Aqui você encontra em notas as últimas e mais importantes notícias semanais do agronegócio nacional e internacional
Foco de gripe aviária no Parque do Ibirapuera é confirmado
A Defesa Agropecuária da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo confirmou essa semana a ocorrência de um foco de gripe aviária em aves silvestres, que foram identificados em três aves da espécie irerê (Dendrocygna viduata). Os animais diagnosticados com a doença foram encontrados no Parque do Ibirapuera, um dos mais visitados da cidade de São Paulo. Diante do caso, a Defesa Agropecuária, em conjunto com a direção do parque e com a Prefeitura, irá intensificar as atividades de educação sanitária no local a fim de conscientizar a população acerca dos procedimentos que devem ser adotados para evitar a propagação da doença, ressaltando que não há risco à população, nem impacto na produção avícola, e que o consumo de carne de aves e ovos é seguro.
Pronara não proíbe agrotóxicos, mas estimula substituição gradual
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, o Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara), lançado nesta semana pelo governo federal, não prevê a proibição de uso de nenhum produto autorizado atualmente, mas cria a estrutura de governança no Executivo para criar mecanismos, via políticas públicas, para substituir gradualmente o uso de insumos químicos por biológicos. O caminho para a transição no uso desses produtos para outros, de base biológica, será trilhado por meio de incentivos e com respeito à posição técnica do Ministério da Agricultura, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), responsáveis pelo fluxo de análise, aprovação ou suspensão de defensivos agrícolas no país. As legislações já aprovadas, como a nova lei dos defensivos agrícolas (Lei nº 14.785, de 27 de dezembro de 2023) e a lei dos bioinsumos (Lei nº 15.070, de 23 de dezembro de 2024), já preveem o avanço gradual para produtos menos tóxicos e menos nocivos ao meio ambiente. As regulamentações, ainda pendentes, também devem prever outras medidas nesse sentido. O objetivo do Pronara é apoiar a pesquisa, o desenvolvimento, a produção e o acesso aos bioinsumos no país. A intenção é que esses produtos sejam “predominantes” na produção agropecuária brasileira.
Governo atualiza o programa nacional para combater o greening
O Ministério da Agricultura oficializou, por meio da Portaria SDA/Mapa nº 1.326, de 04 de julho de 2025, atualizou o Programa Nacional de Prevenção e Controle ao Huanglongbing (PNCHLB). A normativa revoga uma portaria de 2021 que tratava do programa. A medida tem como objetivo frear a disseminação da doença conhecida como greening dos citros, causada pelas bactérias Candidatus liberibacter asiaticus e Candidatus liberibacter americanus, transmitidas pelo inseto psilídeo Diaphorina citri. A nova norma define critérios para o controle, vigilância, produção de mudas, trânsito de material vegetal e manutenção do status fitossanitário das unidades da federação. O programa será coordenado pelo Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas, com execução pelas Superintendências de Agricultura e Pecuária dos estados e Distrito Federal, além de outras instâncias do Suasa. A portaria classifica as unidades da federação em duas categorias: com ou sem ocorrência de HLB. Para manter o status de área livre da praga, os estados devem realizar levantamentos fitossanitários anuais, manter cadastros georreferenciados de produtores, monitorar o vetor transmissor e elaborar planos de ação específicos. Entre os critérios exigidos, o destaque vai para a inspeção de pelo menos 10% das plantas em unidades de produção e de 100% das plantas em viveiros que produzem material propagativo. Plantas com sintomas suspeitos devem ser coletadas e analisadas em laboratórios oficiais.
