Ícone do site AGRONEGÓCIO

Manchetes da semana – 03 a 09-05-2025

Manchetes da semana - 03 a 09-05-2025

Brasil abre novos mercados

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou que as autoridades sanitárias da Austrália autorizaram a exportação de pescado de origem extrativa do Brasil. A abertura do mercado australiano representa oportunidade estratégica para os exportadores nacionais, especialmente na comercialização de atum, pescada, lagosta e corvina, entre outras espécies de elevado valor agregado. Apenas em 2024, o Brasil exportou mais de US$ 400 milhões em pescados. No setor de laticínos, a Lactalis Brasil se prepara para exportar aos Estados Unidos a manteiga com a marca Président. Atualmente, o mercado americano é abastecido com a manteiga Président produzida na operação da empresa na França, mas com a menor oferta de gordura e a limitação de capacidade de produção no país europeu, a multinacional decidiu atender os EUA a partir de sua unidade em Teutônia (RS). Segundo a empresa, a menor oferta na França está relacionada à dinâmica do mercado de leite em pó desnatado, já que a manteiga é um subproduto do processo de fabricação, pois quando o mercado de leite em pó desnatado não está tão forte, não tem disponibilidade de manteiga.

Yanmar aposta na agricultura familiar

Responsável por aproximadamente 20% do volume total de negócios realizados no primeiro semestre, a Agrishow 2025 se apresentou como um evento fundamental para a YANMAR. A empresa, que tem como pilar a acessibilidade tecnológica e a mecanização no campo, ampliou sua presença no evento deste ano, com um estande que passou de 1.200 m² para 1.800 m². O aumento na área de exposição reflete um investimento quase duas vezes maior em relação à edição anterior, com a expectativa de um crescimento de 11% nas vendas e 12% no faturamento, em comparação com o desempenho da feira passada. Com o objetivo de ampliar sua atuação nos segmentos de mercado onde a mecanização ainda é limitada, mas com alto potencial de retorno, a YANMAR aposta no crescimento da agricultura familiar. A marca apresentou uma plataforma exclusiva para a colheita de milho, desenvolvida para aprimorar a produtividade da colheitadeira da marca, a única da classe 2 no Brasil. O grande diferencial dessa plataforma é sua capacidade de colher milho em qualquer direção e espaçamento, sem a necessidade de alinhar com as linhas de plantio. Esse avanço visa atender às demandas do pequeno produtor, reduzindo perdas durante a colheita e aumentando a eficiência operacional. Outros destaques foram a enxada rotativa fixa encanteiradora e o avanço tecnológico com o sistema exclusivo de telemetria YANMAR Protection. A empresa busca expandir sua presença em regiões como o norte de Minas e o interior da Bahia, onde a mecanização ainda é escassa, mas há um grande potencial produtivo.

A pesca da tainha é parte da alma de Santa Catarina, uma tradição que
atravessa gerações e fortalece a cultura caiçara e a pesca artesanal

Começa a temporada da pesca artesanal da tainha em SC

A tradicional pesca artesanal da tainha começou em Santa Catarina. Um café da manhã e uma procissão realizados na praia do Campeche, em Florianópolis, marcaram o início da safra. O ato ocorreu no histórico rancho de pesca do Seu Getúlio, que durante o dia reuniu uma série de atividades culturais. Reconhecida como um dos marcos mais importantes do Litoral catarinense, a atividade mobiliza comunidades inteiras, movimenta a economia local e atrai a atenção de moradores em busca das redes cheias de peixe e das cenas típicas das canoas na beira do mar. Pelo segundo ano consecutivo, no entanto, os pescadores artesanais enfrentam um limite para a captura imposto pelo Governo Federal. A Portaria Interministerial MPA/MMA nº 26, de 28 de fevereiro de 2025 estabelece uma cota de 1.100 toneladas para a pesca artesanal da tainha no estado. A Procuradoria-Geral do Estado (PGE/SC) protocolou uma nova ação, na Justiça Federal, para pedir a suspensão dos limites estabelecidos pelo governo federal.

