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Secador suspenso de café

Produtores de café de Rondônia comprovam esta tese: produção regional cresceu 21% desde 2001. Com REDUÇÃO de 78% na área cultivada 

Produtores de café de Rondônia dão exemplo quando o assunto é produtividade e sustentabilidade! Eles oportunizam emprego e renda a 17 mil famílias, inclusive indígenas, de 15 municípios, sem destruir a Floresta Amazônica.

De acordo com estudo da Embrapa, nesta última década, a área de cultivo diminuiu e a produção aumentou. 

Área utilizada diminui 78%, mas produção aumentou

Em 2011, eram 318 mil hectares de lavouras de café que produziam 1,9 milhão de sacas. A expectativa de produção para a safra deste ano é superior a 2,3 milhões de sacas, em uma área plantada 78% inferior à de 2001, com 71 mil hectares.

Se analisarmos os números de 2001, em que a média era de oito sacas por hectare, o aumento da produtividade chega 400%. Hoje o rendimento médio é 36 sacas por hectare. Há lavouras produzindo até 180 sacas por hectare.

Terreiro de café

Ciência, tecnologia e comprometimento com o ambiente: aspectos fundamentais para a mudança

Aplicação de processos genéticos, adoção de novas técnicas de manejo e de preparação o solo, distribuição da plantio, irrigação e poda são algumas iniciativas que fizeram parte deste processo. Além disso, há lavouras integradas a matas, em ambiente mais arborizado, o que cria microclima que maximiza o desenvolvimento das plantas. Colheita simultânea, ações pós-colheita, como novas técnicas para secagem, solar ou mecânica, novas rotinas de armazenamento, tudo isto contribui para o resultado positivo.

Mas nenhuma inovação ou tecnologia seria capaz de alcançar números tão impressionantes se não fosse a mudança de pensamento e principalmente de comportamento dos próprios produtores. A preservação do meio ambiente agrega valor ao café. Maior valor agregado, maior renda para quem produz.

Lavrador colhendo café

Indicação geográfica

Enquanto aguardam o lançamento de um novo pó de café por uma das maiores marcas do país, os produtores de Rondônia trabalham para que o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), ligado ao Ministério da Economia, reconheça as “Matas de Rondônia” como indicação geográfica de procedência e da maneira de produzir café.

O café cultivado em Rondônia é o do tipo robusta (canéfora). O café é muito procurado pela indústria cafeeira para compor com o café arábica, que é mais produzido no Brasil. O café robusta complementa o arábica, mais doce, e propicia mais corpo à bebida, além de acrescentar mais cafeína. Os produtores de Rondônia trabalham para que o café robusta entre também no mercado de cafés especiais dentro e fora do país. Para isso, adotaram a torra do café entre o ponto claro e médio, e incorporaram novos processos de fermentação na preparação dos grãos.

Consumo engajado

Um dos mercados que mais valorizam a produção responsável e sustentável é a Europa! Por ser produzido na Floresta Amazônica, inclusive por indígenas, e por favorecer a preservação ambiental, o café de Rondônia tem grande apelo comercial. “Quem ama florestas, consome cafés sustentáveis”, como dizem.

Numa região que contribui com 12% da destruição da floresta na Amazônia Legal (o estado ocupa uma área inferior a 5% dessa região), eis um exemplo a ser seguido e ampliado!

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