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Estudo detecta região árida no Brasil

Região árida

A intensificação da mudança climática, associada à perda de vegetação natural, está tornando áreas do semiárido ainda mais secas, com a disponibilidade de água em condições similares àquelas encontradas em regiões desérticas. Estudo desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) identificou, pela primeira vez, características de clima árido no Norte da Bahia. No último período considerado, entre 1990 e 2020, a área chega a 5,7 mil quilômetros quadrados.

Pesquisadores dos dois órgãos federais, ligados ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), detectaram, ainda, um aumento do clima semiárido em outras áreas do país.

A cada década, áreas do semiárido do país crescem a uma taxa média superior a 75 mil quilômetros quadrados. Os locais concentram-se principalmente no Nordeste e no norte de Minas Gerais, informa o estudo.

Clima semi-árido também aumenta por outras áreas do Brasil. Região árida na Bahia em destaque com linha marrom - Imagem: Inpe
Clima semi-árido também aumenta por outras áreas do Brasil. Região árida na Bahia em destaque
com linha marrom – Imagem: Inpe/Cemaden
Imagem satélite com destaque em vermelho para a região árida na Bahia
Imagem satélite com destaque em vermelho para a região árida na Bahia

Com exceção da região sul e do litoral dos estados de Rio de Janeiro e São Paulo, a tendência de aumento da aridez se constata em todo o país. De acordo com a nota técnica dos pesquisadores, o processo está relacionado com o aquecimento global.

O motivo principal é o aumento da evapotranspiração – combinação entre a evaporação da água que cai no solo e a transpiração de água pelas plantas. Na região sul, no entanto, observa-se uma tendência inversa, associada ao aumento das chuvas, cujas consequências são sentidas pelos produtores rurais.

Para chegar a essas conclusões, os responsáveis pela pesquisa utilizaram uma nova metodologia reconhecida internacionalmente, o cálculo de aridez da Convenção da ONU para o Combate à Desertificação (UNCCD) que leva em conta a média de chuvas em um intervalo de 30 anos e a evaporação potencial. Através dela, é estabelecido o índice de aridez, calculado a partir de uma fórmula onde os valores de precipitação são divididos pela evapotranspiração potencial de cada região. Considerando esse cálculo, a análise identificou áreas consideradas áridas no norte da Bahia, no coração do semiárido nordestino. Os pesquisadores nunca tinham detectado algo parecido antes.

Região árida

Nos climas mais secos, onde há um déficit de chuvas, essa razão fica abaixo de 1. A região é considerada semiárida se o resultado ficar entre 0,21 e 0,5 e árida se ficar abaixo de 0,2.

Pela nova metodologia, em regiões com índice de aridez crítico, a falta de água favorece a ocorrência de queimadas e pode afetar de forma severa a agricultura e a pecuária. Nessas condições, quando o uso do solo não é feito de forma sustentável, nota-se processos de desertificação no longo prazo.

O diagnóstico produzido pelo Inpe e pelo Cemaden subsidiará a Política Nacional de Combate à Desertificação, coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente. A análise considerou dados levantados entre 1960 e 2020.

Eles foram divididos em períodos de 30 anos. Assim, foram elaborados mapas com as médias históricas de quatro intervalos: 1960-1990, 1970-2000, 1980-2010 e 1990-2020.

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