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Bioestrutura do solo beneficiado pelo emprego de inoculadores
Aplicando essa técnica sustentável o produtor terá melhor eficiência em sua lavoura
 
O Dr. Fernando Andreote, professor da ESALQ/USP, elaborou uma classificação para os produtos biológicos oferecidos atualmente no mercado. Por um lado, “inoculantes” e “biodefensivos” contêm em sua formulação microrganismos específicos para fins predeterminados. Por sua vez, os “ativadores” estimulam os organismos presentes no solo e os “repositores” suprem o solo de microrganismos para a reorganização e funcionalidade do seu microbioma. A Engª. Agrª. MSc. Maria Stefânia D’Andrea Kühl, Analista Técnico da Microgeo, explicou melhor sobre cada conceito. Confira a seguir:
 

Inoculantes – Referem-se a um produto que contém microrganismo e que tem como função a ação favorável ao crescimento e desenvolvimento das plantas. Ele intensifica o processo natural da fixação biológica de nitrogênio (FBN), através do qual bactérias que vivem no solo se associam às plantas, captam o nitrogênio do ar e o transformam em alimento para a planta.  Para sua eficácia agronômica, é necessário que o produto contenha a espécie de microrganismo caracterizado como inoculante proveniente de cepas de “coleção oficial”, garantia de concentração mínima em suporte estéril, livre de outros microrganismos não específicos a fim de garantir sua pureza.

 

Biodefensivos – Considerado o segmento que mais cresce dentre os biológicos. Os biodefensivos são agentes biológicos de controle, como organismos vivos, de ocorrência natural ou obtidos por manipulação genética. Têm como função, o controle de uma população ou de atividades biológicas de outro organismo considerado nocivo à agricultura. Neste caso há duas categorias técnicas: inimigos naturais – entomopatógenos (como exemplo os fungos e bactérias), organismos que naturalmente infectam, parasitam ou predam uma praga específica; ou a técnica de inseto estéril – liberação de machos esterilizados usados na supressão ou erradicação de pragas. Para que o produto seja eficiente na agricultura deve-se ter a indicação do local da coleção biológica e a concentração mínima do ativo biológico; é importante seguir as indicações de uso nas culturas apropriadas e alvos biológicos a que se destina.

 
Ativadores – Esta classificação abrange os fertilizantes, fertilizantes orgânicos, organominerais, biofertilizantes, condicionadores de solo, substratos para plantas, substâncias húmicas e fúlvicas, e aditivos. São também conhecidos como bioestimulantes, já que apresentam efeitos diretos ou indiretos na melhoria das propriedades físico-químicas do solo e na estimulação da atividade biológica presente nele. Conforme o enquadramento do produto, este deve apresentar garantias mínimas de compostos químicos, princípios ativos e/ou agentes orgânicos em sua composição para se obter os benefícios agronômicos.
 

Repositores – Contém em sua composição a presença de diferentes espécies de microrganismos vivos, que tem como função a reposição biológica, a reorganização e a funcionalidade do microbioma do solo. Nesta classificação, podemos destacar componentes balanceados utilizados para a produção de adubo biológico através de processo de compostagem. O adubo biológico é caracterizado como repositor por apresentar concentração de 107 a 109 células de bactérias por ml e em termos qualitativos, média de 300 diferentes grupos de bactérias. Essa biotecnologia ao restabelecer o microbioma do solo, proporciona diferentes benefícios ao sistema solo-planta sendo capaz de contribuir com a bioestruturação física do solo através da redução da compactação, potencializa a eficiência nutricional e promove maior saúde ecológica no sistema de produção, garantindo uma maior produtividade e lucratividade ao produtor.

 
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