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BlogSustentabilidade RuraltecTV – Horticultura – Uso de água de estação de tratamento de esgoto comprovadamente eficaz

 
Um experimento realizado em uma área de 200 m² cultivada com alface tem comprovado a eficácia de um protótipo de estação de tratamento de esgoto sanitário
 
Os resultados parciais analisados do padrão de qualidade da água residuária utilizada para irrigação das plantas trata-se do primeiro passo no processo de validação do modelo de estação de tratamento de esgoto (ETE) de baixo custo.
 
O projeto é de uma equipe multidisciplinar de pesquisadores da Embrapa Hortaliças, em parceria com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
 

Resultados promissores!
 
Em todas as parcelas cultivadas com alface, independentemente da fonte da água de irrigação ou do sistema de produção, o resultado foi idêntico: não houve contaminação nem qualquer diferença nos índices de produtividade.

Os plantios de alface foram irrigados por gotejamento porque a água residual entra em contato com o solo e não com as folhas, o que minimiza o risco de contaminação.
 
Além da verificação das duas fontes de águas para irrigação das alfaces, a pesquisa também testou a qualidade do solo e diferentes tipos de cobertura, sendo: solo nu como base de comparação, plantio direto com milheto, mulching plástico preto, e mulching plástico dupla face. Todos os sistemas apresentaram índices de produtividade semelhantes e plantas com qualidade microbiológica adequada ao consumo.
Esse resultado preliminar já atesta a eficiência da qualidade da água gerada pela estação de tratamento.
 
No efluente tratado, não houve contaminação nas folhas por bactérias nocivas e as alfaces mostraram-se seguras para o consumo humano.

Baixo custo e mais famílias atendidas
 
O protótipo foi desenvolvido não apenas para possibilitar o reuso do efluente tratado em irrigação de cultivos de hortaliças, mas também para entregar um sistema de tratamento eficiente e de baixo custo que pudesse ser construído com materiais de fácil acesso e adotados por comunidades rurais.
 
A estação de tratamento possui uma configuração compacta e foi dimensionada para dar vazão a um fluxo de efluentes gerado por até 500 pessoas, o que equivale a um volume diário de 50 m³ (50 mil litros), tendo seu custo de implantação estimado em R$ 80 mil.
Com o sucesso dos primeiros resultados do reúso das águas residuais nos plantios de alface, os testes de validação devem ser expandidos ao longo de 2021 com a instalação de estações de tratamento em comunidades rurais do semiárido nordestino. O primeiro município que receberá uma unidade de validação da ETE será Petrolina (PE).

Garantindo a diversificação de cultivos e muito mais
 
Um projeto com esse arranjo promove, além de questões sobre saneamento, tratamento e reutilização do efluente tratado, novos horizontes para a inclusão produtiva dessas comunidades, aliando preceitos que garantem a segurança alimentar e nutricional advinda da diversificação de cultivos que anteriormente não eram passíveis de trabalho devido à escassez de água e contaminação de corpos hídricos próximos.

Solução para o saneamento e o déficit hídrico
 
A oferta de uma estação de tratamento de esgoto (ETE) de baixo custo e de dimensões compactas pode não somente originar uma nova fonte de água para a irrigação de hortaliças em locais em que há escassez hídrica, como também evitar que o esgoto não tratado seja direcionado para corpos d’água e cause contaminação ambiental.
Com isso, delineia-se um cenário em que projetos de tratamento de efluentes para reuso de água residuária na agricultura são fundamentais como ferramenta de adaptação às mudanças climáticas e como fonte alternativa de água para irrigação de plantios.

Implantação acessível
 
No processo de idealização do protótipo em escala real da estação de tratamento de efluentes (ETE), os pesquisadores da Embrapa adotaram alguns pré-requisitos para o desenvolvimento do modelo. Procuraram atender às normas editadas pelo Inmetro e pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), utilizar materiais de fácil aquisição, privilegiar uma montagem prática e dispor de um tratamento eficiente, mas de baixo custo, preferencialmente sem uso de energia elétrica (uso da energia solar como matriz energética), e que resultasse em uma água residual com qualidade assegurada para irrigação de cultivos de hortaliças.
 
Nas análises realizadas, todos os indicadores ficaram dentro dos parâmetros de qualidade estabelecidos pelas normas e legislações internacionais mais rigorosas como as dos Estados Unidos, Israel, Austrália e União Europeia.
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