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Sessão Solene de 40 anos do MST

Na manhã da última quarta-feira (28), o MST foi homenageado por dezenas de figuras políticas em Sessão Solene realizada na Câmara dos Deputados, em Brasília, DF. O Plenário Ulysses Guimarães, principal espaço de debates e decisões da Câmara foi ocupado por mais de 500 Sem Terra e apoiadores, como parlamentares, lideranças de partidos políticos, organizações populares, além de representantes do governo federal e de embaixadas.

A abertura da Sessão foi realizada por Pereira da Viola, tocando o Hino Nacional Brasileiro. Além de Pereira, as Cantadeiras também se apresentaram no evento. A Sessão foi presidida pela Deputada Federal Maria do Rosário (PT-RS). A Deputada Federal Luiza Erundina (PSOL-SP) estava ao lado da presidenta da mesa. Erundina foi uma das requerentes da sessão juntamente com os deputados Valmir Assunção (PT-BA), Dionilso Marcon (PT-RS) e João Daniel (PT-SE) que também fizeram parte da mesa. Erundina destacou que as famílias Sem Terra, de forma muito honrosa, representam aqueles que sustentam o país, produzindo alimentos, justiça e dignidade, se sentindo profundamente identificada com este Movimento, como mulher, nordestina, filha de camponeses sem terra e perseguida durante a ditadura.

Erundina no telão da Câmara durante seu discurso
Erundina no telão da Câmara durante seu discurso
Erundina com Pereira da Viola e as Cantadeiras: Márcia, Ana e Guê
Erundina com Pereira da Viola e as Cantadeiras: Márcia, Ana e Guê

Em todo país, mais de 50 mil famílias Sem Terra implementam práticas agroecológicas para o fortalecimento das cadeias produtivas. O Movimento mantém também 10 mil ha de agroflorestas e quintais agroflorestais em todos os biomas. Essas áreas estão associadas a importantes cadeias produtivas, como cacau, açaí, café, mel, frutas, castanhas.

Atualmente, o MST conta com dezenas de Comitês de Amigos ao redor do mundo. São pessoas de diversos países do mundo que apoiam a causa do Movimento e promovem atividades de apresentação e solidariedade ao Movimento em todos os continentes. Os 40 anos do MST são embasados na história de grandes homens e mulheres que enfrentaram o latifúndio e hoje constroem uma luta pela transformação deste país.

Os Deputados Federais José Guimarães (PT-CE), Samia Bonfim (PSOL-SP), Nilto Tatto (PT-SP), Luciene Cavalcante (PT-SP), Ivan Valente (PSOL-SP) e Paulão (PT-AL), também se prenunciaram e saudaram o Movimento. Da diplomacia, estiverem presentes Adolfo Curbelo Castellanos, Embaixador de Cuba no Brasil, e Manuel Cadela, Embaixador da Venezuela no Brasil.

O plenário ocupado pelo MST
O plenário ocupado pelo MST
Deputados durante sessão solene; à frente, João Daniel (PT-SE), vinculado ao MST e assentado da reforma agrária - Foto: Zeca Ribeiro
Deputados durante sessão solene; à frente, João Daniel (PT-SE), vinculado ao MST
e assentado da reforma agrária – Foto: Zeca Ribeiro

Divina Lopes, da Coordenação Nacional do MST, lembrou que a concentração fundiária ainda é uma mazela no país. “A concentração de terras continua sendo uma das maiores expressões de desigualdade do Brasil, por isso reafirmamos nosso compromisso com a luta pela terra, pela Reforma Agrária e pela transformação social”.

Também representando o Movimento, Gilmar Mauro, frisou a herança da luta indígena, quilombola e camponesa que o Movimento cultiva. “É um Movimento que se faz com as pessoas mais simples que um dia decidiram tomar em suas mãos a sua história e mudar a história da sua família ocupando um latifúndio neste país”.

Infelizmente, a sessão solene foi tumultuada por deputados bolsonaristas que foram rechaçados por parlamentares da esquerda. Apesar de ser uma Sessão para homenagear os 40 anos do MST, esses deputados bolsonaristas tentaram discursar contra o Movimento. Sendo, em sua maioria, ex-membros da CPI que buscou criminalizar o MST em 2023, os parlamentares buscaram ofender as centenas de famílias Sem Terra que acompanhavam a Sessão no Plenário. Tais Deputados também são membros da Frente Parlamentar Invasão Zero, suspeita de incentivar a criação de milícias rurais para atacar famílias Sem Terra. Com as ofensas, os deputados opositores ao Movimento foram vaiados e respondidos com palavras de ordem e a plateia se posicionando de costas a eles enquanto discursavam.

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