![Reflorestamento](https://www.ruraltectv.com.br/wp-content/uploads/2024/11/SILVICULTURA-254.2-1140x694.jpg)
A madeira é uma das matérias-primas mais utilizadas pela humanidade e a indústria madeireira aposta em práticas sustentáveis para atender à crescente demanda global até 2050
O Brasil atingiu a marca de 10 milhões de hectares de florestas plantadas, posicionando-se como um dos principais produtores mundiais de madeira. Com forte investimento em sustentabilidade, a indústria madeireira brasileira prevê um crescimento expressivo nos próximos anos, impulsionado pela demanda global por madeira e derivados. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o consumo de madeira processada deve aumentar 37% até 2050.
A madeira, uma das matérias-primas mais utilizadas pela humanidade para construção, mobiliário e ferramentas, segue desempenhando papel fundamental na economia global. Em 2024, o mercado de madeira serrada deverá movimentar cerca de US$ 757,33 milhões. Empresários do setor preveem crescimento contínuo, apesar dos desafios impostos pela pandemia e pela guerra na Ucrânia. O cultivo de florestas plantadas reduz a pressão sobre as florestas nativas e contribui para o sequestro de dióxido de carbono ao longo do crescimento das árvores. Em 2022, a contribuição do setor de florestas plantadas ao Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil foi a maior em mais de uma década, o que destaca sua relevância econômica e ambiental. Trata-se de um setor essencial para a economia brasileira, que além de suprir as demandas de diversos setores também produz produtos florestais para exportação atendendo ao mercado externo.
Um mercado amplo e afinado com o conceito de sustentabilidade exige produtores e prestadores de serviços comprometidos com as boas práticas. O setor deve estar preparado para atender esse importante mercado do país, que tem um impacto positivo em relação ao meio ambiente sequestrando toneladas de carbono da atmosfera. A sustentabilidade se apresenta como uma vantagem incomparável das florestas plantadas, e o mercado agora vive uma fase de ajuste após o aumento da demanda durante a pandemia. Nada se compara à madeira quando se fala de sustentabilidade. O plantadores de florestas têm uma preocupação muito grande com o meio ambiente e comunidades vizinhas às suas áreas de atuação, exigindo o mesmo de seus prestadores de serviços.
![Plantando uma muda de Pinus Plantando uma muda de Pinus](https://www.ruraltectv.com.br/wp-content/uploads/2024/11/SILVICULTURA-255.2.jpg)
A preocupação com as questões climáticas está no DNA do setor de florestas plantadas. O segmento tem um trabalho muito positivo no que diz respeito à conservação do meio ambiente e redução das emissões de carbono. E os números revelam que o mercado de árvores cultivadas tem feito a lição de casa. O setor planta, colhe e replanta em áreas antes degradadas. Isso representa um ganho significativo no processo de descarbonização.
O plantio de árvores produtivas substituindo os pastos de baixíssima produtividade traz ganhos para a terra, inclusive auxiliando no aumento de estoque de carbono no solo. As companhias de base florestal atuaram na recuperação de 25,8 mil hectares – 50% são áreas de pampa; 22,3%, mata atlântica; e 15%, na amazônia; e 12, 7%, no cerrado. No entanto, muito ainda se tem para recuperar. No Brasil existem 88 milhões de hectares com algum nível de degradação. O problema é muito sério, mas também uma oportunidade para que a agricultura possa avançar sem necessidade de derrubar uma árvore nativa sequer e o crescimento do setor de árvores cultivadas deve estar focado não na incorporação de mais terras e sim pela regeneração dessas áreas degradadas. Os produtos florestais gerados por meio do manejo florestal responsável contribuem para a preservação das florestas naturais preservando o meio ambiente, a fauna e flora, além de ser uma alternativa de reflorestamento dessas áreas degradadas.
Com os dois pés na bioeconomia, as empresas florestais trabalham com a ideia de aumentar a produtividade utilizando os mesmos ou menos recursos. Como exemplo, na década de 1970, a produtividade do eucalipto era de 10 m³/ha/ano. Hoje, após investimento em ciência e tecnologia, está em 38,9 m³/ha/ano, um empenho que se reflete inclusive na redução do uso de água durante o processo industrial, que caiu 75% desde a década de 1970.
![Madeira plantada sustentável Madeira plantada sustentável](https://www.ruraltectv.com.br/wp-content/uploads/2024/11/SILVICULTURA-256.2.jpg)
Outro ponto importante diz respeito às áreas de conservação da mata nativa. Atualmente, 6,05 milhões de hectares compreendem Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPNs), Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Reservas Legais (RLs) dentro das fazendas. O Brasil ruma para uma atitude de maior cooperação com a descarbonização, objetivo fundamental, pois impacta diretamente no comércio exterior e abertura de novos mercados. Porém, é fundamental para o Brasil combater o desmatamento, as queimadas, a grilagem de terras e o garimpo ilegal, com atenção especial à floresta amazônica.
Manter a saúde da floresta está cada vez mais atendendo aos conceitos da sustentabilidade. A silvicultura é uma economia de baixo carbono, alinhada com as metas globais, tais como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.
O eucalipto representa 76% das florestas plantadas no país, com o pinus em segundo lugar em extensão de plantio. a eficiência da indústria tem aumentado significativamente, com modelos de corte que aproveitam quase 99% das árvores plantadas, ampliando a produtividade e o uso sustentável dos recursos. As florestas plantadas estão desempenhando um papel fundamental no desenvolvimento econômico, social e ambiental do país. A produção de eucalipto ganha destaque por ser a matéria-prima de muitos produtos florestais, incluindo a biomassa e madeira em tora. Com práticas de manejo florestal responsáveis, o setor florestal brasileiro não apenas atende às demandas do mercado, mas também colabora para a diminuição dos impactos ambientais, proporcionando o equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental, fortalecendo-se para atender à demanda global de maneira sustentável e consolidando-se numa posição estratégica no cenário internacional.