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Pães produzidos pelas mulheres empreendedoras da Agroindústria Delícias da Colônia
Fabricação de bolachas, cucas, pães e outros produtos melhora a autoestima e independência de 13 mulheres e contribui na prevenção ao trabalho infantil em Arroio do Tigre (RS)

Um sonho que se transformou em realidade

É assim que 13 mulheres do Distrito de Coloninha, Arroio do Tigre (RS), que integram a associação da Agroindústria Delícias da Colônia, descrevem a experiência de se transformarem em empreendedoras.

É trabalhando com a fabricação de bolachas, cucas, pães e outros produtos que elas têm conseguido gerar mais renda para suas famílias, construir autonomia, fortalecer sua autoestima e desenvolver habilidades de venda, gestão, comunicação e marketing.
 
A inciativa é fruto do programa Alcançando a Redução do Trabalho Infantil pelo Suporte à Educação (Arise), da Japan Tobacco International (JTI) em parceria com a Winrock International e tem como objetivo reduzir a vulnerabilidade social e o trabalho infantil na comunidade.
O empreendimento, inaugurado no início de 2020, nasceu dos cursos de panificação oferecidos pelo Arise às mães de alunos das escolas nas quais o programa oferece oficinas no contraturno das aulas regulares. Seu principal foco é promover a geração de renda às famílias, proporcionando melhores condições de vida e, dessa forma, evitar o trabalho infantil na comunidade.
 
Margarete dos Santos, uma das mulheres que integra a agroindústria, relata: “Eu aprendi um monte de coisa que eu não sabia. É uma grande oportunidade, a gente prepara um monte de produtos, as pessoas vêm buscar, depois elogiam, é muito bom. Também é um crescimento pessoal sair de casa e da nossa rotina que é totalmente diferente”.
 
Já para Leila Brum, presidente da associação da agroindústria, a iniciativa tem conseguido melhorar sua habilidade de comunicação. “A agroindústria fez a gente aprender a dar entrevista, conversar melhor, a interagir mais com as pessoas. Isso foi ótimo, pois eu era mais fechada, mais quieta, tinha momentos de depressão e esse trabalho ajudou a tirar isso de mim”, conta.
Para Neusa Hubner de Castro, a agroindústria é a concretização de um projeto. “Sempre tive um sonho de ter uma cozinha na qual eu pudesse trabalhar e fazer meus doces e a agroindústria se transformou nele.  Eu chego aqui e sinto que ela é minha cozinha, começo a trabalhar de manhã e quando vejo já é noite, sinto vontade de vir aqui todo dia”, afirma.
 
Aos poucos, cada uma dessas mulheres também tem se tornado empreendedoras e precisam se deparar com novos desafios. “Estamos mais independentes para decidir o que vamos fazer, o que vamos comprar, se precisamos viajar etc. Já estamos procurando e entendendo onde sai mais barato adquirir o que a gente precisa e queremos logo poder vender mais”, conta.
 
As atividades na agroindústria têm sido feitas de forma escalonada e revezada. A partir de uma decisão coletiva, as mulheres se dividiram em três grupos que trabalham as sextas-feiras produzindo as encomendas realizadas ao longo da semana. Essa foi a solução encontrada para que todas possam participar das atividades e consigam desenvolver suas outras tarefas ao longo da semana.
Elas têm conseguido tirar uma renda mensal a partir das vendas e a expectativa é de que com a retomada gradual das atividades novas oportunidades de crescimento e vendas surjam e que elas possam levar seus produtos cada vez mais longe.

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