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Cafeicultura – Características e benefícios da colheita mecanizada

Visão da cabine de uma colhedeira de café no cafezal
As espécies de café produzidas no Brasil são Arábica e Conilon (Robusta) e suas características influenciam diretamente na escolha da colhedora a ser utilizada

O café Arábica apresenta menor porte, é cultivado em regiões de maiores altitudes, resultando em grãos de tamanhos maiores. Já o Conilon exige altitudes menores quando comparado ao Arábica, sendo o ideal até 800 m.
 
Os métodos de colheita do café são manual, semimecanizado e mecanizado, que implicam diretamente a qualidade do mesmo.
 
Na colheita manual, são selecionados os frutos maduros, por meio de catação ou a dedos, ou mesmo através da derriça. Na colheita semimecanizada são utilizados derriçadores portáteis, não havendo a presença de recolhedores. A colheita mecanizada exige o uso de máquinas automotrizes que permitem a colheita completa, podendo também ser tracionadas por tratores. 

A colheita mecanizada do café torna-se cada vez mais uma alternativa viável, uma vez que a eficiência nessa atividade aumenta a cada ano, permitindo um produto final de maior qualidade, com redução de custos e perdas, que levam a uma maior rentabilidade ao produtor.

Colhedoras

As colhedoras automotrizes ou tracionadas trabalham sobre as linhas de café em declividades até 15%, com segurança. Algumas têm bitola mais estreita, para lavouras mais adensadas, podendo operar em declividades maiores. Vários modelos de colhedoras automotrizes trabalham com sistemas bastante semelhantes de derriça e recolhimento dos frutos e, em sua grande maioria, a descarga do café é feita através de bica lateral em carreta graneleira, ensaque lateral ou depósito próprio.

O rendimento médio dessas colhedoras está em torno de três mil litros por hora, com velocidade de 600 a 1.200 metros por hora, e vibração entre 800 e mil ciclos por minuto.
 
Essas máquinas, através de sistemas hidráulicos, com varetas vibratórias, fazem o trabalho de derriça, recolhimento, abanação e descarga do café na forma ensacada ou a granel.
As automotrizes, como o nome sugere, têm propulsão própria e as tracionadas necessitam ser acopladas a um trator através da barra de tração e da tomada de força.

Redução nos custos de até 40%

A colheita manual corresponde a cerca de 40% do investimento de uma safra de café. Por isso, a adoção da colheita mecanizada tem se tornado uma realidade, apresentando alto rendimento operacional e custos mais baixos na operação, devido à rapidez com que as atividades são executadas, diminuição de mão-de-obra e através do rendimento operacional do maquinário.

Escolha da colhedora

A planta é um componente primordial no momento dessa escolha, já que seu porte é um dos componentes observados durante esse processo, para evitar danos estruturais nas plantas e aumentar a eficiência da operação.

Seguido dessa etapa da verificação do porte, da altura da cultivar presente na área, devem ser considerados o tamanho da propriedade, a idade das plantas, o espaçamento, a declividade (sendo a máxima de 20%), a produtividade e a uniformidade da lavoura.

Regulagem

A regulagem ideal para a colhedora deve levar em consideração três variáveis: velocidade, vibração e freio dos osciladores.

A velocidade deve ser regulada adequadamente pelo operador, porque quanto maior for, menor será a colheita dos grãos e vice-versa. A vibração se refere ao movimento das varetas derriçadoras nos ramos das plantas para que ocorra a retirada dos grãos de café. Quanto maior for a vibração, maiores serão os danos causados às plantas. Por isso a regulagem deve ser muito bem realizada, para evitar qualquer tipo de perda ou dano às plantas. Quanto aos freios dos osciladores, estes são responsáveis pelo ajuste mais fino da operação, controlando a agressão da colhedora à planta.

A regulagem da colhedora é uma tarefa essencial e requer qualificação na execução desse serviço, já que a regulagem deve ser feita de acordo com a região e as condições da lavoura, atentando-se também a temperatura, umidade, pluviosidade, altitude, terreno, quantidade de café no talhão, uniformidade do estágio de maturação e grau de maturidade do café. Com a colhedora adequada e com as devidas regulagens, o custo de produção do café pode ter uma redução de 5% a 10%.

Etapas da coleta de grãos

A colheita do café totalmente mecanizada tem como etapa inicial a derriça, através de hastes que promovem a vibração dos ramos, permitindo a soltura dos grãos presentes nas plantas. Uma vez tirados da planta, são feitos o recolhimento e a abanação dos frutos. Na etapa seguinte, os grãos são armazenados em máquinas colhedoras ou despejados em carretas, para que sejam então ensacados. É possível também realizar a coleta seletiva, onde são colhidos somente os frutos maduros, promovendo uma melhor qualidade do produto final.

O custo inicial da colheita mecanizada pode ser considerado elevado, porém, o rendimento operacional e a qualidade dos grãos colhidos garantem o retorno do capital investido. Para agricultores de pequeno ou médio porte, o aluguel de maquinários poderá ser mais vantajoso.
 
Fonte: Cultivar por Marcos Roberto da Silva, Antonio Firmo Leal Neto, Camila Silva de Santana, Adinael Santos Silva, Pedro César Gonçalves de Jesus Santos, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

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