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Marca-conceito, parametrizável e auditável, que visa atestar a carne bovina produzida em sistemas de integração

O setor agropecuário brasileiro e mundial tem buscado atender à crescente demanda por alimentos, madeira, fibras e bioenergia. Paralelamente, à necessidade de aumento de produtividade, crescem as restrições para expansão sobre novas áreas para uso agropecuário.

Neste contexto, a tendência contínua é que, ao contrário do ligeiro aumento no rebanho bovino, haja diminuição de áreas destinadas à bovinocultura, com necessidade de intensificação do uso das áreas com pastagens cultivadas, pela combinação de uso otimizado de insumos, melhoria de técnicas de manejo, incremento da suplementação alimentar e utilização de sistemas de produção em integração.

Mas o que seria Carne Carbono Neutro (CNN)?

É uma marca-conceito, parametrizável e auditável, que visa atestar a carne bovina produzida em sistemas de integração do tipo silvipastoril (pecuária-floresta) ou agrossilvipastoril (lavoura-pecuária-floresta), por meio de uso de protocolos específicos que possibilitam o processo de certificação.

Seu principal objetivo é garantir que os animais que deram origem ao produto tiveram as emissões de metano entérico (gás metano produzido pelo processo digestivo dos herbívoros ruminantes que ocorre no rúmen) compensadas durante o processo de produção pelo crescimento de árvores no sistema.

Rebanho nelore em ILPF

Além disso, garantir, pela presença de sombra, que os animais estavam em ambiente termicamente confortável, com alto grau de bem-estar, preceitos que fortalecem a marca e que estão intimamente ligados ao marco referencial da ILPF.

Esta solução tecnológica foi desenvolvida pela Embrapa em parceria com outras instituições.

A Marfrig e a Embrapa anunciaram o lançamento da marca Viva, a primeira linha nacional de carnes com atributos de sustentabilidade.

Os produtos da linha Viva são provenientes de animais inseridos em um sistema de produção pecuária-floresta, que neutraliza as emissões de metano dentro do protocolo desenvolvido pela Embrapa. Essa compensação é assegurada a partir da certificação e verificação por auditorias independentes. Além disso, o protocolo garante produtos diferenciados e de alta qualidade, bem como todos os preceitos de bem-estar animal atendidos dentro do sistema de produção.

Os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS)
Os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS)

Produção sustentável

Incentivar a produção sustentável gera valor para as empresas envolvidas e para a cadeia de negócios. Além disso, o desenvolvimento da carne carbono neutro, em parceria com um dos mais respeitados centros de pesquisa e de inovação do agronegócio mundial – a Embrapa, reafirma o compromisso dos empresários brasileiros com quatro dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU: combate às alterações climáticas, vida sobre a Terra, consumo e produção responsáveis e parcerias em prol das metas.

Para a Embrapa, a produção de carne carbono neutro fortalece o mercado interno e, futuramente, a exportação de carnes para países exigentes, diferenciando o produto brasileiro em questões de sustentabilidade. É um projeto que conta com a participação de 12 centros de pesquisa da Embrapa, envolvendo uma rede de mais de 150 pesquisadores e ainda diversas instituições.

A iniciativa posiciona a carne brasileira em um novo patamar de percepção de valor nos mercados nacional e internacional, e atende à crescente demanda por práticas sustentáveis de produção e ações que garantam o bem-estar animal, com foco nos sistemas em integração, que contribuem tanto com a mitigação, quanto com a redução dos gases de efeito estufa.

Princípios da carne carbono neutro

Sob o ponto de vista do produtor, as vantagens da integração pecuária-floresta são evidentes não só em termos de ganho para o meio ambiente, mas também em conforto animal e produtividade.

Selo Carne Carbono Neutro

A principal finalidade da marca-conceito CCN desenvolvida pela Embrapa é atestar a produção de bovinos de corte em sistemas com a introdução obrigatória de árvores como diferencial. Nessas condições, a presença do componente arbóreo em sistemas de integração do tipo silvipastoril (pecuária-floresta, IPF) ou agrossilvipastoril (lavoura-pecuária-floresta, ILPF) neutraliza o metano entérico (exalado pelos animais), um dos principais gases responsáveis pelo efeito estufa que provoca o aquecimento global.

O conceito pode impulsionar a exportação, principalmente para o mercado europeu, que é muito exigente. A perspectiva é melhorar a visibilidade da carne brasileira e promover maior adoção dos sistemas ILPF e IPF no Brasil. Estudo realizado na Embrapa Gado de Corte (Campo Grande-MS) mostra que cerca de 200 árvores por hectare seriam suficientes para neutralizar o metano emitido por 11 bovinos adultos por hectare ao ano, sendo que a taxa de lotação usual no Brasil é de um a 1,2 animais por hectare.

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