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Mega raça chega ao Brasil

Touro Speckle Park

A pecuária de corte brasileira ganha mais uma raça que promete revolucionar o setor

O Brasil é um campo fértil para as raças bovinas. Encontramos aqui as principais raças mundialmente conhecidas. Mas algumas se destacam pela adaptação e disseminação, caem nas graças dos pecuaristas. E nesse contexto, surge uma nova raça de corte que, segundo os especialistas, faz parte de um “cruzamento do melhor de cada raça”, ou seja, um animal que apresenta um verdadeiro “caldo genético” composto e complexo. Essa raça de gado de corte é a Speckle Park.

Inédita no Brasil, conhecida como “a raça que deu sorte” (“It’s the cattle that got lucky”), deve trazer grandes inovações na pecuária e é fruto do cruzamento de grandes raças. Ela terá seus registros genealógicos operacionalizados pela Associação Nacional de Criadores Herd-Book Collares (ANC).

Atualmente existem 6 pecuaristas interessados em importar o material genético e dar início à criação do Speckle Park no país. Ela é composta por 20% do Angus, 28% do Shorthorn, 2% do Jersey, 15% do Galloway, 15% do Lineback, 15% do White Park e 5% de Highland.

Ilustração da composição genética do Speckle Park

A raça bovina de corte tem origem no frio do Canadá, pelos idos de 1950. São 57 anos de pesquisas, marketing, desafios, fracassos, sucessos, dúvidas e até o momento. Essa caminhada genética se inicia então no Canadá e se expande para a Austrália. Nesse país foi aceita por mais de 500 pecuaristas e lá já são de 80 a 100 mil cabeças. Nos anos de 2006 foi reconhecido como uma raça pura e, agora, chega ao Brasil, para se adentrar e fazer parte da genética do maior rebanho comercial do mundo, prometendo melhores carcaças no abate e melhor rendimento para os pecuaristas do setor.

As condições de clima que coincidem entre o Brasil e a Austrália, favorecem o desenvolvimento da raça (por estarem no mesmo paralelo 20). Nessa região, se adaptou muito bem às novas condições, como solo, sistema de pastagens existentes, temperatura, insolação. No Brasil na região Centro-Oeste, Mato Grosso, onde as temperaturas alcançam 38º a 40ºC, semelhantes às da Austrália, essa raça tende a ser uma nova opção para a pecuária nacional.

Touro Speckle Park
Vaca Speckle Park

Com relação à qualidade da carne, não apresenta grandes novidades. O mercado exige um padrão de carne marmorizada, macia, suculenta e agradável ao paladar. No Speckle Park o grau de marmoreio permanece entre 3 a 4, nas escala de 1 a 5.

O diferencial em relação a essa carne bovina de corte é a existência de algumas enzimas, como a calpaína e a calpastatina, que atuam como “bomba” de cálcio e agem de forma direta na maciez da carne e na degradação das fibras musculares após o abate. Essas duas enzimas, compensam a falta do marmoreio.

Rebanho Speckle Park
Vaca Speckle Park com bezerro ao pé

No momento provavelmente os interessados na promoção dessa raça, devem se movimentar junto ao MAPA, para autorizar a importação de material genético, assim como as demandas para o registro da raça na velha e conhecida Associação Nacional de Criadores Herd-Book Collares.

Possivelmente em breve será criada uma associação para representar os criadores no Brasil e assim garantir o controle, promoção e divulgação da raça Speckle Park. Por acreditar que o rebanho será bem desenvolvido em clima tropical, cruzamentos com Nelore e Angus são preconizados.

Paperboy - Foto: Studstocksales.com
Paperboy – Foto: Studstocksales.com

Na Austrália, a raça já faz relativo sucesso. Em um leilão feito recentemente, o touro Paperboy – cuja expectativa sobre valor de mercado era de 20 mil dólares australianos – foi vendido por 60 mil dólares australianos, ou cerca de R$ 240.000,00.

Suas principais características são:

  • Pelagem varia da totalmente branca que é a predominante, salpicada (daí o nome speckle = mancha, salpico) é a tradicional, até a totalmente preta;
  • Extremamente dóceis o que facilita o manejo sem riscos de acidente;
  • Alto rendimento de carcaça;
  • Carne macia e suculenta;
  • Excelentes taxas de conversão alimentar;
  • Animais nascidos com chifres ou pelagem vermelha não podem ser registrados.

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