CAMPING -  Dicas para escolher a barraca ideal

Manchetes da semana - 05 a 11-07-2025

Foco de gripe aviária no Parque do Ibirapuera é confirmado

A Defesa Agropecuária da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo confirmou essa semana a ocorrência de um foco de gripe aviária em aves silvestres, que foram identificados em três aves da espécie irerê (Dendrocygna viduata). Os animais diagnosticados com a doença foram encontrados no Parque do Ibirapuera, um dos mais visitados da cidade de São Paulo. Diante do caso, a Defesa Agropecuária, em conjunto com a direção do parque e com a Prefeitura, irá intensificar as atividades de educação sanitária no local a fim de conscientizar a população acerca dos procedimentos que devem ser adotados para evitar a propagação da doença, ressaltando que não há risco à população, nem impacto na produção avícola, e que o consumo de carne de aves e ovos é seguro.

Pronara não proíbe agrotóxicos, mas estimula substituição gradual

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, o Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara), lançado nesta semana pelo governo federal, não prevê a proibição de uso de nenhum produto autorizado atualmente, mas cria a estrutura de governança no Executivo para criar mecanismos, via políticas públicas, para substituir gradualmente o uso de insumos químicos por biológicos. O caminho para a transição no uso desses produtos para outros, de base biológica, será trilhado por meio de incentivos e com respeito à posição técnica do Ministério da Agricultura, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), responsáveis pelo fluxo de análise, aprovação ou suspensão de defensivos agrícolas no país. As legislações já aprovadas, como a nova lei dos defensivos agrícolas (Lei nº 14.785, de 27 de dezembro de 2023) e a lei dos bioinsumos (Lei nº 15.070, de 23 de dezembro de 2024), já preveem o avanço gradual para produtos menos tóxicos e menos nocivos ao meio ambiente. As regulamentações, ainda pendentes, também devem prever outras medidas nesse sentido. O objetivo do Pronara é apoiar a pesquisa, o desenvolvimento, a produção e o acesso aos bioinsumos no país. A intenção é que esses produtos sejam “predominantes” na produção agropecuária brasileira.

Greening, doença chamada de Huanglongbing (HLB), é uma das doenças mais graves dos pomares de citros
Greening, doença chamada de Huanglongbing (HLB), é uma das doenças mais graves dos pomares de citros

Governo atualiza o programa nacional para combater o greening

O Ministério da Agricultura oficializou, por meio da Portaria SDA/Mapa nº 1.326, de 04 de julho de 2025, atualizou o Programa Nacional de Prevenção e Controle ao Huanglongbing (PNCHLB). A normativa revoga uma portaria de 2021 que tratava do programa. A medida tem como objetivo frear a disseminação da doença conhecida como greening dos citros, causada pelas bactérias Candidatus liberibacter asiaticus e Candidatus liberibacter americanus, transmitidas pelo inseto psilídeo Diaphorina citri. A nova norma define critérios para o controle, vigilância, produção de mudas, trânsito de material vegetal e manutenção do status fitossanitário das unidades da federação. O programa será coordenado pelo Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas, com execução pelas Superintendências de Agricultura e Pecuária dos estados e Distrito Federal, além de outras instâncias do Suasa. A portaria classifica as unidades da federação em duas categorias: com ou sem ocorrência de HLB. Para manter o status de área livre da praga, os estados devem realizar levantamentos fitossanitários anuais, manter cadastros georreferenciados de produtores, monitorar o vetor transmissor e elaborar planos de ação específicos. Entre os critérios exigidos, o destaque vai para a inspeção de pelo menos 10% das plantas em unidades de produção e de 100% das plantas em viveiros que produzem material propagativo. Plantas com sintomas suspeitos devem ser coletadas e analisadas em laboratórios oficiais.