Novos mercados abertos para exportação
O governo da Malásia autorizou a importação de colágeno bovino brasileiro destinado à alimentação animal. A medida representa mais uma conquista para o setor agropecuário nacional e fortalece a presença do Brasil no Sudeste Asiático. Com mais de 34 milhões de habitantes e uma indústria pecuária em desenvolvimento, a Malásia apresenta demanda crescente por insumos de alta qualidade destinados à alimentação animal, especialmente para aves e suínos. Em 2024, o Brasil exportou cerca de US$ 1,27 bilhão em produtos agropecuários para a Malásia. Os principais itens exportados foram produtos do complexo sucroalcooleiro, fibras e produtos têxteis, cereais, farinhas e preparações, café e carnes. Outra importante abertura de mercado se deu por parte dos países da União Europeia que passarão a comprar castanhas torradas de baru do Brasil. Considerada um “superalimento” por suas propriedades nutricionais, a exportação desse tipo de castanha tem potencial crescente nos mercados de alimentos funcionais e naturais. Essa abertura é um marco importante no fortalecimento da bioeconomia brasileira e na valorização de produtos oriundos do cerrado no mercado internacional. Outro importante mercado foi anunciado pelo governo de El Salvador que aprovou o modelo de Certificado Sanitário Internacional (CSI) para a importação de carne bovina do Brasil. A expectativa é de crescimento expressivo nas vendas de carne bovina, considerando que o país centro-americano importou mais de US$ 283 milhões desse produto no último ano. A Costa Ria foi outro país que autorizou a importação, dessa vez para o arroz brasileiro, em casca e polido. Essa medida pode ampliar a presença do arroz brasileiro na América Central, região que depende de importações desse cereal para garantir o abastecimento interno. Com estes anúncios, o agronegócio brasileiro alcança 392 aberturas de mercado desde o início de 2023.
IMA avança no controle de javalis em unidades de conservação
Devido ao risco causado pela invasão de javalis (Sus scrofa) à preservação da biodiversidade nas unidades de conservação estaduais, administradas pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), o órgão tem realizado o manejo da espécie em quatro parques: Rio Canoas, Fritz Plaumann, das Araucárias e da Serra Furada. Espécies exóticas invasoras são consideradas a segunda maior causa de perda da biodiversidade em escala global e representam um desafio para a conservação dos recursos naturais. O javali é classificado como uma das 100 piores espécies exóticas invasoras do mundo pela União Internacional de Conservação da Natureza. Isso se deve a sua agressividade e facilidade de adaptação que, associadas à reprodução descontrolada e à ausência de predadores naturais, resultam em uma série de impactos ambientais e socioeconômicos. Nos parques em que o manejo têm sido realizado, os resultados são visíveis. A coordenação das ações pelo Programa Estadual de Espécies Exóticas Invasoras tem sido crucial para garantir que o manejo seja realizado de forma padronizada, eficiente e em conformidade com a legislação vigente. O método de captura de javalis adotado nas unidades de conservação administradas pelo IMA é o de ceva e uso de armadilhas tipo curral, previsto na Instrução Normativa Ibama 12, de 25 de março de 2019. Essa técnica proporciona um maior controle nas etapas do manejo, a captura de vários animais ao mesmo tempo e evita o afugentamento de javalis para áreas de difícil acesso.
Trump anuncia tarifa de 50% para produtos do Brasil
Donald Trump, anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e representa a mais alta taxa entre as anunciadas recentemente pelo republicano. A decisão foi tornada pública em uma carta dirigida ao presidente Lula, divulgada na rede social de Trump. No documento, o norte-americano justificou a medida apontando uma “relação comercial injusta” entre os dois países e criticou duramente a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) no processo contra Bolsonaro. Trump também usou o anúncio para defender Bolsonaro, classificando o julgamento do líder brasileiro como uma “caça às bruxas” que, segundo ele, “deve acabar imediatamente”. O republicano também justificou a nova tarifa como uma reação à postura do Supremo Tribunal Federal (STF) em temas ligados à liberdade de expressão. A decisão gerou forte repercussão nos meios diplomático e econômico. Trump afirmou que qualquer país que se alinhe às políticas antiamericanas do BRICS será taxado com tarifa extra de 10%, não havendo exceções a essa política. Os Estados Unidos então entre os principais mercados para diversos produtos do agronegócio do Brasil. Café, suco de laranja, carne e produtos florestais estão entre eles e podem ser os mais prejudicados pela tarifa. A taxação colocaria o preço da tonelada de carne exportada pelo Brasil em cerca de US$ 8.600, inviabilizando qualquer comercialização para o mercado americano, segundo a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), que ressaltou enorme preocupação com a medida, pois a tarifa retira o produto brasileiro da concorrência para esse mercado tão importante para o setor de carne bovina, como os EUA.