MST desocupa sede do Incra após protestos e bloqueios de rodovias no MS

Após quase uma semana de protestos, grupos ligados ao MST deixaram a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da Superintendência Federal de Desenvolvimento Agrário em Mato Grosso do Sul. As manifestações envolveram ocupações de prédios públicos e bloqueios de rodovias em várias regiões do estado. Os manifestantes alegavam que as ações do governo até o momento não são suficientes para atender às necessidades dos sem terra. Entre as principais reivindicações estão encontros diretos com ministros para discutir políticas mais efetivas de reforma agrária. O movimento afirma que existem áreas disponíveis para a reforma há anos, mas que muitas foram confiscadas por tráfico de drogas ou dívidas bancárias. Há famílias esperando há mais de 16 anos por uma solução, muitas acampadas nas margens das rodovias.

INSS elabora ressarcimento a aposentados e pensionistas

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) está elaborando uma proposta de Plano de Ressarcimento Excepcional para os aposentados e pensionistas que foram vítimas de descontos não autorizados por entidades associativas. A medida foi discutida em reunião conduzida pelo advogado-geral da União, Jorge Messias, e que contou com a presença do novo presidente do INSS. O agora ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pediu demissão. O ex-deputado federal Wolney Queiroz, atual secretário-executivo da pasta, ocupará o cargo deixado pro Lupi. A pasta instituiu um Grupo Especial, com suporte da Dataprev e do próprio INSS, para resolver a situação causada a milhões de aposentados e pensionistas. Os aposentados e pensionistas que tiveram descontos associativos em seus contracheques começarão a ser notificados a partir da próxima terça-feira (13), por meio do aplicativo Meu INSS.

A Missão da Agropecuária Brasileira em Angola com o ministro da Agricultura
e Pecuária, Carlos Fávaro, junto com o secretário de Estado de Agricultura
e Pecuária de Angola, Castro Paulino Camarada, visitaram a Companhia
de Bioenergia de Angola (Biocom)
, única usina de processamento de
cana-de-açúcar do país, localizada em Cacuso, na província de Malanje

Angola desperta como nova fronteira agrícola e atrai brasileiros

Angola tem um território de solo fértil, clima propício ao cultivo e sede de desenvolvimento, mas que ainda engatinha na adoção de tecnologias modernas e na construção de uma infraestrutura rural eficiente. O cenário lembra o Mato Grosso do Brasil de décadas atrás, quando o potencial agrícola começava a se revelar, mas os desafios logísticos e tecnológicos ainda eram imensos. Apesar de o país africano de língua portuguesa ainda apresentar números modestos na produção de grãos — o milho, seu principal cultivo, não supera os 3 milhões de toneladas por safra — o contexto é de urgência. Com uma população que já ultrapassa os 36 milhões de habitantes e cresce em torno de 1 milhão de pessoas por ano, garantir a segurança alimentar se tornou prioridade nacional. Nesse contexto, o governo angolano tem intensificado esforços para atrair investidores do agronegócio brasileiro. Nesta semana, uma comitiva de empresários do setor, acompanhada do ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Fávaro, desembarcou no país africano com a missão de identificar áreas viáveis para projetos agropecuários e construir possíveis parcerias locais. Alguns produtores brasileiros já operam em Angola há mais de uma década e hoje ajudam a abrir caminho para novos empreendedores. O Brasil vai elaborar uma proposta para viabilizar a parceria para a ampliar a produção agrícola no país africano. O principal interesse do governo angolano em uma colaboração com o Brasil está justamente em ampliar a área do cereal, assim como as de trigo, soja e arroz. Uma das sugestões levantadas pela missão é a criação de uma linha de crédito do BNDES ou do Banco do Brasil para garantir os investimentos dos interessados na parceria.

