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Como o calor intenso afeta plantas, animais e o homem

Onda de calor - Sol a pino
É preciso repensar a propriedade e criar um ambiente mais resiliente

A Defesa Civil de São Paulo emitiu um alerta no último dia de setembro sobre forte onda de calor que pode levar a temperaturas acima de 40°C nos próximos dias em praticamente todo o Estado.
 
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), essas são as temperaturas mais altas registradas nos últimos anos no mesmo período. Aliada à falta de chuvas que deveriam já ter começado no mês de setembro, a estiagem prolongada vem deixando um rastro de destruição, com registro de queimadas em várias áreas.
 
A forte onda de calor não tem ajudado os produtores rurais que se dedicam a várias cadeias produtivas.
 
Os cuidados devem considerar todos os aspectos que se entrelaçam, afinal, plantas ajudam a amenizar o clima, podem ser parceiras para os animais e para os homens, mas também precisam de cuidados extras, principalmente as lavouras comerciais.
 
A preocupação dos produtores rurais da região, em especial da cadeia de olerícolas, que precisa de uma temperatura noturna mais baixa, o que não vem ocorrendo, tem sido relatada por várias regiões.

O produtor que não fez um bom planejamento da propriedade, no sentido ambiental, com consorciação de culturas, rodízios, instalação de quebra-ventos, enfim, um redesenho na propriedade agrícola e nos seus sistemas de produção, vai sofrer.

Essas medidas são as únicas formas de se precaver contra prejuízos que podem se tornar drásticos. Com as chuvas torrenciais, estiagens prolongadas e as altas temperaturas que vêm ocorrendo, é preciso repensar a propriedade e criar um ambiente mais resiliente.

Existem algumas técnicas que podem ser utilizadas:

– misturar culturas arbóreas com culturas herbáceas;
– não optar por culturas extensivas e monoculturas;
– implantar o sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF);
– fazer a instalação de quebra-ventos nos bordos e locais estratégicos, assim como barreiras de capim em áreas menores de hortaliças e de frutos de alto valor, para servirem como quebra-ventos.

Diferentes extratos de árvores, ervas e coberturas de solo, auxilia a mitigar os danos dessas variações climáticas, como excesso de altas temperaturas, insuficiência de chuvas ou chuvas mal distribuídas. Essa é uma grande questão para todos os produtores pensarem para que não coloquem seus sistemas de produção em vulnerabilidade.
 
O mesmo que serve para as hortaliças, também serve para as culturas perenes, como os pomares de frutas.
 
A irrigação sempre pode auxiliar todas as culturas, principalmente se for adequada e realizada nas horas mais frescas do dia e, de preferência, com orientação adequada.
Produtores de café da região de Franca, uma das mais importantes e reconhecidas regiões cafeeiras do Estado de São Paulo, também estão vivendo um momento difícil e de impasse. As poucas chuvas que caíram pelo Estado não chegaram a cair na região, com isso as lavouras de café não floresceram.
 
O café é uma cultura bianual; um ano é de boa colheita, o seguinte é de colheita mais fraca. Este foi o ‘ano bom’, mas o próximo com certeza mostrará os reflexos causados pela estiagem prolongada e as altas temperaturas deste período crucial para a cafeicultura.

Animais também reduzem sua capacidade de produção

Considerar os efeitos das altas temperaturas na hora de elaborar um projeto de criação animal é muito importante. O estresse térmico tem como consequência a diminuição na produção de carne e de leite, baixas taxas de concepção, retardo no crescimento de animais de reposição e perdas econômicas significativas para o produtor. Na tentativa de se autorregular, o animal aumenta a frequência respiratória, a sudorese e o consumo de água e ocorrem ainda alterações nas concentrações hormonais e nas necessidades de mantença.

Há como auxiliar o animal otimizando o ambiente para minimizar os efeitos do estresse térmico. Algumas estratégias de manejo, como proporcionar sombras naturais (arborização) e artificiais (tendas), ventilação e resfriamento evaporativo são algumas alternativas possíveis.

Medidas de prevenção também atuam como fonte de renda

Integrar a pastagem com arborização não se torna apenas uma opção na redução do estresse térmico em rebanhos, mas também pode servir como forma alternativa de renda, com a produção de madeira ou fornecimento de frutas.

O estresse térmico em animais é um inimigo que não deve ser negligenciado, pois pode afetar não só a produção como também o bolso do criador.

Dicas para reduzir os efeitos do calor e da falta de umidade no ar

– Não espere sentir sede, pois a sensação de sede já é um sinal de desidratação.
– Evite consumir alimentos muito gordurosos, como chocolates, carnes gordas e frituras, pois dificultam a digestão e podem provocar mal-estar.
– Evite refeições muito pesadas; prefira os cereais integrais como fonte principal de carboidratos.
– Dê preferência às carnes magras (peixes e aves), que devem ser grelhadas, cozidas ou assadas.

– Aumente o consumo de saladas de folhas verdes, legumes, assim como frutas e produtos integrais, pois são ótimas fontes de vitaminas, minerais e fibras e, ao mesmo tempo, são leves.
– Alimentos com leite, gordura e ovos na preparação necessitam de refrigeração, pois o calor aumenta a possibilidade de proliferação de bactérias que podem causar intoxicação alimentar. Nunca consuma esses alimentos à temperatura ambiente!
 
 
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