Polinização. Trata-se do transporte de pólen de uma flor para a outra. É por meio desse processo que as flores são fecundadas, dando início ao desenvolvimento de frutos e sementes. Ela pode ser feita pela água, pelo vento e por muitos animais, como borboletas e beija-flores. Mas o animal mais famoso pela capacidade de polinização – e é de fato o mais eficiente – é a abelha, pois é mais rápida, consegue voar em zigue-zague e, após um tempo com a colônia instalada em certo local, consegue saber qual o melhor horário para coletar pólen (elas observam a flora próxima à colmeia e associam com a intensidade da luz do dia).
A importância da abelha. Você gosta de abobrinha, de melancia e de maracujá? Esses e muitos outros vegetais não existiriam ou seriam muito diferentes sem a polinização feita por esses pequenos insetos. As berinjelas, por exemplo, seriam menores que maçãs. Sem as abelhas, perderíamos 70% dos alimentos que são polinizados por elas. Além disso, haveria extinção de outros animais que também dependem de vegetais polinizados por abelhas e daqueles que predam estes.
Somos cleptoparasitas. Nós, seres humanos, roubamos o alimento de uma vida inteira de uma abelha, já que, até mesmo entre aquelas que são mais produtivas, é necessário uma vida inteira de trabalho para produzir apenas uma colher de mel! Não satisfeitos, também roubamos o pólen delicadamente coletado por elas, o própolis, a geleia real e a cera de abelha.
Abelha sem ferrão. Na realidade essas abelhas possuem o ferrão atrofiado o que impossibilita o seu uso. Existem muitas espécies dessas abelhas. As principais são: a irapuã, que também é bastante utilizada na agricultura; a jataí, que é fã de flores ornamentais; e a mirim, que os produtores de morangos levam para morar na plantação deles e impedir deformidades genéticas nos frutos, porque a polinização leva genes de uma planta para outra, impedindo a consanguinidade, isto é, a mistura de genes semelhantes entre flores de uma mesma planta, que são como “flores irmãs”. A mamangava, abelha de grande porte, não é usada na extração de mel, mas é indispensável para cultivar maracujá. A fruta raramente se desenvolve sem polinização e essa abelha é tão relacionada a ela, que não reconhece variedades transgênicas e só aceita maracujás “originais”.
Apicultura e meliponicultura. É comum haver confusão a respeito dos diferentes tipos de cultivo de abelhas. Mas apicultura se refere ao cultivo das abelhas-europeias ou africanizadas, como já mencionadas, as Apis mellifera. Essa espécie não é nativa do país, tendo sido trazida pelos europeus para o uso religioso de sua cera e de seu mel para fim alimentício. Mais tarde, por volta do ano de 1956, também foi trazida a abelha africana, que formou uma híbrida com a europeia, chamada de abelha africanizada. Já a técnica da meliponicultura se refere à criação de abelhas nativas do Brasil. Essas abelhas brasileiras são conhecidas como abelhas sem ferrão. Elas se defendem utilizando suas mandíbulas e patas. Entre as espécies comuns de abelhas nativas estão jataí, uruçú, mandaçaia, jandaíra, tiúba, tubí, entre outras.
De acordo com estudo publicado na revista Scientific American, é preciso priorizar a criação de abelhas nativas, pois as exóticas podem ser prejudiciais ao equilíbrio dos ecossistemas.
A característica sem ferrão das espécies nativas, por zerar o risco de picada de abelha, tem facilitado sua criação por amadores. Essas pessoas cultivam abelhas por reconhecerem sua relevância ambiental e, em alguns casos, para extrair seu mel.
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