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Garantindo eficiência na nutrição na produção leiteira

Trabalhar adequadamente com a dieta do gado e o manejo nutricional produzem ótimos resultados na produção leiteira

Os produtores de leite devem estar atentos ao equilíbrio entre alimentos volumosos e concentrados da dieta do animal.

Você sabia que a produção de saliva dos bovinos pode ser superior a 200 L por dia quando a fibra está ajustada na dieta?

Algo que deve estar sempre na mente é quantidade adequada de fibra, pois ela estimula a produção de saliva, otimizando o processo de fermentação dos alimentos no rúmen e melhorando a absorção dos nutrientes ingeridos pelos ruminantes e neutralizando o excesso de ácido lático produzido dentro do rúmen, o que previne a ocorrência de acidose ruminal.

Quantas vezes o produtor deve alimentar os animais diariamente? E quanto a dieta deve ficar à disposição do gado ao longo do dia?

Alguns aspectos determinam este manejo alimentar, como: exigência nutricional de acordo com peso do animal, produção de leite, estágio produtivo, necessidade de quilos de matéria seca, quantos quilos de volumoso, quantos quilos de concentrado, quantos gramas e miligramas de minerais, quantas vezes vou parcelar isso durante o dia, etc…

Pense nas necessidades do ser humano, que precisa de um bom café da manhã, almoço e jantar.

Podemos ter a melhor silagem, o melhor feno, mas isso de nada adianta se não for fornecido corretamente para o gado leiteiro dividido em várias refeições ao longo dia.

Se o animal recebe poucas refeições ao longo do dia, com grande quantidade de concentrado de farelos de grãos, isto pode gerar riscos à saúde do animal. O ideal é que o ruminante não consuma concentrado puro e que a quantidade não ultrapassasse três quilos por vez.

Tentar reduzir o número de tratos por dia acarreta no aproveitamento incompleto do alimento, gerando problemas digestivos. Podem ocorrer diarreias por acidose ruminal e visualização de alimentos não digeridos nas fezes.

O bovino quando apresenta acidose no rúmen:

  • sente desconforto, assim como o ser humano que sente azia e queimação no estômago, e para de comer;
  • o animal também reduz a ingestão de alimentos afetando sua produção de leite.

Quando o animal come muito farelo de grão rico em amido e falta fibra na dieta, a fermentação no rúmen é muito mais rápida, o trânsito de passagem dos alimentos pelo trato digestivo é acelerado e o produtor vê, na prática, fezes muito amolecidas.

O manejo nutricional tem que respeitar a fisiologia digestiva do ruminante, e muitas vezes, esse cuidado requer um manejo mais individualizado e agrupamento dos animais em lotes mais homogêneos.

Problemas de casco

Condições como a laminite, que é um processo inflamatório das lâminas do casco é causada devido ao acúmulo de muito ácido dentro do rúmen, o que causa dor no animal e afeta seu bem estar e logicamente reflete negativamente na reprodução e produção do animal.

Qualidade do leite

Muitos laticínios oferecem uma bonificação extra de acordo com a qualidade do leite. Uma vaca precisa filtrar cerca de 500 L de sangue para gerar um litro de leite na glândula mamária, portanto, se o animal tem alguma deficiência nutricional a composição do leite será comprometida.

Reprodução do rebanho

A ingestão de mineral é essencial para o bom funcionamento dos ovários, pois têm papel essencial para o funcionamento dos órgãos. Mesmo que a fêmea tenha uma dieta equilibrada em outros nutrientes, se faltar mineral, afetará o aproveitamento dos nutrientes ingeridos e, além disso, os ovários precisam principalmente de microminerais, o que irá afetar a produção hormonal de uma matriz, importante para a manifestação de cio, gestação e puerpério.

Para a reprodução as vacas necessitam principalmente dos minerais: fósforo, cobre, zinco, selênio, iodo e manganês; em quantidades adequadas diariamente.

A nutrição de uma vaca leiteira é diferente de um bovino de corte. A vaca de leite tem alta exigência mineral pois seu gasto diário desses elementos é elevado. Quanto mais leite produz, mais mineral necessita.

Em resumo, vacas que produzem até 10 L de leite por dia devem receber um suplemento mineral de pronto uso para gado de leite, fornecido puro e à vontade. Já vacas com produção acima de 10 L de leite por dia, não conseguem ingerir voluntariamente a quantidade de minerais que realmente necessitam diariamente, e, portanto, precisam receber suplementos para forçar a ingestão mineral junto com os alimentos volumosos e/ou concentrados, e neste caso existem suplementos para gado de leite específicos para esta finalidade.

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