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Variedade de mini arroz produzida no Vale do Paraíba

O arroz (Oryza sativa) é um dos grãos mais cultivados e consumidos no mundo e faz parte do cardápio diário dos brasileiros. O país está entre os maiores produtores mundiais, com média de 10 milhões de toneladas por safra, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (Usda). Segundo levantamento do Instituto de Economia Agrícola (IEA – Apta), órgão ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento de SP (SAA), no sstado de São paulo, a área destinada a produção do grão gira em torno de 5,6 mil hectares, com uma produtividade média de 32 mil toneladas/hectare), concentrada principalmente nas regiões de Guaratinguetá (47,4%), Pindamonhangaba (29,6%) e Registro (16,7%), que juntos representam 93,7% do cultivo paulista.

Mas a novidade para este segmento é o mini arroz, 100% brasileiro, cultivado no Vale do Paraíba (SP). O Instituto Agronômico (IAC) possui um programa de melhoramento genético e pesquisa tipos especiais de arroz para nichos de mercado. Hoje são 5 cultivares especiais: IAC 300, IAC 400, IAC 500, IAC 600 e IAC 301. O Vale do Paraíba se mostrou favorável ao plantio de tipos especiais (dentre eles o arroz preto, arroz para a culinária japonesa, aromático e arbóreo). A região possui condições climáticas adequadas para a produção, fazendo com que a qualidade de grãos seja equivalente aos produzidos nas principais regiões da Itália. A mudança no perfil dos rizicultores paulistas se deu pelo trabalho da Secretaria de Agricultura, que desenvolveu o arroz preto IAC 600. Com sabor e aroma acastanhados, o produto tem 20% a mais de proteínas do que o arroz agulhinha e alto valor agregado.

Plantio de arroz no Vale do Paraíba
Plantio de arroz no Vale do Paraíba

O produto é valorizado, principalmente, na alta gastronomia em pratos sofisticados como risotos, acompanhamentos delicados e sobremesas. Além de ser visualmente atraente, possui cozimento rápido com consistência mais cremosa, um sabor marcante, textura macia e aroma suave. Vem se destacando como uma excelente fonte de energia, devido à quantidade de carboidrato em sua composição, mas também contém proteína e teores significativos de vitaminas B1, B2 e B3, fósforo, zinco, ferro e fibras. É hoje o menor grão de arroz do mundo, com grãos muito pequenos e arredondados. Um quilo da iguaria custa, em média, 8 vezes mais que o arroz agulhinha.

A empresa Ruzene, localizada em Guaratinguetá, possui uma cultivar exclusiva do mini arroz, obtida por meio de seleção massal e cruzamentos conduzidos em seu centro de pesquisa. Em sua linha, contam com diferentes variedades, com diferencial de cores e sabores para atender a demanda do mercado. No momento a empresa comercializa três tipos de mini arroz: o preto e o vermelho, resultado de cruzamentos e com sabor acastanhado; e o branco, resultante do cruzamento com arroz aromático, com aroma floral e sabor levemente adocicado. Fruto de uma década de pesquisas no CIPAR (Centro de Intercâmbio e Pesquisa Arroz Ruzene), o mini arroz têm sido o charme dos eventos e referência em inovação no universo da gastronomia.

Pratos com o mini arroz
Pratos com o mini arroz

A empresa produz cerca de 70 toneladas por ano e, atualmente, se dedica à multiplicação de sementes, cerca de 50 toneladas, que será destinada ao país africano Angola, por meio de uma parceria. A venda é voltada para um público particular, que aprecia pratos diferenciados da culinária gourmet. Por essa razão, o volume ainda é reduzido, uma vez que o Brasil começou a se familiarizar com esses tipos de arrozes especiais há apenas uma década, no entanto, as vendas têm crescido a cada ano. As características do solo e ambiente do Vale do Paraíba trazem a unicidade do mini arroz, um verdadeiro deleite de tão suave e versátil para pratos doces e salgados, sendo ideal para criar receitas exóticas e inovar em pratos que utilizam o arroz tradicional.

A expectativa para a safra brasileira de arroz é de aumento este ano, segundo previsão do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA). No ciclo 2024/2025, a área plantada deve crescer algo em torno de 5,3%. Uma maior oferta de grãos, aliado à demanda internacional pelo mercado de arroz brasileiro, bem como a alta taxa de juros deve impulsionar as exportações em cerca de 2 milhões de toneladas. O maior exportador do mundo, a Índia reduziu a tarifa de 20% para 10% do arroz parboilizado. Também retirou algumas restrições ao arroz branco polido, impactando o mercado externo com uma redução de aproximadamente US$ 30 por tonelada.

A alta gastronomia tem mostrado cada vez mais interesse por produtos e ingredientes desconhecidos, disponíveis na extensa biodiversidade da cultura brasileira, e tem o mini arroz como um produto diferente, de alta qualidade, que permite diversas aplicações na cozinha. Sua utilização estimula o pequeno produtor a manter e expandir seu negócio.

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