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Produtora operando trator chines em assentamento do MST - Foto: BdF/Doc

Neste final de semana, durante a 5ª Feira da Reforma Agrária, no Parque da Água Branca em São Paulo, SP, foi lançado o documentário “Máquinas Chinesas, Terras Camponesas: tecnologia para alimentar o Brasil”, uma parceria entre o Brasil de Fato e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), durante a 1ª Mostra de Cinema da Terra. A produção acompanha a cooperação técnica entre Brasil e China que busca democratizar o acesso à mecanização na agricultura familiar camponesa do nordeste. Com filmagens em assentamentos nos estados do Maranhão, Ceará e Rio Grande do Norte, o documentário registra a chegada das primeiras máquinas agrícolas chinesas a essas regiões e apresenta o cotidiano dos agricultores que estão testando os novos equipamentos.

O objetivo é mostrar como essas tecnologias podem contribuir para melhorar as condições de vida no campo, ampliando a produção de alimentos saudáveis, reduzindo a penosidade do trabalho e ajudando a combater o êxodo rural. Um outro núcleo da equipe de produção, baseado na China, percorreu províncias do país asiático para ouvir empresários responsáveis pelo desenvolvimento das máquinas e compreender o processo histórico da reforma agrária chinesa, implementada a partir da década de 1940. A experiência chinesa é uma referência para o Brasil. O país que, no começo do século, também era empobrecido, que ainda lutava para se desenvolver, hoje apresenta um avanço considerável da industrialização também voltada para a agricultura e para a agroindústria.

O documentário “Máquinas Chinesas, Terras Camponesas: tecnologia para alimentar o Brasil”

A chegada das máquinas vem provocando uma transformação nas comunidades visitadas. Pode-se observar que essas máquinas funcionam como se fosse uma engrenagem, gerando várias situações positivas para a vida, para o núcleo familiar dos agricultores, que são beneficiados diretamente pela diminuição da penosidade do trabalho, a diminuição do êxodo rural, a inserção de mulheres e de pessoas mais velhas. A chegada das máquinas também influenciou no aumento da produtividade, no aumento da diversificação e na diminuição do tempo de trabalho.

A 1ª Mostra de Cinema da Terra reuniu uma programação de filmes que retratam a resistência, a cultura e as tecnologias desenvolvidas por comunidades camponesas no Brasil e em outros países. A iniciativa veio reforçar a proposta da feira de valorizar o trabalho no campo, a soberania alimentar e os saberes populares. Considerada a maior Feira Nacional da Reforma Agrária, essa edição celebrou 10 anos da iniciativa do Movimento Sem Terra encantando o público, já cativo, com a grande variedade de produtos, iniciativas de solidariedade, comidas típicas, formação e muita arte e cultura. Foram 580 toneladas de alimentos apresentados, quase 2 mil tipos de produtos desde fitoterápicos produzidos a partir de plantas orgânicas até doces e polpas de frutas agroindustrializadas por meio, de assentamentos e cooperativas de todo o Brasil, além da doação de 25 toneladas de alimentos para organizações populares de São Paulo e das doações com o excedente da feira, alcançando o índice de 40 toneladas de alimentos doadas a entidades parceiras para o combate à fome. Iniciada em 2015, o evento já compõe o calendário cultural de São Paulo e este ano de 2025 garantiu um público estimado de mais 300 mil pessoas, durante os quatro dias de evento.

A produção do documentário acompanhou a cooperação técnica entre Brasil e China que objetiva democratizar o acesso à mecanização na agricultura familiar camponesa do nordeste - Foto: BdF/Doc
A produção do documentário acompanhou a cooperação técnica
entre Brasil e China que objetiva democratizar o acesso à mecanização
na agricultura familiar camponesa do nordeste – Foto: BdF/Doc
Colheitadeira de arroz em ação - Foto: BdF/Doc
Colheitadeira de arroz em ação – Foto: BdF/Doc

Sob o lema “Agroecologia: produzir alimentos e enfrentar a crise climática” a feira cumpriu um papel fundamental no fortalecimento do debate sobre propostas de políticas públicas para um projeto de sociedade com respeito ao meio ambiente, vida digna aos trabalhadores e trabalhadoras, além da produção de alimentos saudáveis e combate à fome, mostrando as propostas concretas e reais do Movimento Sem Terra para enfrentar duas grandes mazelas que atingem o povo brasileiro que é a fome e a crise climática e construindo como um lugar de soluções não só para o povo Sem Terra, mas para todo o povo brasileiro.

A testagem das máquinas faz parte de parceria entre o Brasil e a China, por meio de organizações como o Consórcio Nordeste, a Universidade Agrícola da China, a Associação de Fábricas Agrícolas da China e a Associação Internacional para Cooperação Popular (Babob). O projeto busca testar e avaliar o desempenho de diferentes equipamentos no solo e condições ecológicas do nordeste.

Produtor do MST operando um motocultivador - Foto: BdF/Doc
Produtor do MST operando um motocultivador – Foto: BdF/Doc
Produtora do MST operando uma colheitadeira de arroz compacta chinesa - Foto: BdF/Doc
Produtora do MST operando uma colheitadeira de arroz compacta chinesa – Foto: BdF/Doc

Com a realização da 5ª Feira Nacional da Reforma Agrária e a celebração dos 10 anos da iniciativa, o MST consagra o espaço como uma amostra concreta de que a reforma agrária popular é uma alternativa real de produzir alimentos saudáveis, gerar renda ao povo do campo, alimentar as cidades e garantir vida digna ao povo.

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