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Sucessão familiar – Como ter uma transição de sucesso

Pai com os filhos no estábulo

Para que a sucessão de seu empreendimento rural transcorra com tranquilidade e alcance os objetivos desejados, é determinante que haja sólido planejamento com organização e clareza, o que vai garantir o sucesso do processo

O planejamento bem feito evitará transtornos para o negócio e, principalmente, para as relações familiares.

A transferência de controle das atividades de um empreendimento é fundamental para sua continuidade, no entanto, o processo de sucessão familiar em empreendimentos rurais tem se tornado um processo cada vez mais complexo e, às vezes traumáticos.

Conflito de gerações

Geralmente, as relações entre diferentes gerações causam problemas de difícil solução, podendo acarretar, inclusive, em rupturas familiares, o que pode colocar em risco o trabalho de décadas, séculos.

Duas gerações no manejo das ovelhas

Transferir o controle das atividades para o gestor seguinte, que pode ser da família ou um profissional de fora, requer muita inteligência emocional e desapego por parte das gerações que estão no “poder”.

Evitar danos de ordem emocional e prática para as famílias proprietárias de terras deve ser o objetivo primeiro. Para isso, esse processo deve ocorrer com tranquilidade, sendo fundamental um sólido planejamento, discutido abertamente com todas as partes interessadas.

Entre os pequenos agricultores, a sucessão familiar é um processo em que a gestão das propriedades é feita no âmbito familiar. Logo, para que o empreendimento rural tenha continuidade, é determinante que os integrantes da família tenham o desejo de assumir a gestão.

Isto já foi um problema, pois, as novas gerações não tinham interesse em dar continuidade ao trabalho de seus antepassados. Os jovens tinham o sonho de se realizar em cidades maiores, com mais oportunidades e viam o trabalho agrícola com certo desdém.

Hoje, o “problema” é o contrário. Os jovens têm uma nova visão da importância da atividade agrícola e, aliado a isso, esperam ter uma vida com mais qualidade do que é oferecido nas metrópoles. Muitos destes jovens, se preparam para a lida do campo.

Pai e filho na lavoura

Além disso, eles têm uma visão mais empreendedora do negócio, mais empresarial, mais inovadora e tecnológica e isto sim, pode causar embates com as gerações anteriores que preferem “manter” como está, afinal “em time que está ganhando, não se mexe!”

Você está preparado para passar o bastão?

A verdade é que a geração que está no comando dos negócios deve preparar a geração seguinte para assumir o seu lugar, mas também deve estar preparada para lidar com as rupturas e mudanças que certamente serão implantadas!

Um diálogo franco e aberto sobre a necessidade de seus sucessores assumirem a gestão em algum momento deve acontecer enquanto os mais velhos se encontram em plenas condições físicas e mentais para o trabalho.

É importante ensinar e capacitar a geração seguinte para assumir seu lugar e se preparar para abdicar do “poder” e assistir as mudanças que eventualmente acontecerão.

Pai e filho na lavoura

A escolha do sucessor

Algumas ações devem ser realizadas para que o processo de sucessão seja um sucesso:

  • O sucessor precisa ser definido e alertado sobre o papel que terá para os negócios para que possa estar pronto para os desafios que o aguardam.
  • A transferência deve ser feita em um período de um ano e meio a dois anos, para que seja concretizado com serenidade.
  • Nesse período, devem ser devidamente esclarecidas as responsabilidades e direitos dos herdeiros.
    Nesse processo, é crucial que se considerem três pontos-chave:
  • Transferência de gestão dos negócios,
  • Transferência patrimonial e
  • Rateio dos rendimentos da empresa rural.
Jovem fazendeira no manejo do gado leiteiro

Ações que devem ser levadas em conta para um processo tranquilo e bem-sucedido:

  • Capacitação dos sucessores
    Este indivíduo deve ter conhecimentos técnicos de administração e das atividades do empreendimento. Além de receber educação formal para assumir o cargo de gestor, é determinante que o sucessor se familiarize com a função.
  • Período de transição
    O gestor atual deve dedicar um ou dois anos para um gerenciamento a quatro mãos. Assim, aquele que assumirá a posição de gerente conhecerá todas as suas funções e como executá-las. Quando essa sucessão é planejada com antecedência e sem pressionar a geração seguinte, é possível realizá-la com tranquilidade.
  • Adequação do processo à família
    Para evitar que a escolha de sucessor (ou sucessores) se torne um problema, é interessante adequar o processo à dinâmica da família. A observação do comportamento de cada membro envolvido ajuda a identificar como tornar tudo menos traumático.
  • Resiliência (capacidade de se adaptar e readaptar)
    Se algum tema estiver se tornando polêmico, cogite reconsiderar sua posição. Saber manejar todos os envolvidos para a anuência da decisão do gestor atual é crucial para o sucesso do empreendimento.
  • As inovações tecnológicas
    Geralmente, esta proposição parte das gerações mais jovens, mas é possível mudar este quadro e investir em inovações tecnológicas que tornem o trabalho na propriedade rural mais dinâmico, tornado-o, assim, mais atrativo para os jovens. Além de ser mais instigante gerenciar uma propriedade alinhada com as inovações tecnológicas, é uma forma de dar mais liberdade para o gerente ter uma vida fora da fazenda.
  • Paciência e mente aberta
    Por fim, é essencial que a geração que está no comando tenha paciência para preparar e conduzir a sucessão familiar. E lembre-se de que nunca é um bom caminho pressionar e forçar que os filhos se comprometam com a gestão do empreendimento sem que tenham a oportunidade de refletir a respeito.

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