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Vista da base de um reflorestamento de espécies nativas
Há muito trabalho a ser feito para engajar os produtores rurais, destravar investimentos e dar escala à silvicultura de nativas
 
A silvicultura de nativas – plantio de espécies de árvores brasileiras para fins econômicos – pode ser uma importante ferramenta para dar escala à restauração, gerar emprego e renda e ajudar o Brasil a atingir sua meta de restaurar 12 milhões de hectares até 2030.
 
Há muito trabalho a ser feito para engajar os produtores rurais, destravar investimentos e dar escala à silvicultura de nativas. Quatro áreas temáticas estão ajudando a consolidar a silvicultura de nativas e a restauração florestal como atividades não só lucrativas, mas que também geram importantes serviços ambientais para o país. 

Pesquisa & Desenvolvimento (P&D). Para que a silvicultura de nativas possa ganhar produtividade e ser competitiva, é preciso que as espécies brasileiras passem por um processo de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D), identificando lacunas, espécies e temas de pesquisa prioritários, custos e benefícios, priorizando a pesquisa em áreas como produção de sementes e mudas, melhoramento genético, clonagem, manejo florestal, tecnologia, produtos e mercados, zoneamento e política e legislação.

Legislação florestal. É fundamental que gargalos nas leis e normas da silvicultura de nativas sejam resolvidos para estimular produtores rurais a investir no plantio e manejo de espécies nativas. Itens como regulamentação do cadastro de plantio de florestas com espécies nativas, adequação de regras do licenciamento ambiental e simplificação da burocracia e de taxas são fundamentais para dar segurança jurídica aos produtores que plantam florestas com fins econômicos. 

Mercado da madeira. Tão importante quanto viabilizar o plantio é garantir que haja mercado para os produtos da floresta. A madeira das espécies nativas pode ter um uso final de maior valor agregado, como vigas, pilares, portas, entre outros. A definição de quais destes mercados serão supridos com os produtos da silvicultura de espécies nativas é essencial desde a concepção das atividades, para que a indústria se prepare e adapte o processamento destes novos produtos de espécies nativas e remunere adequadamente o produtor. 

Financiamento e investimentos. A quantidade de capital investido em florestas plantadas de espécies exóticas ou nativas e sistemas agroflorestais no Brasil está longe do potencial de captação de recursos para essas atividades. Há muitas iniciativas de sucesso com silvicultura de nativas e sistemas agroflorestais, tanto do ponto de vista ambiental como econômico. Porém, por serem atividades inovadoras, investidores ainda têm uma percepção de risco maior do que o real. O que, em conjunto com outros fatores, resulta numa fração muito pequena do portfólio de investidores dedicada a investimentos florestais em países em desenvolvimento, incluindo o Brasil.
Para resolver essa questão, é preciso buscar formas de aumentar o volume de recursos públicos e privados para empreendimentos com espécies nativas através do aumento do conhecimento sobre o portfólio de empreendimentos aptos a receberem recursos, a disseminação do conhecimento de risco e retorno das atividades com espécies nativas e o engajamento de instituições financeiras para facilitar linhas de crédito de investimentos em florestas e sistemas agroflorestais.
 
Fonte: WRI Brasil, baseado em texto de Daniel Soares e Grazielle Cardoso

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