MEIO AMBIENTE -  Como atrair corrupião

Aplicativo da Embrapa no celular

A concepção levou em consideração uma linguagem acessível e funcionalidades amigáveis para que o uso seja facilitado, com formulários que ajudarão na gestão das propriedades

Pesquisadores da Embrapa Territorial (Campinas-SP) apresentaram recentemente os resultados do Projeto Pró-Orgânico, desenvolvido desde 2020 por centros de pesquisa da Embrapa e parceiros. Trata-se de um aplicativo desenvolvido que está em teste e deve ser disponibilizado no próximo ano para uso público. A expectativa é que a ferramenta facilite o trabalho de produtores orgânicos brasileiros.

A tecnologia ganhará versões para celular e para computador e poderá ser acessada off line. A ideia é que a ferramenta torne mais simples para o produtor rural o preenchimento dos documentos de avaliação da conformidade orgânica. A ferramenta também vai proporcionar um ambiente seguro para sistematizar os dados coletados dos usuários e dos ambientes de produção, a fim de promover a certificação participativa e permitir o uso restrito pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Resumo do sistema

A iniciativa é uma parceria entre a Embrapa, o Mapa, a Cooperativa Agroflorestal Comuna da Terra – que reúne 80 famílias do assentamento Mário Lago, em Ribeirão Preto (SP) – e a Central de Associações Orgânicos Sul de Minas (OSM), congregação de 15 núcleos regionais, organizados em associações, cooperativas e outros grupos, e que atende 212 agricultores.

A pesquisadora Gisele Freitas Vilela contou a história do projeto que culminou com o aplicativo. A demanda surgiu de uma consulta feita a interessados e os diversos parceiros envolvidos que contribuíram com a criação da tecnologia. O Mapa apoiou com recursos humanos na confecção do aplicativo e, na reta final, ajudou na validação da ferramenta com produtores de Ribeirão Preto e do sul de Minas Gerais. No percurso para a obtenção do selo orgânico de seus produtos, os agricultores encontram dificuldades para preencher as documentações exigidas, como, por exemplo, o plano de manejo orgânico. O documento é obrigatório e registra o que será cultivado no ano, além de levantar informações sobre o solo, a biodiversidade, os recursos hídricos e as práticas agrícolas que serão adotadas.

A concepção do aplicativo levou em consideração uma linguagem acessível e funcionalidades amigáveis para que o uso seja facilitado. Nesta fase final, os produtores estão testando e preenchendo formulários que vão ajudar na gestão das propriedades. A ferramenta foi pensada para apoiar os produtores, o próprio Mapa, as certificadoras e outros sistemas participativos de controle que garantem a qualidade orgânica dos produtos. Os participantes testaram o protótipo em suas versões para o celular e para o computador.

Produtor orgânico com cenouras e beterrabas colhidas

Entre outras funcionalidades, o aplicativo terá uma Organoteca, espécie de biblioteca interativa com tecnologias e publicações técnicas lançadas pela Embrapa e por parceiros. O aplicativo também conta com uma lista com insumos permitidos no cultivo orgânico, uma demanda muito comum dos produtores. A ferramenta foi concebida para que o preenchimento solicite informações obrigatórias que o agricultor orgânico precisa repassar ao Mapa, facilitando o envio. O aplicativo deve facilitar o acesso a dados para geração de painéis que apresentem a distribuição dos produtores orgânicos e as culturas produzidas em cada região.

A tecnologia também disponibilizará aos usuários das organizações parceiras um caderno de campo para registro de suas atividades e uma tabela para planilha de custos, recursos que podem apoiar o agricultor na gestão de sua lavoura. Pelo acesso ao conjunto de dados dos usuários e de suas unidades de produção, os sistemas participativos de certificação e o Ministério da Agricultura podem ter uma programação da estimativa de safra dessas culturas; uma visão das práticas adotadas; conhecer as dificuldades em determinados aspectos da produção orgânica, e, com isso, poderão prestar alguma assistência naquele ponto.

A equipe de desenvolvimento já está em contato com instituições que podem ajudar, como o Sebrae, o Ibama, a Associação Paulista de Municípios (APM) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), entre outras. A Superintendência Federal de Agricultura-SFA-SP também jà está à disposição da Embrapa.

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