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Trator em operação de pulverização de adubo foliar

É necessário utilizar produtos específicos para essa técnica, que devem ser misturados à água e aplicados com a ajuda de um pulverizador manual ou mecânico, dependendo do tamanho da lavoura

A fertilização foliar é uma técnica de adubação em que a aplicação de fertilizantes é feita por meio das folhas das plantas e não pelo solo. Nesse caso, é necessário utilizar produtos específicos para essa técnica, que devem ser misturados à água e aplicados com a ajuda de um pulverizador manual ou mecânico, dependendo do tamanho da lavoura.

É uma estratégia indicada para suprir a demanda nutricional das plantas com rapidez, porque a absorção desses elementos acontece de maneira mais rápida pelas folhas do que pelo solo, em que os adubos ainda correm o risco de serem lixiviados com a chuva.

Fatores que devem ser analisados

As características das plantas e do ambiente em que elas são cultivadas podem ser determinantes para a eficiência ou não desse tipo de adubação.

Características estruturais: na fertilização foliar, os nutrientes são absorvidos por meio de pequenas aberturas nas folhas, chamadas de estômatos. Por isso, quanto mais estômatos a espécie tiver, mais eficiente será o resultado da adubação;

Composição química: as folhas das plantas têm uma camada chamada cutícula, que é formada por dois tipos de revestimento, a cera e a cutina. Quanto mais fina for a cutícula e menor a quantidade de cerca, melhor é a absorção dos nutrientes pelas folhas. Recomenda-se, inclusive, aplicar o adubo também na parte inferior da folha, que costuma ter uma cutícula mais fina que a parte superior e a maior parte dos estômatos (localizados especialmente na epiderme inferior das folhas, porém, também são encontrados, em menor número, em pecíolos, em caules jovens e partes florais como(pétalas, estames e gineceu);

Folha pulverizada com gotículas de fertilizante foliar

Idade das folhas: a fertilização foliar também costuma funcionar melhor em folhas novas do que nas velhas. Isso porque as mais velhas costumam ter uma cutícula mais espessa, que resiste à penetração do fertilizante. As folhas mais novas, além de ter uma cutícula mais fina, também têm mais atividade metabólica, o que é favorável para a rápida absorção dos nutrientes;

Luminosidade: a luz é um componente importante para a absorção dos nutrientes. Por isso, quanto maior a luminosidade no ambiente, maior também a capacidade de absorção;

Temperatura: o ideal é que a temperatura durante a aplicação dos fertilizantes esteja entre 22 e 30  oC para potencializar a penetração dos nutrientes. Nesse sentido, é indicado aplicar os produtos durante o começo da manhã ou no fim da tarde, quando, inclusive, os estômatos estão mais abertos.

Umidade atmosférica: a absorção dos nutrientes é melhor quando a umidade atmosférica está mais elevada, o que deixa a cutícula das folhas hidratada, evitando a evaporação e mantendo o produto por mais tempo na superfície.

Todos esses aspectos influenciam na absorção dos nutrientes pelas plantas e, por consequência, na produtividade da lavoura. Por esse motivo, o ideal é consultar um profissional especializado para que ele analise todas essas condições e indique a melhor forma de fazer a fertilização foliar ou, se for o caso, outro método de adubação.

Dicas para uma fertilização foliar eficiente

Além de observar os fatores acima, também vale seguir algumas orientações para que a absorção de todos os nutrientes seja otimizada. Por exemplo, é recomendado que os fertilizantes foliares tenham nitrogênio, pois esse elemento pode ajudar na penetração dos micronutrientes nas folhas. Também é importante que a folha esteja túrgida, ou seja, ‘cheia d’água’.

Utilizar adjuvantes (produtos que facilitam a aplicação dos defensivos agrícolas, aumentam a eficácia destes e ainda evitam alguns  riscos relacionados à sua utilização) na mistura é outra maneira de potencializar o aproveitamento dos fertilizantes. Os espalhantes (espalhantes adesivos produto diminuem a tensão das gotas e aumentam o ângulo de contato delas com uma superfície, espalhando o defensivo agrícola por toda a folha ou fruto, o que aumenta a absorção do defensivo agrícola, reduz a perda do produto e proporciona melhores resultados com a aplicação) diminuem a tensão superficial da gota, enquanto os molhantes retardam a evaporação da água. Já os adesivos aumentam a aderência da mistura nas folhas, o que diminui o escorrimento e reduz o desperdício de fertilizante.

Barra pulverizadora em ação

Em se tratando dos equipamentos para aplicação, também é possível tomar medidas para otimizar a absorção dos fertilizantes. O ideal é escolher bicos de pulverização que produzem gotas maiores e com maior capacidade de vazão. No caso dos pulverizadores de barra, reduza a altura delas para que a velocidade do vento não provoque o deslocamento das gotas.

Quanto ao vento, também é recomendado não aplicar quando a velocidade estiver acima de 10 km/h, a fim de evitar a deriva (quando a aplicação do defensivo agrícola não chega ao alvo. A deriva também é definida como o movimento do defensivo no ar durante ou após a aplicação, não atingindo o local desejado). Além disso, é fundamental utilizar insumos de qualidade, conforme às orientações de um profissional especializado. E no caso da aplicação simultânea de fertilizantes e defensivos agrícolas, é indispensável conferir a compatibilidade das soluções.

Fonte: Belagro

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