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Abelha na flor da macieira

A live Mulheres no Agronegócio Sustentável através do Processo de Polinização com Abelhas, promovida pela Associação Brasileira de Exportadores de Mel (Abemel) serviu para debater a importância da polinização para aumentar a produção em culturas de grande relevância agrícola no Brasil, como soja e café

A ministra da Agricultura destacou que o Brasil pode trabalhar para aumentar sua atuação nesse setor. “Pela nossa dimensão, diversidade das culturas e pelo nosso clima, poderíamos ter uma atuação muito mais efetiva nesse setor. A polinização ser usada como bioinsumo é uma coisa nova e temos um espaço enorme para trabalhar mais esse assunto”, disse.

Para a presidente da Abemel, Andressa Berretta, as políticas públicas devem criar a consciência de como evitar a geração de carbono para o ambiente e o consumo excessivo de água só usando as abelhas como “insumo” para o aumento a produção.

Alavancagem do valor dos produtos agrícolas

A diretora-executiva da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), Vanusia Nogueira, ressaltou que, além do aumento da produtividade proporcionado pelo uso de polinizadores na cultura do café, a prática possibilita a redução do uso de outros recursos e pode alavancar o valor agregado do produto. “Esse aumento de produtividade fica totalmente em linha com tudo o que o agro brasileiro tem defendido e buscado mostrar para o mundo: que nós temos uma agricultura extremamente sustentável e que podemos aumentar a produtividade, o nível de alimentos que entregamos para o mundo sem necessariamente aumentar as áreas que precisamos para fazer isso”, disse.

Abelha na flor do cafeeiro
Abelha na flor do cafeeiro

Segundo ela, os primeiros testes com polinizadores na cultura do café têm gerado resultados promissores. “Os produtores já estão animados em se engajar nesse processo a partir da próxima florada, em setembro”, concluiu. Dados da Startup Agrobee referentes à safra 2019/2020 mostraram um aumento médio de 20% na cultura de café que teve a polinização assistida e inteligente promovida pela empresa.

Live abre caminho para discutir pagamentos por serviços ecossistêmicos

A sócia fundadora da iniciativa Pretaterra, Paula Costa, falou sobre a importância de alavancar no Brasil o sistema de pagamentos por serviços ecossistêmicos dentro dos sistemas produtivos. A ministra concordou que é preciso avançar neste tema e convidou as participantes da live para a elaboração de uma proposta no Mapa.

A ministra também comentou sobre o Selo Arte para produtos artesanais provenientes da apicultura e meliponicultura (mel, própolis e cera), que deve ser regulamentado em breve pelo Mapa. O selo permite que os produtos artesanais de origem animal sejam comercializados em todo o território nacional.

Dados revelam valores surpreendentes

O serviço ecossistêmico prestado pelos animais polinizadores à agricultura brasileira contribuiu com um valor econômico estimado de R$ 43 bilhões em 2018. A estimativa se refere aos valores que seriam gastos pelos agricultores caso os polinizadores não contribuíssem para a produção de alimentos. A soja responde por 60% do valor estimado, seguida pelo café (12%), laranja (5%) e maçã (4%).

Abelha na flor da soja
Abelha na flor da soja

Os dados são do Relatório Temático sobre Polinização, Polinizadores e Produção de Alimento no Brasil, fruto da parceria entre a Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos e a Rede Brasileira de Interações Planta-Polinizador. Segundo o estudo, a intervenção de polinizadores em cultivos de café favorece um aumento de 30% no rendimento desse cultivo.

As abelhas são o grupo de polinizadores mais abundante na agricultura, pois visitam mais de 90% dos 107 principais cultivos agrícolas já estudados no mundo.

Produção e exportação de mel

A produção de mel no Brasil foi de 42,35 mil toneladas em 2018, com valor de produção de R$ 502,84 milhões. A Região Sul é responsável por 38,9% do total produzido, e a Região Nordeste, 33,6%. Os dados são da Pesquisa da Pecuária Municipal, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2019, o Brasil exportou 30 mil toneladas de mel natural, com valor de US$ 68,3 milhões. Em 2020, as exportações subiram 35,7%, em comparação ao primeiro semestre de 2019.

Abelha na flor de laranjeira
Abelha na flor de laranjeira

Os Estados Unidos são responsáveis por 78% das aquisições de mel do Brasil, em valor. Em 2019, foram exportados para o país 24,1 mil toneladas de mel, com US$ 54,2 milhões. O segundo país importador é a Alemanha, com 1,8 mil toneladas e US$ 4,7 milhões em valor.

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