja usada em produtos de madeira de longa duração, possivelmente substituindo materiais com maior consumo de energia, como aço ou cimento, a maioria retornará à atmosfera como CO2 em um curto período de tempo, (a partir de) meses a alguns anos.”

Curiosamente, a área total da floresta europeia está, de fato, expandindo. A cobertura geral da floresta em todo o continente aumentou nos últimos cinco anos.

Esse crescimento paralelo é suficiente para compensar as perdas?

Os pesquisadores observam que o novo crescimento não é tão eficiente na absorção de CO2 quanto as árvores mais antigas. Além disso, dependendo do tipo de floresta, pode levar décadas para que os estoques de carbono nas áreas desmatadas retornem aos níveis anteriores (as árvores demoram bem mais a crescer no hemisfério norte quanto em áreas tropicais). Ceccherini explicou: “Até que o estoque de carbono nas áreas desmatadas retorne aos níveis anteriores, o que leva várias décadas, dependendo do tipo de floresta, um aumento no desmatamento é, portanto, equivalente a um aumento nas emissões de dióxido de carbono para a atmosfera”.

Desmatamento na Europa - Pilha de toras em primeiro plano em áreas de exploração de coníferas

Em outras palavras, a mudança drástica na área de floresta desmatada pode significar ainda mais reduções de emissões – as florestas atualmente compensam cerca de 10% das emissões de gases de efeito estufa da UE. Portanto, os autores exigem que a UE considere avaliar o aumento do desmatamento ao projetar metas futuras de mitigação climática.

Disponibilidade de dados

Para garantir a total transparência da pesquisa, todos os dados analisados durante o estudo estão permanentemente e publicamente disponíveis em: https://doi.org/10.5281/zenodo.3687090.

A RuraltecTV destaca a relevância da divulgação desses dados referentes à forma com que os países desenvolvidos da Europa lidam com o seu meio ambiente, para mostrar que eles precisam olhar para o seu próprio umbigo antes de cobrar dos outros.

Não estamos com isso (como brasileiros cientes de nossas obrigações) desculpando a irresponsabilidade de nossos governos (de todas as esferas) no trato com o meio ambiente brasileiro.

Temos que ter o máximo cuidado com nossos recursos naturais, por isso a necessidade de implementação de medidas urgentes para contermos a destruição de nossas florestas, nossos recursos hídricos, nosso solo etc.

Não podemos nos deixar levar também por notícias manipuladas, que favoreçam somente a alguns, prática muito normal da mídia mundial em geral e mais especificamente da nacional. Temos sempre que ver o outro lado. Abra o olho e cobre. Daqui e de lá.

Governos brasileiros são vilões nessa história há décadas. Mas não são os únicos!

Fonte: Site Cientista Europeu

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