Agrishow 2025 bate recorde e movimenta R$ 14,6 bi em negócios

A Agrishow 2025 encerrou sua 30ª edição com recorde de R$ 14,6 bilhões em intenções de negócios. O valor representa alta de 7% em relação a 2024. Máquinas e implementos agrícolas puxaram as transações. O número de visitantes também superou expectativas. Cerca de 197 mil pessoas passaram pelo local, esgotando os ingressos na maioria dos dias. A concretização dos negócios depende de um Plano Safra robusto e taxas de juros adequadas às demandas do setor. A edição destacou a presença de tecnologias com inteligência artificial. Soluções atraíram desde grandes produtores até representantes da agricultura familiar. Segundo os organizadores, a diversidade reafirma que o agro brasileiro precisa de inovação acessível a todos.

Anunciado apoio às marisqueiras afetadas pelo acidente da Braskem

Marisqueiras e pescadoras artesanais de Alagoas seguem enfrentando os severos impactos do desastre ambiental causado pela exploração de sal-gema pela Braskem, que resultou no afundamento de bairros inteiros de Maceió em 2018. Em audiência pública organizada pela Assembleia Legislativa de Alagoas, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, anunciou a destinação de recursos federais para apoiar essas trabalhadoras na retomada de suas atividades. O acidente afetou diretamente a subsistência de aproximadamente 12 mil mulheres que atuam na pesca artesanal no estado, muitas delas vivendo em situação de vulnerabilidade. Essas mulheres perderam seus territórios de trabalho e enfrentam dificuldades com deslocamento, insegurança alimentar e redução de renda. O governo federal investirá cerca de R$ 500 mil em um projeto piloto com a Cooperativa de Marisqueiras Guerreiras (Coopmaris) e um amplo plano de trabalho será desenvolvido, contemplando reparações individuais e coletivas, em articulação com outros ministérios, como Saúde, Pesca e Assistência Social.

Animal foi rastreado por mais de 5 km na zona rural de João Pinheiro
(MG), caçadores se assustaram com o tamanho do javali gigante

Javali gigante é abatido

Na última semana, um javali gigante com mais de 300 quilos e cerca de 2,4 metros de comprimento foi abatido na zona rural de João Pinheiro, no noroeste de Minas Gerais. O animal, de proporções consideradas excepcionais, foi localizado após mais de cinco quilômetros de rastreamento com auxílio de cães farejadores equipados com GPS, em uma área próxima a uma usina de cana-de-açúcar. Segundo Ronaldo Simões, instrutor responsável pela ação, o javali media 1,55 metro de altura e apresentava marcas de ferimentos, sugerindo disputas com outros indivíduos de grande porte, acendendo um alerta para a possível presença de mais javalis gigantes na região, o que agrava as preocupações de agricultores e especialistas. A caça foi realizada de forma legal e controlada, segundo Simões, com todos os caçadores registrados como CACs (Colecionadores, Atiradores desportivos e Caçadores) e autorização ambiental válida. O javali (Sus scrofa) é considerado uma espécie exótica invasora, com autorização de controle emitida pelo Ibama desde 2013, diante dos sérios riscos que representa à biodiversidade e à produção agrícola. A espécie já se espalhou por ao menos 15 estados brasileiros, e figura na lista das 100 piores espécies invasoras do mundo, de acordo com a União Internacional de Conservação da Natureza (UICN). Esses animais têm causado perdas significativas em lavouras, degradação de nascentes e desequilíbrio ecológico, comprometendo a fauna e flora nativas.

