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Pecuária – Dieta de alto concentrado diminui GEEs e pode ser mais econômica

Animais que recebem dietas ricas em grãos têm melhor conversão alimentar em comparação aos bovinos alimentados com maior porcentagem de volumoso
Mudança aumenta a eficiência alimentar, é mais econômica e é mitigadora de gases de efeito estufa

Pecuaristas brasileiros têm investido em dietas ricas em grãos e alimentos não fibrosos para bovinos de corte. A pesquisa já solidificada nos confinamentos norte-americanos, além de ser mitigadora de gases de efeito estufa (GEEs), traz economia significativa para o produtor.
Um dos motivos disso é a melhor conversão alimentar dos animais que recebem a dieta de alto concentrado em comparação aos bovinos alimentados com maior porcentagem de volumoso. Em um rebanho com mil cabeças de gado confinado, o pecuarista pode economizar cerca de R$ 400 mil.

Numa comparação entre uma dieta com 70% de volumoso e outra com apenas 10%, os animais que receberam a primeira precisariam de 10 Kg de volumoso para cada Kg de ganho de peso. Enquanto na dieta de alto concentrado, também chamada de dieta quente, os bovinos necessitariam de metade da quantidade de consumo para cada Kg de ganho de peso. “Considerando o valor médio das duas dietas como de R$ 0,52 por Kg (em base seca), a dieta quente seria R$ 2,60 mais barata por Kg de ganho de peso. Em um confinamento com mil cabeças de gado, tendo em vista que cada animal tenha ganhado 150 Kg em média, o valor economizado seria de R$ 390 mil”, detalha Raposo.

Menos gases de efeito estufa

Essa mudança na alimentação dos bovinos confinados, além da eficiência alimentar, frequentemente é mais econômica por arroba de carne e mitigadora de gases de efeito estufa. Isso porque, quando o produtor aumenta a porcentagem de concentrado e diminui a quantidade de fibra, o animal acelera a deposição de gordura e, assim, chega ao ponto de abate mais rapidamente.

Em relação ao custo, o pecuarista deve avaliar ainda na fase de planejamento a dieta economicamente mais vantajosa por arroba engordada. É importante analisar a viabilidade de acordo com as condições de cada propriedade, levando em consideração logística, disponibilidade comercial dos insumos, proximidade dos polos produtores e oferta dos grãos. 

Custo operacional reduzido

Outro estímulo à adoção de altas concentrações de grãos também ocorre pela necessidade menor de área para produção de volumoso e custo operacional reduzido ao lidar com a distribuição nos cochos de menores volumes de alimentos.
A logística no confinamento também é alterada quando o produtor opta pela dieta quente.

Cuidados na alimentação 

Para evitar problemas com os animais, como a acidose ruminal, é recomendado antes de iniciar esse tipo de dieta fazer adaptação no confinamento, aumentando paulatinamente o concentrado, além de manter algum ingrediente que seja fonte de fibra efetiva (volumoso, silagem, cana de açúcar, bagaço de cana in natura, feno de gramíneas, etc.). 

O especialista diz que, apesar de haver dietas com apenas 7% de forragem, um valor mínimo de fibra que costuma ser seguro para a maioria das situações é 15% da matéria seca da dieta. Valores mais baixos podem ser interessantes economicamente, mas seria ainda mais importante contar com apoio técnico nesses casos.
Outra recomendação é o fornecimento da dieta em vários momentos do dia. Com essas medidas simples, o pecuarista evita problemas, garantindo bem-estar animal e eficiência do sistema de produção.
Fonte: Embrapa Pecuária Sudeste – Gisele Rosso (MTb: 3091/PR)

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