Ministro Fávaro destaca potencial do Brics para novas oportunidades
Nesta semana foi realizada a 17ª Cúpula dos Chefes de Estado do BRICS. o ministro Carlos Fávaro ressaltou que ouviu de todos os líderes, nas plenárias e nas reuniões bilaterais, uma defesa firme do multilateralismo. O Brasil vem ganhando cada vez mais espaço nesse cenário, por meio do diálogo e da construção de pontes. Para ele, o BRICS é uma grande oportunidade para levar essa mensagem positiva a diversos setores. Comentou que o mercado está cada vez mais exigente e que boas práticas abrem novas oportunidades, destacando que o mundo está cada vez mais atento à procedência dos alimentos e é natural que seja assim. O consumidor não aceita mais produtos de origem ambiental questionável, envolvendo desmatamento, queimadas ilegais ou degradação. Também não aceita produtos sem boas práticas sanitárias.
Onça invade a casas e apavora moradores
Moradores de Cambé, no norte do Paraná, tiveram uma surpresa inesperada: uma onça-parda (Puma concolor) invadiu pelo menos três casas na cidade. A primeira aparição do animal foi em uma chácara, onde a moradora contou que abriu a porta e se deparou com a onça na entrada de sua casa. A onça acabou se refugiando na casa de uma vizinha, onde se abrigou em uma construção nos fundos. Assim que perceberam a presença do animal, os moradores acionaram o Corpo de Bombeiros e o Batalhão de Polícia Ambiental da Polícia Militar, que rapidamente se mobilizaram para o resgate. Com o apoio de veterinários especializados em animais silvestres, a equipe conseguiu capturar a onça de forma segura. Ninguém ficou ferido durante a ação, que contou com a ajuda e destreza dos profissionais especializados que informaram que se tratava de um macho, com aproximadamente quatro anos de idade. Após passar por exames, o animal será devolvido à natureza, em uma área adequada para sua preservação. Essa ação reforça a importância de manter a convivência harmoniosa entre humanos e animais silvestres, além de destacar o trabalho dedicado das equipes de resgate na proteção da fauna local.
Stedile defende Bolsa de Grãos do BRICS e critica domínio especulativo nos alimentos
Uma bolsa de grãos criada pelos países do BRICS pode ser o primeiro passo para enfrentar a especulação nos preços dos alimentos e tirar das mãos de grandes corporações o controle sobre os estoques globais. A avaliação é de João Pedro Stedile, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e conselheiro da delegação brasileira no Conselho Popular da Cúpula dos Líderes do BRICS. Stedile defendeu a proposta apresentada pela Rússia e já endossada pelos ministros da Agricultura do grupo, que pretende estabelecer uma plataforma comum para a comercialização de grãos, como alternativa às bolsas ocidentais. Segundo ele, a iniciativa é muito boa, e vai ajudar a que os países assumam o comando, o controle de estoque de grãos, que hoje se transformaram apenas em commodities agrícolas, controladas por 5 empresas globais. Isso vai ajudar também a terminar com a especulação das bolsas de futuro, que jogam o preço dos grãos nas alturas e prejudicam a todos que deles necessitam.
Brasil e China assinam acordo para ferrovia que ligará Atlântico e Pacífico
Brasil e China assinaram um memorando de entendimento para realizar estudos de viabilidade de uma ferrovia interoceânica ligando o território brasileiro ao porto de Chancay, no Peru. A iniciativa busca fortalecer a integração sul-americana e facilitar o escoamento de commodities para o mercado asiático. Os estudos serão conduzidos pela Infra S.A., estatal vinculada ao Ministério dos Transportes, e a China Railway Economic and Planning Research Institute. Segundo o governo brasileiro, a rota proposta para a ferrovia prevê o início na Bahia, cruzando os estados de Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre, até alcançar o Peru, com o objetivo de conectar o Brasil ao porto de Chancay, no Oceano Pacífico. A ferrovia é parte do projeto Corredor Bioceânico, que busca conectar os países da América do Sul por meio de uma rede logística integrada. A estimativa é que a nova rota reduza em até dez dias o tempo de transporte de cargas entre o litoral brasileiro e o mercado asiático.
