MEIO AMBIENTE -  Como atrair corrupião

Praça Agroecológica de Maricá - colheita de alface
Salsinha, alface e beterraba são alguns dos alimentos que têm sido distribuídos à população em Maricá

Praças e Parques são destinados a atividades lúdicas, recreativas, de lazer e convivência, associados a ambientes de acessibilidade pública.
 
São capazes de regenerar aspectos físicos e socioeconômicos de áreas degradadas, configurando espaços ideais para os pedestres. Seus planejamentos vão da acessibilidade à iluminação e segurança – uma solução completa que requer compreensão da dinâmica e dos aspectos culturais do local.
 
E as praças ecológicas estão se tornando uma realidade no Brasil. Como veremos, na Europa, temos exemplos bastante interessantes.

Maricá inaugura praça agroecológica de 2 mil m²

O bairro de Araçatiba, na cidade de Maricá (RJ), ganhou uma praça agroecológica onde estão sendo produzidas hortaliças, verduras, ervas e frutas. A colheita é destinada aos próprios moradores. Em tempos em que é tão urgente pensar na segurança alimentar, este é um belo exemplo a ser copiado.
A praça agroecológica possui 36 canteiros, em mais de 2 mil m², onde são cultivados plantas ornamentais, medicinais e aromáticas. Um deles é inclusivo para deficientes.
 
Para manter o plantio bem cuidado foi implantado o sistema de irrigação por gotejamento. Já para evitar bichinhos indesejados está sendo adotada a técnica de rotação de culturas e diversificação de espécies.
 
Não deixando de lado as funções que uma praça comum deveria cumprir, o espaço abriga também academia ao ar livre para jovens e adultos e playground para as crianças.
 
“O sentido vai muito além do que os nossos olhos podem ver. Além do plantio e colheita das hortaliças, bem no coração da cidade, o projeto vem para valorizar nossa terra, integrar um pouco da nossa área rural com a cidade e ressignificar essa relação através dos nossos espaços públicos”, afirmou o prefeito.
Além de estreitar a relação dos moradores com a terra, o projeto busca inspirar a população sobre a viabilidade do plantio urbano, mesmo em pequenos espaços. A cada novo fruto, um novo estímulo para colocar a mão na massa.
 
Salsinha, alface, cebolinha, mostarda, tomate cereja, beterraba e almeirão foram alguns dos alimentos livres de agrotóxicos já colhidos e distribuídos fresquinhos para a população local. Quem passa pela praça ganha mudas de hortaliças, além de informações sobre plantio, manutenção e colheita de alimentos.

Parques e praças pelo mundo

Conheça 16 parques e projetos de mobiliário urbano pelo mundo que contam com hortas coletivas, sistema de aproveitamento de água, degraus de grama e muito mais.

1- Metropol Parasol | Sevilha, Espanha

Projetado pelo arquiteto alemão Jürgen Mayer-Hermann, o Metropol Parasol possui 150×70 m de largura e 26 m de altura, sendo considerado a maior estrutura de madeira do mundo. A obra consiste em seis guarda-sóis com a forma de cogumelos, cujo desenho se inspira nas abóbadas da catedral de Sevilha e das árvores típicas da praça Cristo de Burgos, elementos importantes na arquitetura da Espanha.

2- Dune | Paris, França

O projeto do estúdio Ferpect foi o ganhador da Bienal de Design de Mobiliário Urbano de Paris, em 2011. As estruturas de madeira em forma de dunas (montanhas de areia formadas pela ação do vento) são reconfiguráveis e podem ser rearranjadas em mesas, prateleiras e bancos – tudo de acordo com a necessidade dos usuários no momento.

3- Lentspace | Nova York, Estados Unidos

O Lentspace foi concebido como um espaço para eventos, exposições de esculturas, fotografias e como viveiro para plantas. Há ainda um muro móvel de madeira, que pode ser aberto em diferentes ângulos para funcionar como bancas ou painéis para exposição. A intenção do Lentspace é oferecer atividade e ocupação a um terreno ocioso em Nova Iorque até que o projeto definitivo a ser implantado fique pronto.

4- Parc de la Marina | Barcelona, Espanha

O projeto foi construído em torno do rio Riera de Saint Climent, com o objetivo de recuperá-lo e oferecer um sistema hidráulico sustentável para coletar água da chuva e utilizá-la para irrigação de maneira natural. Assim, o rio foi transformado em um parque urbano, tendo sua vegetação nativa recuperada e as partes cobertas transformadas em avenidas arborizadas.

5- Place Au Changement | Saint-Étienne, França

Depois de ganharem uma competição da Agência de Planejamento Urbano da cidade de Saint Étienne, os arquitetos da Collectif Etc deram início à construção participativa da praça Au Changement, onde os próprios habitantes do local montaram o mobiliário e plantaram flores e árvores. Antes disso, o lugar era um terreno sem uso há anos.

6- Piazza Fontana a Quinto de Stampi | Rozzano, Itália

A Piazza Fontana foi concebida como um espaço multiuso para os moradores do vilarejo de Rozzano, na Itália. A intenção foi dar identidade ao espaço, mesmo que o perfil de atividades a serem desenvolvidas na praça fosse livre. O local escolhido para a construção da praça é formado por dois terrenos – um antigo estacionamento e uma área com vegetação -, e o padrão geométrico com a proporção do “Retângulo de Ouro” garante equilíbrio, beleza e flexibilidade ao espaço.