Novos mercados abertos para exportação

O governo da Malásia autorizou a importação de colágeno bovino brasileiro destinado à alimentação animal. A medida representa mais uma conquista para o setor agropecuário nacional e fortalece a presença do Brasil no Sudeste Asiático. Com mais de 34 milhões de habitantes e uma indústria pecuária em desenvolvimento, a Malásia apresenta demanda crescente por insumos de alta qualidade destinados à alimentação animal, especialmente para aves e suínos. Em 2024, o Brasil exportou cerca de US$ 1,27 bilhão em produtos agropecuários para a Malásia. Os principais itens exportados foram produtos do complexo sucroalcooleiro, fibras e produtos têxteis, cereais, farinhas e preparações, café e carnes. Outra importante abertura de mercado se deu por parte dos países da União Europeia que passarão a comprar castanhas torradas de baru do Brasil. Considerada um “superalimento” por suas propriedades nutricionais, a exportação desse tipo de castanha tem potencial crescente nos mercados de alimentos funcionais e naturais. Essa abertura é um marco importante no fortalecimento da bioeconomia brasileira e na valorização de produtos oriundos do cerrado no mercado internacional. Outro importante mercado foi anunciado pelo governo de El Salvador que aprovou o modelo de Certificado Sanitário Internacional (CSI) para a importação de carne bovina do Brasil. A expectativa é de crescimento expressivo nas vendas de carne bovina, considerando que o país centro-americano importou mais de US$ 283 milhões desse produto no último ano. A Costa Ria foi outro país que autorizou a importação, dessa vez para o arroz brasileiro, em casca e polido. Essa medida pode ampliar a presença do arroz brasileiro na América Central, região que depende de importações desse cereal para garantir o abastecimento interno. Com estes anúncios, o agronegócio brasileiro alcança 392 aberturas de mercado desde o início de 2023.

IMA avança no controle de javalis em unidades de conservação

Devido ao risco causado pela invasão de javalis (Sus scrofa) à preservação da biodiversidade nas unidades de conservação estaduais, administradas pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), o órgão tem realizado o manejo da espécie em quatro parques: Rio Canoas, Fritz Plaumann, das Araucárias e da Serra Furada. Espécies exóticas invasoras são consideradas a segunda maior causa de perda da biodiversidade em escala global e representam um desafio para a conservação dos recursos naturais. O javali é classificado como uma das 100 piores espécies exóticas invasoras do mundo pela União Internacional de Conservação da Natureza. Isso se deve a sua agressividade e facilidade de adaptação que, associadas à reprodução descontrolada e à ausência de predadores naturais, resultam em uma série de impactos ambientais e socioeconômicos. Nos parques em que o manejo têm sido realizado, os resultados são visíveis. A coordenação das ações pelo Programa Estadual de Espécies Exóticas Invasoras tem sido crucial para garantir que o manejo seja realizado de forma padronizada, eficiente e em conformidade com a legislação vigente. O método de captura de javalis adotado nas unidades de conservação administradas pelo IMA é o de ceva e uso de armadilhas tipo curral, previsto na Instrução Normativa Ibama 12, de 25 de março de 2019. Essa técnica proporciona um maior controle nas etapas do manejo, a captura de vários animais ao mesmo tempo e evita o afugentamento de javalis para áreas de difícil acesso.

Donald Trump

Trump anuncia tarifa de 50% para produtos do Brasil

Donald Trump, anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e representa a mais alta taxa entre as anunciadas recentemente pelo republicano. A decisão foi tornada pública em uma carta dirigida ao presidente Lula, divulgada na rede social de Trump. No documento, o norte-americano justificou a medida apontando uma “relação comercial injusta” entre os dois países e criticou duramente a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) no processo contra Bolsonaro. Trump também usou o anúncio para defender Bolsonaro, classificando o julgamento do líder brasileiro como uma “caça às bruxas” que, segundo ele, “deve acabar imediatamente”. O republicano também justificou a nova tarifa como uma reação à postura do Supremo Tribunal Federal (STF) em temas ligados à liberdade de expressão. A decisão gerou forte repercussão nos meios diplomático e econômico. Trump afirmou que qualquer país que se alinhe às políticas antiamericanas do BRICS será taxado com tarifa extra de 10%, não havendo exceções a essa política. Os Estados Unidos então entre os principais mercados para diversos produtos do agronegócio do Brasil. Café, suco de laranja, carne e produtos florestais estão entre eles e podem ser os mais prejudicados pela tarifa. A taxação colocaria o preço da tonelada de carne exportada pelo Brasil em cerca de US$ 8.600, inviabilizando qualquer comercialização para o mercado americano, segundo a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), que ressaltou enorme preocupação com a medida, pois a tarifa retira o produto brasileiro da concorrência para esse mercado tão importante para o setor de carne bovina, como os EUA.