Paraná apresenta modelo pioneiro de “Plano Safra estadual”

A iniciativa pioneira do Paraná de criar um “Plano Safra estadual” para potencializar o agronegócio poderá servir de modelo para o restante do Brasil. A Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa) e a Fomento Paraná apresentaram as bases do Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Paraná FIDC) a representantes do Comitê Nacional de Secretários da Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz) para que a estrutura possa ser replicada no restante do país. Anunciado em dezembro, o Paraná FIDC vai oferecer uma alternativa às condições de financiamento do Plano Safra e de outros recursos destinados ao crédito rural e agroindustrial. A ideia é promover investimentos estratégicos para impulsionar ainda mais o agronegócio no Paraná. Para isso, o estado vai aportar R$ 350 milhões para financiar essas iniciativas e espera gerar R$ 2 bilhões em negócios no campo. Um dos pontos destacados foi justamente a diferença da iniciativa paranaense em relação àquilo que o Plano Safra já oferece. Enquanto o programa federal concentra a maior parte dos recursos para o custeio e comercialização da produção, o foco do Paraná FIDC estará na oferta de crédito para melhorias e ampliação das atividades agrícolas. O fundo deve contribuir ainda na promoção do crescimento econômico, com a segurança alimentar, com a preservação do meio ambiente e com o fortalecimento das comunidades rurais, podendo ser usados para sistemas de irrigação, expansão da produção, armazenagem, equipamentos e outras linhas.

Regra de Bolsonaro permitiu expansão de empresa sobre terra indígena

Pelo menos cinco fazendas com sobreposição à área declarada da TI (terra indígena) Bacurizinho, no Maranhão, foram incorporadas ao patrimônio da GenesisAgro sob a vigência de uma norma da Funai editada durante o governo de Jair Bolsonaro. A Instrução Normativa nº 09, de 16 de abril de 2020 liberou a certificação de propriedades privadas sobre terras indígenas não homologadas — caso da TI Bacurizinho, onde a empresa conseguiu financiamento para fazendas sobrepostas ao território protegido. “Certificação” é um procedimento exigido para transações imobiliárias rurais, como negociações de compra e venda. É feito por meio do Sigef (Sistema de Gestão Fundiária), gerido pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) que, antes da norma, rejeitava esse tipo de registro. A ascensão de um novo governo, em 2023, permitiu reverter a norma. Durante o governo Lula a demarcação do território também não saiu do lugar onde está há 15 anos. Os imóveis certificados pela GenesisAgro na TI Bacurizinho permitiram à empresa ampliar seu patrimônio financeiro. A Fazenda Santo Izídio, por exemplo, adquirida pela GenesisAgro em dezembro de 2020 por R$ 709,5 mil, foi registrada no nome da empresa com valor muito superior a isso: R$ 5 milhões. Essa propriedade foi incorporada no CAR (Cadastro Ambiental Rural) vinculado a um financiamento de R$ 5 milhões obtido junto à Caixa Econômica Federal. Já o conjunto de fazendas Pontal e Boa Sorte, totalmente sobreposto à TI Bacurizinho, foi incorporado ao patrimônio da empresa em 2020 e logo depois foi parcialmente arrendada a um produtor de soja. O contrato de seis anos tem valor aproximado de R$ 2,8 milhões. A fazenda também foi incluída em um CAR vinculado a financiamentos da Caixa (R$ 595 mil) e outro do Banco CNH (R$ 765 mil) com recursos do BNDES. A Instrução Normativa 09, da Funai, não beneficiou apenas a GenesisAgro. Pelo menos 83 propriedades privadas certificadas sobre a porção não regularizada de três terras indígenas que formam um mosaico de áreas protegidas no Cerrado maranhense: além da TI Bacurizinho, as TIs Porquinhos, do povo Canela Apãnjekra, e Kanela, do povo Kanela Memortumré, estiveram entre as mais afetadas pela medida do governo anterior. Ao todo, 46% dos três territórios foram cobertos por fazendas certificadas pelo Sigef após a IN 09.

