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Abelha (Apis mellifera) em trabalho de campo
De acordo com um levantamento mais de 6 mil colmeias foram perdidas nos últimos meses
 
Hoje o Brasil abriga cerca de 300 espécies de abelhas nativas, entretanto, cada vez mais tem aumentado a incidência de morte de colmeias. O principal motivo? Uso incorreto de agrotóxicos.
 
De acordo com um levantamento feito pela Associação dos Apicultores Gaúchos, mais de 6 mil colmeias foram perdidas nos últimos meses. Portanto cerca de 150 toneladas de mel deixaram de ser produzidas.
Outro levantamento – feito pela Agência Pública e Repórter Brasil – revela que desde dezembro cerca 500 milhões de abelhas morreram.
O estado em que mais morreram abelhas foi o Rio Grande do Sul, com 400 milhões de abelhas mortas. As principais cidades atingidas são Jaguari, Santiago, Mata, Santana do Livramento, Cruz Alta, Boa Vista do Cadeado. Atrás do Rio Grande do Sul, temos Santa Catarina, com 50 milhões de abelhas mortas, 45 milhões em Mato Grosso do Sul (MS) e 7 milhões em São Paulo (SP).
 
A morte das abelhas é um problema grave não só pela mortandade dos animais em si, mas pelas consequências que isso traz aos seres humanos. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), 75% dos cultivos destinados à alimentação humana no mundo dependem das abelhas.

 

Cada abelha contaminada contamina até 700 abelhas na colmeia

Seis mil colmeias mortas implicam em, mais ou menos, um prejuízo de 150 toneladas de mel. Mas essas 150 toneladas não são nada perto do prejuízo ambiental.

No Brasil, especialmente Rio Grande do Sul, temos a aplicação incorreta de inseticidas e principalmente os que são usados junto com o secante. O que mais está causando problemas mesmo é o Fipronil. Em mais de 80% dos casos analisados, o princípio ativo que foi detectado nas abelhas foi o deste insumo.
 
O Fipronil, no entanto, é proibido por normativas conjuntas do Ministério da Agricultura e do Ibama. A suspeita é a de que esse inseticida esteja causando a morte das abelhas. Fipronil é bastante utilizado nas lavouras de soja porque ele consegue controlar várias pragas ao mesmo tempo.
 
Na preparação das lavouras, na primavera e no verão, alguns produtores rurais (a minoria) acabam usando esse produto de modo incorreto, pois colocam o Fipronil junto ao dessecante para esterilizar a lavoura, matar formigas, enfim, todos insetos que prejudicam o cultivo. Como é época de florada na lavoura, as abelhas acabam se contaminando por contato e ingestão, assim, terminam indo pra colmeia e atingindo as outras.

Muitas vezes, o uso incorreto desses produtos se dá pela falta de orientação, ou até mesmo pela inexperiência do produtor. Falta um treinamento por parte das empresas que vendem ou até mesmo das cooperativas para que os agricultores tivessem uma boa base de como usar. Falta também uma visão das grandes empresas de auxiliar o produtor nesse quesito.

Para não causar danos à natureza e aos seres vivos, é necessário que esses produtos sejam usados com consciência e de preferência abolidos e substituídos por bioinsumos ou outras técnicas.

 
Fonte: Central Sul Agência de Notícias – Baseado no texto de Valéria Auzani
 
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