Ministro Fávaro destaca potencial do Brics para novas oportunidades

Nesta semana foi realizada a 17ª Cúpula dos Chefes de Estado do BRICS. o ministro Carlos Fávaro ressaltou que ouviu de todos os líderes, nas plenárias e nas reuniões bilaterais, uma defesa firme do multilateralismo. O Brasil vem ganhando cada vez mais espaço nesse cenário, por meio do diálogo e da construção de pontes. Para ele, o BRICS é uma grande oportunidade para levar essa mensagem positiva a diversos setores. Comentou que o mercado está cada vez mais exigente e que boas práticas abrem novas oportunidades, destacando que o mundo está cada vez mais atento à procedência dos alimentos e é natural que seja assim. O consumidor não aceita mais produtos de origem ambiental questionável, envolvendo desmatamento, queimadas ilegais ou degradação. Também não aceita produtos sem boas práticas sanitárias.

Onça invade a casas e apavora moradores

Moradores de Cambé, no norte do Paraná, tiveram uma surpresa inesperada: uma onça-parda (Puma concolor) invadiu pelo menos três casas na cidade. A primeira aparição do animal foi em uma chácara, onde a moradora contou que abriu a porta e se deparou com a onça na entrada de sua casa. A onça acabou se refugiando na casa de uma vizinha, onde se abrigou em uma construção nos fundos. Assim que perceberam a presença do animal, os moradores acionaram o Corpo de Bombeiros e o Batalhão de Polícia Ambiental da Polícia Militar, que rapidamente se mobilizaram para o resgate. Com o apoio de veterinários especializados em animais silvestres, a equipe conseguiu capturar a onça de forma segura. Ninguém ficou ferido durante a ação, que contou com a ajuda e destreza dos profissionais especializados que informaram que se tratava de um macho, com aproximadamente quatro anos de idade. Após passar por exames, o animal será devolvido à natureza, em uma área adequada para sua preservação. Essa ação reforça a importância de manter a convivência harmoniosa entre humanos e animais silvestres, além de destacar o trabalho dedicado das equipes de resgate na proteção da fauna local.

João Pedro Stedile
João Pedro Stedile

Stedile defende Bolsa de Grãos do BRICS e critica domínio especulativo nos alimentos

Uma bolsa de grãos criada pelos países do BRICS pode ser o primeiro passo para enfrentar a especulação nos preços dos alimentos e tirar das mãos de grandes corporações o controle sobre os estoques globais. A avaliação é de João Pedro Stedile, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e conselheiro da delegação brasileira no Conselho Popular da Cúpula dos Líderes do BRICS. Stedile defendeu a proposta apresentada pela Rússia e já endossada pelos ministros da Agricultura do grupo, que pretende estabelecer uma plataforma comum para a comercialização de grãos, como alternativa às bolsas ocidentais. Segundo ele, a iniciativa é muito boa, e vai ajudar a que os países assumam o comando, o controle de estoque de grãos, que hoje se transformaram apenas em commodities agrícolas, controladas por 5 empresas globais. Isso vai ajudar também a terminar com a especulação das bolsas de futuro, que jogam o preço dos grãos nas alturas e prejudicam a todos que deles necessitam.

Brasil e China assinam acordo para ferrovia que ligará Atlântico e Pacífico

Brasil e China assinaram um memorando de entendimento para realizar estudos de viabilidade de uma ferrovia interoceânica ligando o território brasileiro ao porto de Chancay, no Peru. A iniciativa busca fortalecer a integração sul-americana e facilitar o escoamento de commodities para o mercado asiático. Os estudos serão conduzidos pela Infra S.A., estatal vinculada ao Ministério dos Transportes, e a China Railway Economic and Planning Research Institute. Segundo o governo brasileiro, a rota proposta para a ferrovia prevê o início na Bahia, cruzando os estados de Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre, até alcançar o Peru, com o objetivo de conectar o Brasil ao porto de Chancay, no Oceano Pacífico. A ferrovia é parte do projeto Corredor Bioceânico, que busca conectar os países da América do Sul por meio de uma rede logística integrada. A estimativa é que a nova rota reduza em até dez dias o tempo de transporte de cargas entre o litoral brasileiro e o mercado asiático.