Mel sendo beneficiado

Exportações de mel crescem 114% e Paraná assume a vice-liderança

O Paraná subiu da terceira para a segunda colocação no ranking nacional de exportação de mel. O estado exportou 1.641 toneladas do produto nos primeiros três meses de 2025, com uma receita de US$ 5,251 milhões. Isso representa um crescimento de 114% em volume e de 181,4% em receita em comparação ao mesmo período do ano passado. O preço médio obtido foi de US$ 3,20 por quilo. Minas Gerais lidera as exportações, com 2.333 toneladas e receita de US$ 7,292 milhões. O Piauí aparece na terceira posição, com 1.359 toneladas e US$ 4,006 milhões arrecadados. Em âmbito nacional, o Brasil exportou 9.120 toneladas de mel no primeiro trimestre de 2025, aumento de 19,7% em relação ao mesmo período de 2024. No entanto, a receita caiu 54,3%, totalizando US$ 28,412 milhões. Os Estados Unidos seguem como principal destino do mel brasileiro, absorvendo 85,7% do volume exportado. Canadá e Alemanha também figuram entre os principais compradores.

PF realiza operação contra grilagem de terras da União no pantanal

A Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Pantanal Terra Nullius, que visa desarticular um esquema de grilagem de terras da União no pantanal sul‑mato‑grossense e fraudes na emissão e comercialização de Cotas de Reserva Ambiental (CRA) ou Títulos de Cota de Reserva Ambiental Estadual (TCRAE). Ao todo foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão nas cidades de Campo Grande (MS) e Rio Brilhante (MS), além do sequestro de bens e bloqueio de valores de mais de R$ 3 milhões. As investigações indicam que empresários e proprietários de terras da região, em conluio com servidores da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural de Mato Grosso do Sul (Agraer), falsificavam documentos e os inseriam em processos administrativos de titulação para obterem áreas situadas dentro do Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro, localizado em faixa de fronteira entre Brasil e Bolívia. Segundo a PF, os envolvidos no esquema de grilagem poderão responder pelos crimes de associação criminosa, usurpação de bens da União, falsidade ideológica, inserção de dados falsos em sistema público e infrações ambientais.

Ocupações de terra pelo MST em 2025 já superam todo o ano anterior

O número de ocupações de terra nos quatro primeiros meses de 2025 já ultrapassa o total registrado em todo o ano anterior. O levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) revela que, até o momento, foram contabilizados 53 casos em 2025, um aumento significativo em relação aos 46 casos reportados ao longo de 2024. O Movimento Sem Terra foi responsável por 46 das 53 ocupações ocorridas neste ano, em que o destaque foi para os estados de Pernambuco (20 invasões) e Bahia (8 invasões). A ocupação de terras é a forma de luta mais importante do MST. É a partir dela que o movimento denuncia terras griladas ou improdutivas. A ocupação gera o fato político, que demanda uma resposta do governo em relação à concentração de terras no Brasil. A luta pela Reforma Agrária Popular consiste na distribuição massiva de terras a camponesas e camponeses, democratizando a propriedade da terra na sociedade e garantindo o seu acesso, distribuindo-a a todos que quiserem produzir e dela usufruir.

Desmatamento na Resex Jaci-Paraná (1996-2020) – Reserva tinha mais de 99% da área
coberta por floresta. Em 2020, apenas 35% do território preservava vestígios de mata nativa.

Deputados de Rondônia aprovam anistia a crimes ambientais para liberar gado na Resex Jaci-Paraná