Brasil e Índia assinam parcerias na produção de alimentos e etanol
O presidente Lula recebeu em Brasília, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, após reuniões do encontro dos BRICS. Durante a visita de Estado, quatro acordos comerciais foram assinados em temas que envolvem parcerias em energia renovável, combate ao terrorismo e ao crime organizado, troca de informações confidenciais e pesquisa agrícola. No que compete ao agro, ficou estabelecido uma cooperação entre a Embrapa e o Conselho Indiano de Pesquisa Agrícola para estimular projetos de inovação na produção de alimentos. Ficou decidido, também, que os dois países avançarão em parcerias que envolvam biocombustíveis. Isso porque a Índia tem a meta de ampliar para 20% a mistura de etanol na gasolina que circula em seu território e para 5% a proporção de biodiesel no óleo diesel.
da produtividade e para a elevação da qualidade de vida no campo
20% das propriedades rurais seguem sem internet
Pesquisa do IBGE mostrou que o número de fazendas com acesso à internet subiu de 78,1% em 2022 para 81% em 2023. Ainda assim, cerca de 20% das propriedades brasileiras seguem sem conexão, o que limita a adoção de tecnologias que já transformam a produtividade no campo. A conectividade rural pode ser viabilizada por fibra óptica, rádio ou satélite. O satélite tem o benefício de cobrir todo o território nacional, sem as limitações da fibra, que depende de densidade populacional e poder aquisitivo locais para expansão. Nas regiões norte e centro-oeste, onde estão muitas grandes propriedades rurais, o acesso por fibra ainda é limitado. As torres com antenas irradiam sinal de rádio, mas onde não há viabilidade de rádio ou fibra, o satélite é a alternativa. Apesar de a internet estar disponível em todo o Brasil via satélite, muitos produtores ainda não percebem o valor do investimento para seus negócios. A tecnologia é um investimento estratégico, trazendo produtividade, redução de custos e competitividade. Quem não adotar pode acabar ficando para trás.
Programa quer estimular feiras agroecológicas e sacolões
O Ministério do Desenvolvimento Agrário criou o Programa Alimento no Prato. A medida faz parte da Política Nacional de Abastecimento Alimentar (PNAAB) e tem o objetivo de ampliar os sistemas de abastecimento alimentar para “o acesso regular e permanente da população a alimentos saudáveis, especialmente àqueles produzidos pela agricultura familiar”. A iniciativa ainda pretende promover a geração de renda mediante a inclusão socioprodutiva e o fortalecimento da sociobiodiversidade das populações do campo, das cidades, das águas e das florestas. O Programa Alimento no Prato prevê a criação e o fortalecimento das Feiras Livres da Agricultura Familiar e as Feiras Agroecológicas, inclusive com a utilização de imóveis da União, bem como o fomento aos Planos Territoriais de Abastecimento Alimentar e o apoio às Centrais Populares de Abastecimento Alimentar. A iniciativa ainda quer estimular a implantação de “equipamentos populares de abastecimento”, como sacolões, feiras livres e volantes, e o fomento ao desenvolvimento de sistemas socioprodutivos de organizações de agricultores e agricultoras familiares, povos indígenas e comunidades tradicionais da Amazônia, ampliando o acesso a mercados de alimentos da sociobiodiversidade amazônica. O programa tem a intenção de fazer a conexão entre a produção, o processamento, a distribuição, o abastecimento e o consumo de alimentos saudáveis, com o objetivo de fomentar práticas alimentares sustentáveis e inclusivas.
