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Como combater a salinização do solo em sistemas de cultivo protegido

Bateria de estufas

Descubra como a salinização impacta a produção de hortaliças em cultivo protegido e como resolver esse problema.

Cultivo protegido ou estufa agrícola ou casa de vegetação… São vários os nomes para um mesmo princípio: criar um ambiente com condições ideais para desenvolvimento das culturas, de forma a garantir a regularidade da oferta desses produtos no mercado.

Esse sistema, além de melhorar o controle sobre disponibilização de água e nutrientes e a sanidade das culturas, permite o ajuste do microclima ao modificar a temperatura, a umidade e a luminosidade na área de cultivo.

Com um alto custo de implantação e elevado nível de tecnificação exigido para o manejo das culturas, o cultivo protegido foi se expandindo principalmente para culturas mais sensíveis as condições climáticas e de alto valor agregado, como as hortaliças.

Porém, após três anos de cultivo, muitos agricultores não conseguiam mais obter a produtividade e qualidade dos anos iniciais de implantação da estufa.

Práticas inadequadas de manejo

Grande parte desses prejuízos podem ser ligados, não ao sistema de cultivo em si, mas a práticas inadequadas de manejo. A falta de informação/assistência técnica adequada, principalmente para o manejo da adubação, leva a problemas que comprometem a qualidade e produtividade das culturas, como a salinização.

O problema da salinização em estufas de hortaliças

A salinização é um processo indesejado na agricultura que ocorre quando existe um acúmulo excessivo de sais no solo. Esse processo altera o potencial osmótico do solo, fazendo com que o solo retire a água de dentro das células das plantas e microrganismos, levando à morte microbiana e das raízes e consequentemente, na queda de produtividade.

Como a salinidade afeta o desenvolvimento das culturas?

É muito importante realizar análises químicas e físicas dos solos e análises dos teores de nutrientes nas plantas para identificar a salinização do solo precocemente. Caso contrário, o estresse salino pode comprometer a produtividade das plantas quando os sintomas visuais se manifestam, com a:

  • redução no crescimento radicular e na parte aérea da planta;
  • deformações e queimaduras nas bordas e no ápice das folhas;
  • reduções do tamanho e alterações na coloração dos frutos.

Um dos grandes desafios dos sistemas de cultivo protegido, é de que ele cria um ambiente que favorece o processo de salinização se o manejo não for adequado, com o uso intensivo de fertilizantes, uso de água salina, ausência de drenagem adequada, sistemas de irrigação com baixo volume de água e a ausência de precipitações da água da chuva, que “lavariam” o solo.

Para que o agricultor não perca a elevada produtividade e qualidade proporcionada pelo sistema de cultivo protegido, é preciso buscar por soluções para mitigar os efeitos da salinização do solo.

Soluções para mitigar os efeitos da salinização

Uma das melhores soluções iniciais para a salinização do solo é o emprego de ações preventivas. Para isso, é imprescindível que o agricultor monitore frequentemente a condutividade elétrica e o pH, parâmetros capazes de identificar o teor de sais presentes no solo. Outro fator que tem grande influência é a quantidade de substrato disponível para as culturas.

O cultivo em vasos, por exemplo, aumenta a velocidade do processo de salinização, já que volume de substrato explorado pelas raízes é menor.

Também é importante reduzir a adição externa de sais no solo, cuidando da qualidade da água e buscando por fontes de nutrientes com baixo índice salino.

Caso a área já se apresente salinizada, é preciso buscar por formas de retirar o excesso de sais presentes no solo e recuperar a área.

Algumas alternativas para isso são:

  • realizar a “lavagem” do solo, irrigando-o com o equivalente a dez vezes a sua capacidade de retenção de água até a drenagem completa;
  • cultivar espécies tolerantes a salinidade e com alta taxa de absorção de sais, como a beterraba (Beta vulgaris), crotalária (Crotalaria juncea) e milheto (Pennisetum glaucum);

Ao monitorar a salinidade do solo, utilizar métodos preventivos e corretivos e optar por fertilizantes com baixo índice salino, como o Siltito Glauconítico, o agricultor promove a saúde do solo, mitiga os efeitos da salinização e otimiza a produtividade e qualidade das suas hortaliças em sistemas de cultivo protegido.

Quer saber mais? Assista o vídeo com a Doutoranda em Fitotecnia pela Universidade Federal de Lavras, Mestre em Produção Vegetal pela Universidade Federal de São João del-Rei e Professora Adjunta da Faculdade Arnaldo, Ana Clara Pimenta. 

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