Em mais uma investida para liberar a criação de gado na Reserva Extrativista (Resex) Jaci-Paraná, os deputados da Assembleia Legislativa de Rondônia (ALE-RO) aprovaram a Lei Complementar nº 1.274, de 28 de abri de 2025, que anula automaticamente todas as multas e processos por infrações ambientais cometidas dentro da unidade de conservação, incluindo sanções contra agentes públicos e empresas que adquiriram produtos do local. O texto também autoriza que os invasores passem a ser considerados ocupantes legalizados e permaneçam por mais 30 anos dentro de uma das áreas protegidas mais desmatadas da amazônia. O Ministério Público de Rondônia (MP-RO) informou que o Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (GAEMA) está analisando a nova lei “para que a medida cabível seja tomada, provavelmente uma Ação Direta de Inconstitucionalidade”. Essa não é a primeira vez que o Legislativo rondoniense atua em defesa dos fazendeiros da região. Em 2021, os deputados aprovaram uma lei que reduziu em 77% a área da Resex, sob o argumento de que mais de 200 mil cabeças de gado já ocupavam ilegalmente a unidade — um dos maiores rebanhos clandestinos da amazônia. A medida foi declarada inconstitucional pelo Tribunal de Justiça de Rondônia, em uma ação movida pelo MP-RO, por ferir normas federais e comprometer a proteção da unidade de conservação. Agora, sob novo formato, o Programa Estadual de Regularização Ambiental Diferenciado da Resex Jaci-Paraná (PERAD-RO) instituiu um regime de “uso diferenciado” por três décadas. A adesão ao programa está condicionada à apresentação de planos de recuperação ambiental pelos ocupantes. O argumento dos deputados é de que a ocupação da região não foi arbitrária por parte dos fazendeiros, mas sim com incentivo e omissão do próprio estado, que emitiu documentos, infraestrutura e a autorização para atividades produtivas. Para os deputados, a remoção dos ocupantes geraria desemprego, insegurança alimentar e desorganização da produção rural local. A Resex Jaci-Paraná é a terceira unidade de conservação mais desmatada da amazônia, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). De acordo com dados do MapBiomas, em 2023, cerca de 77% da área já estava ocupada pela agropecuária. Quando foi criada, em 1996, a reserva tinha 99,8% da sua área coberta por floresta amazônica.

Quilombolas denunciam desrespeito em mesa de diálogo com o Incra

A Coordenação Nacional das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), entidade que reúne as associações de quilombos de todo o país, deixou a 18ª Mesa Quilombola, reunião promovida pelo Incra e pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) para discutir as titulações dos territórios. A ausência do presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), César Aldrighi, e de outros ministros para efetivação dos acordos foi um dos principais motivos apontados. O movimento também cobra mais compromisso do governo federal. Os membros da Conaq definem a situação como racismo institucional, tratando-se como uma falta de respeitopara com as comunidades. Atualmente, 586 comunidades da amazônia e 1.362 de outras regiões do país aguardam a conclusão de seus processos de titulação, segundo dados do Incra. A Mesa Quilombola é uma instância de contato com as organizações da sociedade civil que visa monitorar e informar às comunidades sobre os processos de titulação. Para retornar ao debate, eles também cobram a participação do Ministério Público Federal (MPF), do Ministério do Meio Ambiente (MMA), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDH) e do Ministério da Fazenda.

Edição histórica da ExpoZebu é marcada por crescimento e novos recordes

Uma edição à altura dos 90 anos da maior feira de pecuária zebuína do mundo. Os primeiros resultados contabilizados da ExpoZebu revelam crescimento em todos os quesitos, reforçando a importância da feira realizada pela ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu), em Uberaba (MG). Os 39 leilões que integraram a agenda deste ano somaram mais de R$ 200 milhões em faturamento – um aumento de 11% sobre o resultado do ano passado. O valor ainda não inclui o faturamento dos nove shoppings de animais realizados no período. O número de animais participantes também cresceu, alcançando um recorde para a feira. No total, 2.500 exemplares de todas as raças zebuínas passaram pelos pavilhões do Parque Fernando Costa, representando um aumento de 20% em comparação a 2024. Somando os animais que participaram de julgamentos e leilões, foram cerca de 4 mil animais no evento, um número sem precedentes. A presença de empresas na feira também cresceu. O visitante pôde conhecer o trabalho de comerciantes e grandes marcas do agro brasileiro, em 147 estandes espalhados pelo parque. Mais de 350 profissionais da ABCZ trabalharam durante uma edição. Em nove dias de programação oficial, mais de 80 eventos construíram a programação. Além da programação durante o dia, 15 shows com grandes nomes do cenário nacional subiram ao palco da ExpoZebu Shows 2025.

Sair da versão mobile