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O MST nas lentes de Francisco Proner

Cerimônia equestre organizada pelo Movimento dos Sem Terra para comemorar o dia dos trabalhadores, no acampamento Maila Sabina, em 01 de maio de 2022, Ortigueira, Paraná, Brasil - Foto: Francisco Proner/Agence VU

O Centro Cultural Justiça Federal – CCJF inaugura exposição de arte contemporânea: Lona Preta: o MST no Olhar de Francisco Proner, do fotojornalista Francisco Proner. A mostra ocupará o gabinete de fotografia, no primeiro andar do CCJF, localizado no Quadrilátero Cultural, na Cinelândia, Centro do Rio de Janeiro, à Av. Rio Branco, 241. A mostra se estende até dia 16 de fevereiro de 2025. A curadoria é de Evandro Salles, curador do CCJF.

De acordo com o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), fundado em 1982, “Lona Preta” é mais do que uma barraca, morada de milhares de pessoas que lutam pela reforma agrária no país. Trata-se de um rito de passagem, um símbolo presente na transição entre o acampamento e o assentamento das famílias sem-terra, o caminho para a conquista da terra. É o retrato da luta contra o latifúndio, a segregação e as injustiças sociais que castigam o país. O nome “Lona Preta”, cercado de significados implícitos, inspira a mostra do jovem fotógrafo Francisco Proner que tem nas questões sociais e políticas ponto de maior interesse. As fotografias da exposição começaram a ser feitas no início de 2022, em visita a um acampamento do MST, em Cascavel (PR), berço do movimento.

Chamada para a mostra Lona Preta: o MST no Olhar de Francisco Proner

O fotógrafo passa então a documentar a luta e a vida destas pessoas pela democratização das terras brasileiras e pelas mudanças sociais no Brasil. Documentando os acampamentos do MST por todo o país, Proner espera despertar um maior entendimento sobre os objetivos e como os movimentos sociais se organizam face às desigualdades históricas do país. “Sejam desigualdades territoriais, sociais, étnicas ou até uma sobreposição dessas todas, me interesso em registrar como as pessoas conseguem resistir e encontrar felicidade na luta pelos seus direitos. Acho que espaços como estes (para mostrar tal trabalho) são essenciais para possivelmente despertar mais interesse nesse conflito agrário que acontece pelos interiores do Brasil”, explica.

A exposição reúne 30 fotos desenvolvidas em parceria com o Movimento Sem Terra. Através de viagens nas 5 regiões do Brasil, o fotógrafo percorreu diversos territórios históricos da luta pela reforma agrária recolhendo depoimentos e registros. Desde o lugar onde nasce o MST, em Cascavel (PR) até Eldorado dos Carajás, lugar do massacre de 21 sem-terras em 1996, o fotografo visitou diversos assentamentos e acampamentos acompanhando a luta e a resistência camponesa no período pré-eleitoral de 2022.

Trabalhadores do MST em atividade no campo
Paulo, apelidado de Polaco, administra sua fazenda ateando fogo para evitar que o mato invada a lavoura, Guarapuava, Paraná, Brasil
Francisco Proner
Francisco Proner

Francisco é fotojornalista freelancer de mídias nacionais e internacionais, entre as quais o New York Times, The Washington Post, The Guardian, Le Monde, El Pais. No Brasil seu trabalho é distribuído pela Agencia Farpa. Nascido em 2000 no Brasil, o fotógrafo é membro da Agencia VU’ baseado no Rio de Janeiro. No ano de 2015 embarcou em uma expedição ao redor do mundo de carro, viajando por 3 continentes. Na época, começou a trabalhar com as redes Midia Ninja e Jornalistas Livres durante a cobertura de protestos e a crise política no Brasil. Em 2017, ele completou o curso de Dramaturgia e Redação Documental na Escola Internacional de Cinema e Televisão (EICTV) em Cuba. Francisco foi aluno na primeira edição do programa de estudantes da Canon e Magnum Photos durante o festival de fotojornalismo Visa Pour L’Image. No mesmo ano começou a desenvolver seu projeto pessoal, Anomia, um trabalho de longo prazo ainda em andamento.

Fotos: Francisco Proner/Agence VU’

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