Brasil responderá tarifaço de Trump com lei de reciprocidade
O presidente Lula afirmou que o tarifaço de 50% a todos os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos será respondido com a Lei de Reciprocidade Econômica (Lei nº 15.122, de 11 de abril de 2025). Em rede social, Lula defendeu a soberania do país e disse que é falsa a alegação de Trump de que a taxação seria aplicada em razão de déficit na balança comercial com o Brasil. A lei autoriza o Poder Executivo, em coordenação com o setor privado, a adotar contramedidas na forma de restrição às importações de bens e serviços ou medidas de suspensão de concessões comerciais, de investimento e de obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual e medidas de suspensão de outras obrigações previstas em qualquer acordo comercial do país. Apesar de ter divulgado uma mensagem dizendo que pretende responder ao tarifaço de Trump utilizando a Lei da Reciprocidade(Lei nº 15.122, de 11 de abril de 2025), o presidente planeja reagir de outras formas em relação à medida do governo dos EUA, definindo três frentes de reação a taxação. A primeira delas é se reunir com os setores da economia brasileira que serão mais afetados pelo aumento de taxas, aproximando-se de setores, como o agronegócio. Outra reação é escalar os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Mauro Vieira (Itamaraty), além do vice-presidente Geraldo Alckmin, que é ministro da Indústria e Comércio Exterior, para negociarem com o governo Trump. a terceira frente de reação é no campo da política, explorando o episódio politicamente, jogando a culpa da tarifa de 50% imposta por Trump ao Brasil em Bolsonaro e em seus aliados.
sua rentabilidade protegendo e restaurando florestas
Plano prevê crédito rural com juro menor a protetores de floresta
O governo federal tenta criar maneiras de recompensar financeiramente produtores rurais que adotam boas práticas agrícolas e mantêm a floresta em pé. Uma das iniciativas em estudo é a concessão de descontos nos juros dos financiamentos bancários aos agricultores e pecuaristas que preservam mais do que a lei exige. A medida chegou a ser discutida na formulação do Plano Safra 2025/26, mas não avançou. Ainda falta a definição de parâmetros e métodos de comprovação para concretizar a proposta. A discussão do tema voltará nos próximos dias, e existe a possibilidade de que a ideia entre em vigor ainda na atual temporada agrícola. Mapa, Ministério da Fazenda e MDA estão trabalhando em uma iniciativa para remunerar propriedades grandes, médias e pequenas que têm reserva legal excedente, mais um instrumento econômico para enfrentar a mudança do clima, a desertificação, a perda da biodiversidade e, ao mesmo tempo, combater a pobreza e as desigualdades, gerando empregos e renda.
Brasil vai reforçar comércio com 3 regiões do globo
O ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, se pronunciou em rede social da pasta a respeito da decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em taxar em 50% as exportações brasileiras ao país. O titular da pasta chama a medida de “ação indecente do governo norte-americano” e destaca que o Mapa está agindo de forma proativa em busca de uma solução e que o ministério reforçará ações de abertura de mercados, buscando os centros mais importantes do Oriente Médio, do Sul Asiático e do Sul Global, que têm grande potencial consumidor e podem ser uma alternativa para as exportações brasileiras. Ainda segundo o ministro, as ações diplomáticas do Brasil estão sendo tomadas em reciprocidade.
Pescadores e agricultores de Mariana começam a receber reparação
Pescadores artesanais e agricultores familiares atingidos pelo rompimento da barragem de rejeitos de mineração da empresa Samarco, em Mariana, Minas Gerais, começaram a receber o Programa de Transferência de Renda (PTR) no valor de 1,5 salário mínimo. O pagamento é parte do último acordo para compensar os danos causados pelo desastre ocorrido há quase dez anos, em novembro de 2015. De acordo com a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, 22 mil pescadores e 13,5 mil agricultores têm direito à renda que será paga ao longo de quatro anos. São trabalhadores do Espírito Santo e de Minas Gerais que ficaram sem fonte de renda depois que a lama tóxica despejada com o rompimento da barragem contaminou rios e matou peixes e animais.
