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Fumaça é vista do espaço

Imagem de satélite da fumaça de queimadas sobre América do Sul

A situação das queimadas no Brasil e em países vizinhos na América do Sul em 2023 é alarmante, com um impacto significativo não apenas no Pantanal, mas também no bioma Amazônico e além. As imagens de satélite revelam uma vasta cobertura de fumaça, evidenciando a gravidade e a extensão dos incêndios florestais na região.

Até o momento, o Pantanal, um dos maiores biomas tropicais do mundo, enfrenta um cenário devastador, com cerca de um milhão de hectares afetados, triplicando a área queimada em relação a 2022. Este ano já registrou um número recorde de incêndios para novembro, com mais de 3000 focos registrados até o dia 15 de novembro, superando em cinco vezes a média histórica para o mês.

Enorme coluna de fumaça na paisagem do Pantanal devido a grande incêndio registrado em Porto Jofre/MT, sob calor extremo e tempo muito seco - Foto: Rogéiro Florentino - Metsul Meteorologia
Enorme coluna de fumaça na paisagem do Pantanal devido a grande incêndio registrado
em Porto Jofre/MT, sob calor extremo e tempo muito seco – Foto: Rogério Florentino – Metsul Meteorologia
Incêndio em Porto Jofre/MT - Foto: Rogério Florentino - Metsul Meteorologia
Incêndio em Porto Jofre/MT – Foto: Rogério Florentino – Metsul Meteorologia

Além do Pantanal, o cenário em outros estados brasileiros e países sul-americanos também representam gravidade. O Pará lidera com 5.230 focos de incêndio, seguido por Mato Grosso, Maranhão, Mato Grosso do Sul e Ceará. No contexto sul-americano, o Brasil lidera com 16.116 focos, seguido por Bolívia, Paraguai e Argentina. A cidade de Poconé, em Mato Grosso, registrou o maior número de focos de incêndio, com 1.526, seguida por Corumbá em Mato Grosso do Sul.

As imagens de satélite demonstram claramente a extensão dos impactos causados pelas queimadas. Elas mostram uma densa camada de fumaça cobrindo vastas áreas do Brasil e se estendendo aos países vizinhos, afetando a qualidade do ar e colocando em risco a saúde da população, além de causar danos irreparáveis à biodiversidade e aos ecossistemas locais.

O período da manhã é o momento em que a fumaça fica concentrada mais próxima à superfície, devido ao fenômeno de “inversão térmica”.

Imagem de satélite 8:50 da manhã - Fonte: RAMMB-CIRA
Imagem de satélite 8:50 da manhã – Fonte: RAMMB-CIRA

Durante a inversão térmica, o ar mais frio e denso fica preso perto da superfície da Terra sob a camada mais quente. Como o ar frio não consegue subir, ele atua como uma tampa, impedindo que a fumaça e outros poluentes se dispersem verticalmente na atmosfera. Consequentemente, a fumaça de incêndios florestais ou outras fontes de poluição pode acumular-se perto do solo, resultando em uma concentração mais alta de poluentes e fumaça na camada de ar próxima à superfície.

Mesma imagem com destaque para as áreas cobertas por fumaça - Fonte: RAMMB-CIRA
Mesma imagem com destaque para as áreas cobertas por fumaça – Fonte: RAMMB-CIRA
No bioma amazônico na Bolívia as 15:17 - Fonte: Worldview NASA
No bioma amazônico na Bolívia as 15:17 – Fonte: Worldview NASA

Os ventos são constantes o suficiente para transportar a fumaça em um corredor, canalizado pela Cordilheira dos Andes. Esses ventos também são responsáveis por levar a umidade para formar as chuvas na região sul do Brasil.

Ambientalistas afirmam que as queimadas no pantanal estão fora de controle em meio a uma onda de calor com dez dias seguidos de máximas acima de 40°C e temperatura que à tarde atingem valores tão elevados quanto 43°C a 44°C. Gigantescas nuvens de fumaça irrompem de áreas carbonizadas, cuja fauna, incluindo as onças-pintadas, estão em perigo. É o mais grave cenário que se observa na região desde a devastadora onda de incêndios em 2020.

Proximidades de Santarém/PA as 14:39 - Fonte: Worldview NASA
Proximidades de Santarém/PA as 14:39 – Fonte: Worldview NASA

Fontes: Análise de Gabriel Rodrigues (Agrolink) e MetSul

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