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Frutos atacados pelo cancro cítrico

Com uma estimativa de quebra da safra de laranja 2021/2022, o agricultor precisará redobrar a atenção para evitar a disseminação da bactéria causadora da doença

A última estimativa do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) já indica uma quebra da safra de laranja 2021/2022, prevendo uma redução de 9% na produção, comparada à temporada passada, com 267,87 milhões de caixas de 40,8 kg. Diante deste cenário, os citricultores precisam estar atentos ao manejo de pragas e doenças nas lavouras para evitar ainda mais perdas de produtividade, como a incidência do cancro cítrico (Xanthomonas citri).

A doença pode causar desfolha dos pomares e provoca lesões nos frutos, que perdem a qualidade e podem cair de forma prematura. De acordo com a Fundecitrus, na safra 2020/2021, o cancro cítrico foi um dos principais responsáveis pelos danos de produtividade do cultivo, com perdas de mais de 1,27 milhão de caixas de laranja.

O ataque na folha
Detalhe do ataque
Detalhe das lesões

Os sintomas são visíveis nas folhas das árvores entre duas e cinco semanas após a infecção pela bactéria, com lesões escuras nas plantas. Isso tudo compromete o desenvolvimento do cultivo, pois a perda de folhas afeta a área fotossintética da planta, o que dificulta a absorção de nutrientes e impacta a qualidade da produção. Sem o manejo adequado, a doença acaba influenciando a colheita e depreciando as frutas na hora da comercialização.

Ilustração das lesões no ramo, na folha e no fruto

O controle começa na implantação do pomar com a compra de mudas certificadas, livres do patógeno e de variedades menos suscetíveis à doença. No entanto, se a lavoura já está implantada, o produtor não pode descuidar da inspeção, com um monitoramento constante das árvores para diagnosticar as lesões nas folhas, frutos e ramos.

O objetivo principal do manejo é a proteção dos frutos, para isso, um conjunto de ações devem ser adotadas a fim de evitar o impacto da doença, como:

  • o uso combinado de químicos e biológicos, que tem se mostrado uma excelente opção;
  • implantação de quebra-ventos (barreira fixa para evitar a disseminação da bactéria);
  • controle do inseto transmissor, a larva minadora (Phyllocnistis citrella);
  • plantio de variedades menos suscetíveis.
O inseto disseminador - mariposa da larva minadora (Phyllocnistis citrella)
Detalhe da larva minadora (Phyllocnistis citrella)

Manejo biológico

Para ajudar o citricultor a lidar com este problema, existem soluções que permitem fazer um manejo inteligente do cancro cítrico, como a aplicação de fungicida bactericida microbiologico.

A solução biológica possui múltiplos modos de ação, de maneira que, com a aplicação do produto, os lipopeptídeos produzidos pelo Bacillus subtilis QST713 passam a atuar na membrana celular das estruturas reprodutivas da bactéria, provocando sua deformação e produzindo rupturas.

Consulte um engenheiro agrônomo e planeje o manejo biológico do cancro cítrico.

Fonte: Fábio Matos Maia – Engenheiro agrônomo

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