7- Piazza Istria | Florença, Itália

Projetado pelo Studio Ferrara, o espaço explora a utilização de pedras naturais da região de Florença. A Piazza Istria conta ainda com uma varanda coberta, bancos longos de pedra e madeira, uma fonte de água potável e espaço para árvores e plantas nos arredores. A iluminação em LED faz com que o espaço seja ainda mais eficiente e sustentável, oferecendo usos variados da praça como local de integração urbana.

8- LUX Stahlhof Belval Ouest | Esch-sur-Alzette, Luxemburgo

Construída onde existia uma antiga fábrica de aço, a praça LUX Stahlhof Belval Ouest é exemplo de uma revitalização inteligente e que trouxe vida para um espaço industrial dominado pelo concreto. O novo parque, projetado pelo escritório AllesWirdGut Architektur, incorpora áreas de lazer e de vegetação concentrados em “ilhas”, além de utilizar materiais mais rústicos – como o aço e a madeira – e integrá-los ao concreto antigo.

9 – Estacionamento, Mercado Municipal e Praça Rubí | Rubi, Espanha

O mercado e a praça estão localizados bem no centro da cidade de Rubi, na Espanha. O projeto de autoria do escritório MIAS Architects envolveu a reforma do mercado, um estacionamento integrado e a criação de uma praça aberta, onde o público pode frequentar e as feiras e exposições do mercado também podem acontecer.

10- Banyoles, Espanha

O projeto de revitalização da parte antiga da cidade espanhola de Banyoles também é de autoria do MIAS Architects. A área deteriorada fazia com que pedestres e veículos circulassem juntos em ruas estreitas e sem pavimentação, enquanto os canais de irrigação da cidade – que continham água limpa – acabaram se juntando ao sistema de esgoto.
A ideia foi dar identidade à região, renovando a praça central e as ruas adjacentes com mosaicos de mármore travertino, encontrado em abundância no solo da região, e devolvendo o espaço para os pedestres. Os canais de irrigação também foram tratados e descobertos em pontos estratégicos – ao todo, o processo de renovação de Banyoles levou 10 anos para ser concluído.

11- Nessie | Bologna, Itália

Projetado pelo escritório italiano BScape, o mobiliário urbano Nessie pode ser utilizado como área de descanso, lazer, assento e uma fonte de água. A intenção é estabelecer novas funções na vida ao ar livre no ambiente urbano.

12- Place des droits de l’homme | Tremblay-en-France, França

A Praça dos Direitos Humanos foi construída em uma bairro surgido nos anos 80 na cidade de Tremblay-en-France. Além de pequenas hortas, o espaço de 4 mil m2 quadrados conta também com iluminação em LED, sistema de captação e aproveitamento de água e abriga os eventos públicos comunitários da cidade.

13- Piazza di Vittorio | Nichelino, Itália

O projeto da Piazza di Vittorio faz parte da revitalização da região central da cidade italiana, que buscou unir seus valores tradicionais à modernidade, dando destaque tanto às estruturas metálicas quanto para a arquitetura ao redor – que conta com obras como o antigo edifício da Câmara Municipal e da Igreja da Santíssima Trindade.

14- Lungolago Di Lesa | Lesa, Itália

O Lungolago faz parte da iniciativa de revitalização do entorno do lago de Lesa, no norte da Itália. Como um calçadão contínuo, o projeto tem como objetivo restaurar e recuperar elementos significativos, como a flora e disposição de mobiliário urbano ao longo do rio. Localizada na entrada da cidade, a passarela também recebeu o incremento de novos materiais. Como um espaço público, deveria seguir as regras do Ministério do Meio Ambiente do país, que estabelece que os projetos precisam ter no mínimo 30% de insumos de origem reciclável. Entre aço corten, granito e fitas de LED azul, o Lungolago assume uma forma linear e geométrica em contato direto com a estrada.

15 – Måløv Axis | Ballerup, Dinamarca

Projetado pelos estúdios ADEPT e LiWplanning, o parque Måløv Axis foi o vencedor do Prêmio de Paisagismo da Dinamarca em 2010. A intenção do projeto é integrar arquitetura e a paisagem natural do local, marcada por vales e planícies moldadas pelas geleiras durante o Período Glacial. O parque ainda conecta duas áreas distintas da cidade de Ballerup, que antes estavam isoladas e sem integração devido ao tráfego intenso da metrópole.

16- The Longest Bench | West Sussex, Reino Unido

Considerado o maior banco do Reino Unido, o mobiliário urbano construído pelo Studio Weave possui 324 m de comprimento e é capaz de abrigar até 300 pessoas sentadas. Situado no litoral de Littlehampton, o projeto contou com a ajuda de alunos de uma escola local para pensar conceitos e materiais, como a parte coberta na imagem acima e as ripas de madeira em cores neon.
 
A lista ainda é um pouco eurocêntrica, mas não se preocupe: o investimento em parques, praças e mobiliário urbano sustentável e coletivo também já está chegando aqui no Brasil.
 
Fonte: Hometeka por Nadine Alves e CicloVivo por Marcia Sousa
 
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