Brasil e Índia assinam parcerias na produção de alimentos e etanol

O presidente Lula recebeu em Brasília, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, após reuniões do encontro dos BRICS. Durante a visita de Estado, quatro acordos comerciais foram assinados em temas que envolvem parcerias em energia renovável, combate ao terrorismo e ao crime organizado, troca de informações confidenciais e pesquisa agrícola. No que compete ao agro, ficou estabelecido uma cooperação entre a Embrapa e o Conselho Indiano de Pesquisa Agrícola para estimular projetos de inovação na produção de alimentos. Ficou decidido, também, que os dois países avançarão em parcerias que envolvam biocombustíveis. Isso porque a Índia tem a meta de ampliar para 20% a mistura de etanol na gasolina que circula em seu território e para 5% a proporção de biodiesel no óleo diesel.

A conectividade tornou-se uma condição essencial para o aumento da produtividade e para a elevação da qualidade de vida no campo
A conectividade tornou-se uma condição essencial para o aumento
da produtividade e para a elevação da qualidade de vida no campo

20% das propriedades rurais seguem sem internet

Pesquisa do IBGE mostrou que o número de fazendas com acesso à internet subiu de 78,1% em 2022 para 81% em 2023. Ainda assim, cerca de 20% das propriedades brasileiras seguem sem conexão, o que limita a adoção de tecnologias que já transformam a produtividade no campo. A conectividade rural pode ser viabilizada por fibra óptica, rádio ou satélite. O satélite tem o benefício de cobrir todo o território nacional, sem as limitações da fibra, que depende de densidade populacional e poder aquisitivo locais para expansão. Nas regiões norte e centro-oeste, onde estão muitas grandes propriedades rurais, o acesso por fibra ainda é limitado. As torres com antenas irradiam sinal de rádio, mas onde não há viabilidade de rádio ou fibra, o satélite é a alternativa. Apesar de a internet estar disponível em todo o Brasil via satélite, muitos produtores ainda não percebem o valor do investimento para seus negócios. A tecnologia é um investimento estratégico, trazendo produtividade, redução de custos e competitividade. Quem não adotar pode acabar ficando para trás.

Programa quer estimular feiras agroecológicas e sacolões

O Ministério do Desenvolvimento Agrário criou o Programa Alimento no Prato. A medida faz parte da Política Nacional de Abastecimento Alimentar (PNAAB) e tem o objetivo de ampliar os sistemas de abastecimento alimentar para “o acesso regular e permanente da população a alimentos saudáveis, especialmente àqueles produzidos pela agricultura familiar”. A iniciativa ainda pretende promover a geração de renda mediante a inclusão socioprodutiva e o fortalecimento da sociobiodiversidade das populações do campo, das cidades, das águas e das florestas. O Programa Alimento no Prato prevê a criação e o fortalecimento das Feiras Livres da Agricultura Familiar e as Feiras Agroecológicas, inclusive com a utilização de imóveis da União, bem como o fomento aos Planos Territoriais de Abastecimento Alimentar e o apoio às Centrais Populares de Abastecimento Alimentar. A iniciativa ainda quer estimular a implantação de “equipamentos populares de abastecimento”, como sacolões, feiras livres e volantes, e o fomento ao desenvolvimento de sistemas socioprodutivos de organizações de agricultores e agricultoras familiares, povos indígenas e comunidades tradicionais da Amazônia, ampliando o acesso a mercados de alimentos da sociobiodiversidade amazônica. O programa tem a intenção de fazer a conexão entre a produção, o processamento, a distribuição, o abastecimento e o consumo de alimentos saudáveis, com o objetivo de fomentar práticas alimentares sustentáveis e inclusivas.

