Antecipar estes fenômenos permite evitar eventuais prejuízos
O produtor sabe o quanto os fenômenos meteorológicos podem prejudicar sua produção. Antecipar estes fenômenos permite evitar eventuais prejuízos. Conheça os principais fenômenos que podem comprometer a sua produtividade.
El Niño. O fenômeno consiste em um aquecimento acima do normal. Esse aquecimento faz com que a água do oceano evapore mais facilmente, gerando mais energia para a atmosfera. A consequência dessa energia, que é carregada pelos ventos, é uma alteração na regularidade de chuvas e temperaturas.
Cada região brasileira reage de uma forma a essa mudança atmosférica e outro fator que influencia é o período do ano em que se está. Na agricultura, pode significar melhora ou dificuldade para a produção. Na região Sul, por exemplo, o El Niño colabora para o aumento das chuvas, tanto no verão quanto no inverno, o que pode aumentar a produção de grãos. Em contrapartida, no Nordeste, o fenômeno deixa o verão ainda mais seco, comprometendo o bom desenvolvimento da soja.
La Niña. Produz o efeito contrário do El Niño. O fenômeno resfria a atmosfera. Mas não pense que por isso as temperaturas ficarão muito mais baixas. Para o Sudeste do Brasil, por exemplo, o fenômeno significa um verão mais ameno e com mais chuvas. O Nordeste tem como benefício desse fenômeno o aumento do período úmido, essencial para o agronegócio, uma vez que torna mais fácil intercalar duas safras. No Sul, a La Niña representa um grande risco de estiagem.
Um longo período de tempo encoberto (considera-se longo a partir de dez dias) pode prejudicar consideravelmente as plantas que precisam da incidência de luz solar. Também é importante se atentar para o fato de que o tempo úmido com temperatura mais baixa, contribui para a proliferação de doenças. Durante a La Niña, os produtores rurais devem ter grande atenção com as ondas de frio que podem se tornar mais intensas, levando a perda por geada das lavouras.
Efeito estufa. A queima de combustível fóssil é um dos grandes problemas que a humanidade tem nas mãos, pois ela acarreta uma quantidade bastante elevada de emissão de gás carbônico que, com o passar do tempo, faz com que a Terra se aqueça. Ao longo das décadas, tornou-se facilmente observável que há um aumento considerável da média de temperatura da Terra.
Algumas plantações são mais resistentes à estiagem, enquanto outras precisam constantemente de água. O recomendável para os próximos anos, observando o aumento do impacto do efeito estufa, é apostar em variedades que apresentem mais tolerância à seca, uma vez que os verões se tornarão cada vez mais secos e quentes.
Mudanças climáticas. Regimes de chuvas e ventos têm impactos diretos sobre a produtividade rural e está cada vez mais difícil fazer previsões a respeito dos mesmos devido às constantes mudanças climáticas pelas quais o planeta está passando. Um dos maiores problemas que essa dificuldade de identificação dos regimes dos ventos está trazendo é a morte das abelhas, fundamentais para a manutenção da biodiversidade devido ao seu trabalho de polinização.
Como não se tem uma previsão de ventos intensos, muitos agricultores aplicam defensivos agrícolas em suas plantações e, sem perceber, contribuem para que os ventos carreguem esses produtos até colmeias, levando comunidades inteiras de abelhas a sucumbir. Quando se tem o conhecimento da mudança de regimes de ventos, fica mais fácil fazer um planejamento que não coloque em risco as abelhas.
Entender as mudanças climáticas e conseguir acompanhar seu ritmo de virada é fundamental para que os produtores rurais possam tomar melhores decisões em curto e médio prazo. O conhecimento das condições meteorológicas ajuda, por exemplo, a determinar quais são os melhores insumos para adquirir em um determinado período do ano, além de ajudar a estar pronto para enfrentar aumentos ou quedas bruscas das médias de temperatura.
Já ouviu falar em Zoneamento climático?
Zoneamento climático é um tipo de análise do perfil agrícola de uma região de acordo com os fenômenos específicos ocorridos nela. A partir dessa verificação, fica mais simples entender qual o melhor tipo de plantação para um lugar e quais não devem ser consideradas.
Esse estudo chega a conclusões, como a impossibilidade de cultivar cajus na Argentina, uma vez que essa planta precisa de sol e calor encontrados no Nordeste. No entanto, a região brasileira não é uma boa opção para o cultivo de trigo. Leva-se em consideração a média histórica climática e de chuvas para entender quais são as condições da região.
Fique atento às notícias climáticas. E quando for planejar sua cultura ou seu negócio, pensa em zoneamento climático. Isto poderá evitar “desastres” na sua conta bancária!
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