Tarifaço dos EUA pode gerar colapso na cadeia do suco de laranja
A recente decisão dos Estados Unidos de impor uma tarifa adicional de 50% sobre produtos importados do Brasil coloca em risco toda a cadeia produtiva do suco de laranja brasileiro, alerta a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR). Na safra 2024/25, encerrada em 30 de junho, os EUA representaram 41,7% das exportações brasileiras do produto, com faturamento de US$ 1,31 bilhão, segundo dados da Secex. De acordo com a associação, a nova tarifa significa um aumento de 533% sobre os US$ 415 por tonelada que já eram cobrados sobre o suco brasileiro. Com a cotação de US$ 3.600 por tonelada registrada na Bolsa de Nova Iorque em 9 de julho, aproximadamente US$ 2.600 – ou 72% do valor total do produto – passariam a ser recolhidos em tributos. Na prática, a exportação para o mercado norte-americano se tornaria inviável, trazendo prejuízos graves para toda a cadeia produtiva. O setor não possui margem para absorver esse tipo de impacto. Além disso, a medida também afeta empresas americanas que têm no Brasil o seu principal fornecedor de suco de laranja. As consequências são graves: colheitas são interrompidas, o fluxo das fábricas é desorganizado e o comércio é paralisado diante da incerteza. Trata-se de uma cadeia produtiva altamente interligada, que sustenta milhares de famílias.
IBGE projeta safra recorde
O IBGE divulgou a previsão para a produção brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2025, que deve atingir 333,3 milhões de toneladas. Esse volume representa um crescimento de 13,9% em relação a 2024 (292,7 milhões de toneladas) e um aumento de 0,2% em comparação ao dado estimado em maio, com acréscimo de 698,6 mil toneladas. A área estimada para colheita chega a 81,2 milhões de hectares, 2,7% maior do que em 2024, com incremento de 2,1 milhões de hectares. Em relação a maio, houve estabilidade na área, com leve aumento de 15,3 mil hectares. Arroz, milho e soja são os destaques, respondendo juntos por 92,6% da produção estimada e 88% da área a ser colhida. O feijão e o trigo tiveram redução na área cultivada, com quedas de 5% e 14,7%, respectivamente. O IBGE aponta crescimento na produção para várias culturas: algodão herbáceo (5,3%), arroz em casca (16%), feijão (4,2%), soja (13,9%), milho (14,6%), sorgo (9%) e trigo (5,9%).
Setor de pescados já começa a cancelar contratos com EUA
Segundo a da Associação Brasileira das Indústrias de Pescado (Abipesca), algumas indústrias de pescados já começaram a cancelar contratos e o envio de contêineres para os Estados Unidos como consequência da taxa de 50% imposta por Trump às exportações brasileiras. De ontem para hoje, quem trabalha com exportação não dormiu. O segmento ficou de pernas para o ar de uma hora para outra. Os contêineres com pescados congelados levam de 20 a 40 dias para desembarcar nos Estados Unidos e as indústrias já calculam o risco de não chegar antes de 1º de agosto, data marcada por Trump para o início da taxa extra de 50%. No caso dos peixes frescos, o comércio continua, mas deve ser interrompido nos próximos 20 dias. O mercado americano representa 80% das exportações brasileiras de pescados, com uma receita de US$ 244 milhões. Os pescados mais exportados são a lagosta do Ceará e costa nordeste, a tilápia do Paraná, São Paulo e Minas Gerais, o pargo do Pará, a corvina (do sul e sudeste, que tem o maior volume embarcado, com 10 mil toneladas) e o atum do Rio Grande do Norte. No caso da lagosta, pargo e atum, praticamente 100% vai para exportação e os Estados Unidos são o principal destino. A Abipesca avalia que essa taxação vai tirar o pescado brasileiro do mercado americano. Não teremos como escoar nossa produção e muitas indústrias vão fechar e, consequentemente, deixarão de comprar os pescados de milhares de pescadores artesanais e piscicultores familiares.