Brasil responderá tarifaço de Trump com lei de reciprocidade

O presidente Lula afirmou que o tarifaço de 50% a todos os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos será respondido com a Lei de Reciprocidade Econômica (Lei nº 15.122, de 11 de abril de 2025). Em rede social, Lula defendeu a soberania do país e disse que é falsa a alegação de Trump de que a taxação seria aplicada em razão de déficit na balança comercial com o Brasil. A lei autoriza o Poder Executivo, em coordenação com o setor privado, a adotar contramedidas na forma de restrição às importações de bens e serviços ou medidas de suspensão de concessões comerciais, de investimento e de obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual e medidas de suspensão de outras obrigações previstas em qualquer acordo comercial do país. Apesar de ter divulgado uma mensagem dizendo que pretende responder ao tarifaço de Trump utilizando a Lei da Reciprocidade(Lei nº 15.122, de 11 de abril de 2025), o presidente planeja reagir de outras formas em relação à medida do governo dos EUA, definindo três frentes de reação a taxação. A primeira delas é se reunir com os setores da economia brasileira que serão mais afetados pelo aumento de taxas, aproximando-se de setores, como o agronegócio. Outra reação é escalar os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Mauro Vieira (Itamaraty), além do vice-presidente Geraldo Alckmin, que é ministro da Indústria e Comércio Exterior, para negociarem com o governo Trump. a terceira frente de reação é no campo da política, explorando o episódio politicamente, jogando a culpa da tarifa de 50% imposta por Trump ao Brasil em Bolsonaro e em seus aliados.

Agricultores estão mudando sua relação com a terra aumentando sua rentabilidade protegendo e restaurando florestas
Agricultores estão mudando sua relação com a terra aumentando
sua rentabilidade protegendo e restaurando florestas

Plano prevê crédito rural com juro menor a protetores de floresta

O governo federal tenta criar maneiras de recompensar financeiramente produtores rurais que adotam boas práticas agrícolas e mantêm a floresta em pé. Uma das iniciativas em estudo é a concessão de descontos nos juros dos financiamentos bancários aos agricultores e pecuaristas que preservam mais do que a lei exige. A medida chegou a ser discutida na formulação do Plano Safra 2025/26, mas não avançou. Ainda falta a definição de parâmetros e métodos de comprovação para concretizar a proposta. A discussão do tema voltará nos próximos dias, e existe a possibilidade de que a ideia entre em vigor ainda na atual temporada agrícola. Mapa, Ministério da Fazenda e MDA estão trabalhando em uma iniciativa para remunerar propriedades grandes, médias e pequenas que têm reserva legal excedente, mais um instrumento econômico para enfrentar a mudança do clima, a desertificação, a perda da biodiversidade e, ao mesmo tempo, combater a pobreza e as desigualdades, gerando empregos e renda.

Brasil vai reforçar comércio com 3 regiões do globo

O ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, se pronunciou em rede social da pasta a respeito da decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em taxar em 50% as exportações brasileiras ao país. O titular da pasta chama a medida de “ação indecente do governo norte-americano” e destaca que o Mapa está agindo de forma proativa em busca de uma solução e que o ministério reforçará ações de abertura de mercados, buscando os centros mais importantes do Oriente Médio, do Sul Asiático e do Sul Global, que têm grande potencial consumidor e podem ser uma alternativa para as exportações brasileiras. Ainda segundo o ministro, as ações diplomáticas do Brasil estão sendo tomadas em reciprocidade.

Pescadores e agricultores de Mariana começam a receber reparação

Pescadores artesanais e agricultores familiares atingidos pelo rompimento da barragem de rejeitos de mineração da empresa Samarco, em Mariana, Minas Gerais, começaram a receber o Programa de Transferência de Renda (PTR) no valor de 1,5 salário mínimo. O pagamento é parte do último acordo para compensar os danos causados pelo desastre ocorrido há quase dez anos, em novembro de 2015. De acordo com a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, 22 mil pescadores e 13,5 mil agricultores têm direito à renda que será paga ao longo de quatro anos. São trabalhadores do Espírito Santo e de Minas Gerais que ficaram sem fonte de renda depois que a lama tóxica despejada com o rompimento da barragem contaminou rios e matou peixes e animais.

