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Além do clima, a produtividade do milho foi afetada pelas pragas

Milharal com espiga em destaque

Grande parte das lavouras de milho de segunda safra tem apresentado produtividade média abaixo de 50 sacas por hectare

Segundo levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, a temporada foi marcada por adversidades climáticas, como falta de chuvas em grande parte do ciclo de produção do cereal e por geadas, contexto que reduziu com força a produtividade. Nesta safra, contudo, infestações de pragas, como a cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis), acabaram acentuando a queda na produtividade em algumas áreas.

Esse cenário, que causou danos severos especialmente ao milho, surpreendeu parte dos agricultores, principalmente os do sul do país, onde a ocorrência severa da praga era desconhecida. Também houve ataque de percevejos em algumas regiões acompanhadas pelo Cepea.

Milharal prejudicado

Levantamento do Centro de Pesquisas mostra que, na região Sul, grande parte das lavouras tem apresentado produtividade média abaixo de 50 sacas por hectare. Dessa forma, muitos agricultores consultados pelo Cepea estão com dificuldades para cumprir os contratos de entrega do milho – alguns, inclusive, já acionaram os seguros rurais para tentar amortizar os prejuízos.

No cerrado, o milho de segunda safra tem registrado produtividades médias de 90 sc/ha em Rondonópolis (MT) e de 50 sc/ha em Uberaba (MG), inferiores às observadas pelo Cepea na temporada anterior. Ressalta-se que, no cerrado, a incidência da cigarrinha-do-milho é mais comum. Portanto, produtores conseguiram controlar melhor a praga na comparação com agentes do sul. O uso de defensivos, que tinha como alvo os percevejos, também ajudou a controlar a cigarrinha. Ainda assim, o atraso no plantio e o clima desfavorável resultaram em queda na produtividade em boa parte das regiões do cerrado, de 15% a 40%.

Percevejo barriga verde (Dichelops melacanthus)
Percevejo barriga verde (Dichelops melacanthus)

Cigarrinha eleva custo de produção de milho

Visando conter o avanço da cigarrinha no milho, produtores de algumas regiões precisaram elevar o número de aplicações de defensivo. Como consequência, nesta segunda safra, cálculos do Cepea mostram aumento da participação dos gastos com defensivo sobre o Custo Total (CT), o que pressiona a margem líquida do agricultor.

Cigarrinha do milho (Dalbulus maidis)
Cigarrinha do milho (Dalbulus maidis)

Na região de Cascavel/PR, onde a cigarrinha do milho deixou produtores em alerta, foram necessárias duas aplicações extras do insumo na safra 2020/21 em relação à anterior. Essas duas aplicações extras, por sua vez, representaram elevação de R$ 39,88/ha (ou de 0,58 sc/ha) nos custos. Nesse cenário, os agricultores paranaenses investiram 3,05% do Custo Total (CT) da atual safra no combate à praga, contra 2,24% na safra anterior. Em Chapadão do Sul/MS, também houve aumento médio de duas aplicações do defensivo e, consequentemente, acréscimo de R$ 201,00/ha (ou de 2,62 sc/ha) nos custos. Assim, 4,94% do Custo Total foi utilizado para a compra dos químicos na safra 2020/21, contra apenas e 1% em 2019/20.

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