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Embrapa desenvolve nova variedade de pessegueiro

A fruta cortada evidencia a densidade da polpa do novo pêssego

A nova cultivar atenderá à demanda pós-safra, oferecendo aos consumidores uma opção durante um período estendido do ano

A Embrapa anunciou recentemente o desenvolvimento bem-sucedido de uma nova variedade de pessegueiro, chamada BRS Sarau, capaz de fornecer colheitas após o período da safra, preenchendo uma lacuna de fornecimento no mercado de frutas. A cultivar é especialmente indicada para consumo in natura, oferecendo alta qualidade, firmeza de polpa, sabor doce e baixa acidez.

Com alta produtividade estimada em 20 toneladas por hectare, a BRS Sarau foi projetada para ser cultivada nas Regiões Sul e Sudeste do Brasil, áreas tradicionalmente conhecidas por sua produção de frutas de mesa. A variedade inicia a maturação dos frutos cerca de dez dias após uma cultivar mais comum na região de Pelotas (RS). Embora os frutos sejam preferencialmente menores, eles compensam em sabor, tornando-os uma escolha para prolongar a colheita e oferecer frutas de qualidade aos consumidores e o tamanho e a forma do fruto atendem às exigências do mercado. O novo material deverá substituir a antiga cultivar de pêssego Chiripá e vai permitir que o consumidor possa ter acesso à fruta por mais tempo dentro da sua dieta, já que ela amadurece bem depois, em uma época em que não se tinha oferta de frutas de alta qualidade.

Novo pêssego pode ser alternativa mais resistente para os problemas climáticos — Foto: Paulo Lanzetta
Novo pêssego pode ser alternativa mais resistente para os problemas climáticos — Foto: Paulo Lanzetta

A cultivar BRS Sarau tem como meta ocupar 3% da área plantada nacionalmente com pêssego de mesa, quando consolidada no mercado, após cinco anos do lançamento, estima os pesquisadores da Embrapa Clima Temperado (RS). Só o Rio Grande do Sul, o maior estado produtor de pêssego, apresenta uma produção de 110,2 mil toneladas anuais. É uma cultivar apropriada para as festas de fim de ano, com frutos vigorosos no mês de dezembro, quando chega o Natal e as comemorações de Ano Novo.

O BRS Sarau apresenta bom estado sanitário, com baixa incidência de doenças e fungos, embora seja suscetível à bacteriose em áreas expostas a ventos fortes, por isso recomenda-se o uso de quebra-vento. Na avaliação econômica, a BRS Sarau está apta à produção voltada aos empreendimentos rurais dedicados à cultura do pêssego, aos produtores de base familiar e às empresas do setor de atacadista de frutas de caroço, com projeção para que o fruticultor fature em torno de 30 mil a 40 mil reais por hectare, com a utilização da nova cultivar.

Frutos de BRS Sarau no pé

A apresentação oficial da cultivar está programada para ocorrer durante o 28º Congresso Brasileiro de Fruticultura, que será realizado de hoje a 10 de novembro no Centro de Eventos Fenadoce, em Pelotas (RS). A Embrapa está atualmente à procura de viveiristas específicos em reproduzir e vender a BRS Sarau aos fruticultores. No entanto, a nova fruta traz algum tempo até chegar às prateleiras dos mercados, pois a manifestação de interesse nos lotes deve ser feita por e-mail até às 17 horas de 17 de novembro de 2023, conforme comunicado de oferta nº 15/2023.

Com essa inovação, espera-se que a BRS Sarau não apenas atenda à demanda pós-safra, mas também ofereça aos consumidores uma opção durante um período estendido do ano.

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