Milhares de famílias que dependem do setor estão ameaçadas pelo tarifaço
Milhares de famílias que dependem do setor estão ameaçadas pelo tarifaço

Tarifaço dos EUA pode gerar colapso na cadeia do suco de laranja

A recente decisão dos Estados Unidos de impor uma tarifa adicional de 50% sobre produtos importados do Brasil coloca em risco toda a cadeia produtiva do suco de laranja brasileiro, alerta a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR). Na safra 2024/25, encerrada em 30 de junho, os EUA representaram 41,7% das exportações brasileiras do produto, com faturamento de US$ 1,31 bilhão, segundo dados da Secex. De acordo com a associação, a nova tarifa significa um aumento de 533% sobre os US$ 415 por tonelada que já eram cobrados sobre o suco brasileiro. Com a cotação de US$ 3.600 por tonelada registrada na Bolsa de Nova Iorque em 9 de julho, aproximadamente US$ 2.600 – ou 72% do valor total do produto – passariam a ser recolhidos em tributos. Na prática, a exportação para o mercado norte-americano se tornaria inviável, trazendo prejuízos graves para toda a cadeia produtiva. O setor não possui margem para absorver esse tipo de impacto. Além disso, a medida também afeta empresas americanas que têm no Brasil o seu principal fornecedor de suco de laranja. As consequências são graves: colheitas são interrompidas, o fluxo das fábricas é desorganizado e o comércio é paralisado diante da incerteza. Trata-se de uma cadeia produtiva altamente interligada, que sustenta milhares de famílias.

IBGE projeta safra recorde

O IBGE divulgou a previsão para a produção brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2025, que deve atingir 333,3 milhões de toneladas. Esse volume representa um crescimento de 13,9% em relação a 2024 (292,7 milhões de toneladas) e um aumento de 0,2% em comparação ao dado estimado em maio, com acréscimo de 698,6 mil toneladas. A área estimada para colheita chega a 81,2 milhões de hectares, 2,7% maior do que em 2024, com incremento de 2,1 milhões de hectares. Em relação a maio, houve estabilidade na área, com leve aumento de 15,3 mil hectares. Arroz, milho e soja são os destaques, respondendo juntos por 92,6% da produção estimada e 88% da área a ser colhida. O feijão e o trigo tiveram redução na área cultivada, com quedas de 5% e 14,7%, respectivamente. O IBGE aponta crescimento na produção para várias culturas: algodão herbáceo (5,3%), arroz em casca (16%), feijão (4,2%), soja (13,9%), milho (14,6%), sorgo (9%) e trigo (5,9%).

Setor de pescados já começa a cancelar contratos com EUA

Segundo a da Associação Brasileira das Indústrias de Pescado (Abipesca), algumas indústrias de pescados já começaram a cancelar contratos e o envio de contêineres para os Estados Unidos como consequência da taxa de 50% imposta por Trump às exportações brasileiras. De ontem para hoje, quem trabalha com exportação não dormiu. O segmento ficou de pernas para o ar de uma hora para outra. Os contêineres com pescados congelados levam de 20 a 40 dias para desembarcar nos Estados Unidos e as indústrias já calculam o risco de não chegar antes de 1º de agosto, data marcada por Trump para o início da taxa extra de 50%. No caso dos peixes frescos, o comércio continua, mas deve ser interrompido nos próximos 20 dias. O mercado americano representa 80% das exportações brasileiras de pescados, com uma receita de US$ 244 milhões. Os pescados mais exportados são a lagosta do Ceará e costa nordeste, a tilápia do Paraná, São Paulo e Minas Gerais, o pargo do Pará, a corvina (do sul e sudeste, que tem o maior volume embarcado, com 10 mil toneladas) e o atum do Rio Grande do Norte. No caso da lagosta, pargo e atum, praticamente 100% vai para exportação e os Estados Unidos são o principal destino. A Abipesca avalia que essa taxação vai tirar o pescado brasileiro do mercado americano. Não teremos como escoar nossa produção e muitas indústrias vão fechar e, consequentemente, deixarão de comprar os pescados de milhares de pescadores artesanais e piscicultores familiares.