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Produtores rurais associados reunidos para reivindicações ao Poder Público Municipal
O apoio material ao setor primário é dever das administrações municipais
 
Os atuais e futuros gestores municipais – antes e depois das eleições – precisam olhar com atenção para o setor primário da economia dos municípios: ali, onde funcionam a agricultura, a pecuária e o extrativismo e cujo movimento econômico impacta integralmente na fixação do índice de retorno do ICMS, principal receita tributária.
 
Desde o início dos tempos, os produtores e empresários rurais convergem suas reivindicações para o setor viário. Eles pedem a abertura e a conservação de estradas na zona rural. Estradas vicinais, estradas gerais, acessos, rodovias-troncos… O único ente federativo capaz de atender a essa reivindicação é o Município, porque não cabe ao Estado nem à União cuidar das estradas da zona rural. 

A importância do sistema viário rural para o sucesso do agronegócio é vital. A entrega de insumos agrícolas como rações, sementes, fertilizantes, defensivos etc. ou de ativos biológicos e a retirada da produção (grãos, frutas, hortigranjeiros e animais prontos para abate) dependem da circulação diária de milhares de caminhões.

É uma operação logística cuja eficiência define – ao lado de outros fatores – o sucesso ou o fracasso do agronegócio.
 
Outro fator igualmente importante é o suprimento de água para consumo das famílias, irrigação de lavouras e dessedentação dos planteis. Em muitas regiões a escassez de água nas áreas agrícolas é mais grave do que nos centros urbanos, exigindo das administrações municipais investimentos em sistemas descentralizados de captação, tratamento, armazenagem e distribuição de água para os estabelecimentos rurais. 

Os municípios brasileiros devem priorizar o agro e fazer investimentos sustentados e de longo prazo para solucionar essas necessidades. Com isso, apoiariam e viabilizariam produções agrícola e pecuária, elevariam a qualidade de vida do meio rural, sustariam o êxodo de jovens e assegurariam a produção de riquezas e a geração de tributos.

Em vários municípios, a retribuição das prefeituras à enorme contribuição do agro ao desenvolvimento econômico local manifestou-se em outras ações, como a criação da patrulha agrícola mecanizada através da qual o município empresta máquinas – tratores, trilhadeiras, ceifadeiras, colheitadeiras etc. – para serviços nas propriedades rurais, cobrando apenas o combustível em sinal de cooperação e estímulo aos produtores.

Em outra frente, sozinhas ou em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), diversas prefeituras oferecem ou apoiam centenas de treinamentos técnicos e especializados e totalmente gratuitos em todas as áreas da atividade agrícola e pecuária.
 
Os municípios mais avançados mantêm o Sistema de Inspeção Municipal (SIM) credenciado junto ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI-POA) do Ministério da Agricultura. Esse serviço permite que milhares de pequenas agroindústrias de processamento de carne sejam inspecionadas e habilitadas à comercialização de produtos cárneos, com expressivo incremento à economia local e regional.
As políticas para a agricultura e o agronegócio dependem do governo central, mas o apoio material ao setor primário é dever das administrações municipais, razão pela qual as eleições deste ano devem estar no radar das prioridades de todos que formam nosso rico e multifacetado universo rural.
 
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