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BlogFauna RuraltecTV – Jacaré de papo amarelo

Jacaré do papo amarelo (Caiman latirostris)
Esses animais possuem traços de seus antepassados. Contemporâneo dos grandes dinossauros que habitavam a Terra há milhões de anos, este réptil conseguiu sobreviver às grandes transformações do Planeta. O jacaré de papo amarelo é considerada a espécie que apresenta as maiores dificuldades para garantia de sua preservação, uma vez que uma boa parte de suas populações naturais ocorrem em ambientes altamente antropizados, nos quais há intensa atividade humana.
Devido a esse fato, as populações da espécie sofrem ameaças diretas do desmatamento, da redução do habitat, da poluição, da expansão urbana e especulação imobiliária, uso intenso de agrotóxicos e, ainda, da caça intensiva e imagem negativa associada ao animal em algumas regiões. De acordo com pesquisas, a caça intensiva representa o motivo da reduzida dispersão destes animais em algumas áreas.
Os jacarés possuem importante papel ecológico como predadores de topo, controlando a população de indivíduos de outras espécies, portanto, sua presença é imprescindível no equilíbrio da comunidade local. A criação de Unidades de Conservação em áreas de ocorrência natural de suas populações tem sido fundamental para a garantia de sua preservação, assim como a fiscalização e aplicação das leis ambientais em áreas de ocorrência externas a estas. Como o animal pode ser explorado comercialmente, é fundamental a legalização dos criadores comerciais junto ao IBAMA. Para sua preservação, são também importantes projetos de educação ambiental que tenham por objetivo ressaltar a importância ecológica dos jacarés de papo amarelo, de forma a modificar a imagem negativa associada ao animal.

JACARÉ DE PAPO AMARELO (Caiman latirostris)
Características – são animais ectotérmicos (com temperatura variável, de acordo com o ambiente). Possuem uma longa cauda, útil na disputa por alimento (contra outros animais) e na locomoção dentro da água (a propulsão do jacaré). É o segundo maior jacaré brasileiro, podendo chegar até 3,0 metros de comprimento. Focinho largo, achatado, relativamente curto e pouco ornamentado. Coloração parte superior é marrom-escuro esverdeada, quase pardacenta, e parte inferior creme. Pernas curtas, patas providas de grandes unhas. Quando estão com a boca fechada os dentes do maxilar superior são visíveis. O quarto dente do maxilar inferior encaixa-se numa depressão existente no maxilar superior, permanecendo invisível quando o jacaré está com a boca fechada. Normalmente possuem ornamentos cônicos nucais deparados dos escudos dorsais. Os jacarés são ecologicamente importantes porque fazem o controle biológico de outras espécies animais ao se alimentarem daqueles indivíduos mais fracos, velhos e doentes, que não conseguem escapar de seu ataque. Também controlam a população de insetos e dos gastrópodos (caramujos) transmissores de doenças como a esquistossomose (barriga-d’água). Sua presença representa, ao contrário do que muitos pensam, é uma contribuição eficaz para o aumento da população de peixes nos corpos d’água, já que suas fezes servem de adubo para o desenvolvimento de fitoplâncton, que é utilizado como alimento por diversas espécies de peixes e de outros seres vivos aquáticos. Podem viver mais de 70 anos.
Habitat – brejos, mangues, lagoas, riachos e rios.
Ocorrência – leste do Brasil (do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul) até o centro-oeste, pelas bacias dos rios Paraná, Paraguai, Uruguai e São Francisco, pelos países vizinhos do Uruguai, norte e nordeste da Argentina, Paraguai e leste da Bolívia.
Hábitos – diurno, crepuscular e noturno, terrestre e aquático, vivendo em grupos. Durante o dia apreciam o “banho de sol” em grupos e à noite, caçam. Gostam de calor, não suportam o frio e têm boa visão noturna.
Alimentação – carnívoro (peixes, répteis, aves e mamíferos).
Reprodução – ovíparo. O acasalamento ocorre na terra ou em charcos com pouca água. O ninho é construído entre a vegetação, próximo à água, e os ovos são cobertos com folhas secas e areia. Após a postura, a fêmea torna-se mais agressiva e nunca se afasta dos ovos. A desova consiste de 17 a 50 ovos por postura, que eclodem após 70 a 80 dias de incubação. Quando nascem, os filhotes se dirigem rapidamente para a água, fugindo dos predadores. 
Predadores naturais – os ovos e os jovens podem ser predados pelo lagarto teiú, o quati, o guaxinim, gaviões e outras aves. Os maiores por onças.
Ameaças – espécie ameaçada de extinção pela poluição de rios e lagos por esgotos, agrotóxicos e metais pesados, assoreamento de rios, aterramento de lagoas, drenagem dos brejos, devastação de restingas pela exploração imobiliária, caça e tráfico de animais silvestres.
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