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BlogFauna RuraltecTV – Borboletas brasileiras (Parte 2)

Borboleta Pingos de Prata (Agraulis vanillae)
A seguir, apresentamos a segunda parte da lista de algumas das espécies brasileiras de borboletas ameaçadas:
 
Capitão do mato (Morpho achilles achillaena)

Borboleta grande, alcançando até 145 mm de envergadura. O lado ventral de suas asas é marrom com ocelos, três na asa anterior e quatro na posterior. Habita a mata atlântica, matas secundárias e também regiões habitadas. Seu vôo é rápido, baixo, podendo ser vista nas horas mais quentes do dia. Quando em repouso, mimetiza o tronco da árvore. Alimenta-se de frutos maduros. Está ameaçada pela destruição do habitat e caça criminosa.

Castanha vermelha (Heliconius erato phyllis)

Borboleta tropical com inúmeras variações e que apresenta cerca de 70 mm de envergadura. Voa durante o dia, e á noite reune-se em pequenos grupos, pousando num mesmo galho. Alimenta-se de néctar e de pólen. Os ovos são colocados nos brotos ou nas gavinhas de diversas espécies de maracujazeiros. A lagarta, espinhosa, alcança até 40 mm e se alimenta das folhas do pé de maracujá. Pode ocorrer canibalismo entre lagartas. Está ameaçada pela destruição do habitat.

Borboleta coruja, corujão (Caligo beltrao)

É uma das maiores espécies que ocorrem no Brasil, podendo medir até 180 mm de envergadura. Habita a beirada de matas ou bananais. Ocorre na Mata Atlântica do estado do Rio de Janeiro e nordeste de São Paulo. Voa lentamente, ao amanhecer e ao entardecer. Durante o dia, pousada à sombra da vegetação, mostra, nas asas posteriores, duas manchas ocelares, uma em cada asa, que lembram olhos de coruja, com pupila negra e íris clara. Essa adaptação serve para enganar seus predadores. A média de vida do indivíduo adulto é de aproximadamente 90 dias, ao passo que o desenvolvimento do ovo até a completa metamorfose dura cerca de 105 dias. A lagarta alimenta-se de folhas de bananeira. Está ameaçada pela captura criminosa e destruição do habitat.

Borboleta da couve, branquinha (Ascia monuste)

Alcança até 60 mm de envergadura, muito comum, branca e pequena. Pode ser observada mesmo nas ruas das cidades grandes. Muito comum em todo o Brasil. Alimenta-se de couve. Os ovos são de cor amarela, são postos na superfície das folhas da couve ou de outras crucíferas. As lagartas as devoram, causando sérios danos às plantações de couve, repolho e de outras hortaliças crucíferas ou leguminosas. O ciclo do ovo até a forma adulta leva de 35 a 45 dias, ocorrendo várias gerações por ano.

Borboleta do manacá (Methona themisto)

Apresenta 80 mm de envergadura, tem asas transparentes, o que lhe facilita a fuga em vôo, pois seus predadores têm dificuldade em visualizá-la. Habita áreas rurais ou urbanas em todo o Brasil. Pode voar grandes distâncias e agrupa-se a outras populações da espécie. Alimenta-se das folhas de manacá. O macho permanece próximo ao manacá, atento às jovens fêmeas. O acasalamento nesta espécie é brutal: durante o vôo, o macho segura a fêmea até que ela caia ao solo, onde se realiza a cópula. A postura dos ovos é no manacá. O desenvolvimento do ovo até a última muda da lagarta leva menos de 30 dias. A crisálida, amarela manchada de preto, é encontrada sob as folhas da árvore ou nas imediações dela. Os pássaros são seus predadores naturais. Está ameaçada pela destruição do habitat e poluição.

Olho-de-boi, erifanis (Eryphanis reevesii)

Alcança até 120 mm de envergadura e apresenta ocelos bem desenvolvidos sob as asas posteriores. Habita estratos arbóreos e arbustivos ou touceiras de bambus. Ocorre nas regiões serranas, até 1800 m. É muito ativa ao amanhecer e ao anoitecer. Muitas vezes, se expõe no interior de habitações, atraída pela luz. Os adultos se alimentam do suco de certos frutos maduros ou exsudados de certos vegetais. Os ovos são postos sobre folhas de bambu, que servem de alimento para as lagartas. Tanto as lagartas quanto as crisálidas são semelhantes a uma folha seca de bambu. Os pássaros são seus predadores naturais. Está ameaçada pela poluição e destruição do habitat.

Gema (Phoebis philea philea)

Atinge envergadura de até 90 mm. Habita jardins, matas e áreas junto às margens de lagos e riachos. Voa rapidamente, desde o nível do chão até as copas das árvores. Alimentam-se dos sais minerais dissolvidos na água que são importantes para a maturação sexual dos machos. As fêmeas sugam o néctar das flores. A postura dos ovos é feita em botões florais ou nas folhas jovens de vegetais do gênero Cassia, como a chuva-de-ouro, mata-pasto, mangueiroba. Sua lagarta alimenta-se das folhas dessas espécies. Os pássaros são seus predadores naturais. Está ameaçada devido à destruição do habitat.

Maria-boba, helicônio (Heliconius ethilla narcaea)

Atinge 70 mm de envergadura. Habita os mais diversos ambientes, desde jardins até matas. É muito comum em todo Brasil. Seu vôo lento, variando a altura ou se mantendo junto do solo. Alimenta-se de néctar de flores avermelhadas, como as do cambará, ou busca alimento em plantas herbáceas. A fêmea faz a postura de ovos de modo mais ou menos isolado e esses ficam presos aos brotos ou gavinhas de diversas espécies de maracujazeiros. Sua lagarta é esbranquiçada, espinhenta. Apesar de bem visível, ela não é devorada por predadores porque assimila substâncias tóxicas do alimento e se torna venenosa, mesmo na forma adulta.

Borboleta monarca, monarca (Danaus plexippus)

Alcança até 95 mm de envergadura. Habita áreas abertas. Seu vôo é, geralmente, baixo. Possui hábitos migratórios e pode viver longos períodos em jejum. Alimenta-se do néctar de pequenas flores. Os ovos são postos nos botões das flores ou sob as folhas da planta tóxica oficial-de-sala (Asclepias curassavica). Ao eclodirem, nascem lagartas de listas amarelas e pretas, que se alimentam das folhas dessa planta, tornando-se imunes, mesmo na forma adulta, a predadores, como pássaros. As vespas e moscas são seus predadores naturais.

Caixão de defunto, espia só, papílio (Papilio thoas brasiliensis)

Atinge até 130 mm de envergadura. Habita matas, em regiões de clareiras ensolaradas. Bastante comum no Brasil durante o ano inteiro. Quando em pouso, movimenta as asas continuamente. Alimenta-se do néctar de diversas flores, como a do hibisco, do cambará ou de espécies perfumadas. Os ovos são postos sobre vegetais como a capeba, pariparoba, cipó-de-cobra ou em plantas cítricas. As lagartas alimentam-se das folhas dessas plantas e, quando ameaçadas, repelem o agressor pela secreção de substâncias odoríferas. As lagartas têm aparência que lembra fezes de pássaros.

Pingos de prata (Agraulis vanillae)

Alcança até 75 mm de envergadura. Habita jardins, pomares e áreas abertas tanto rurais quanto urbanas. Espécie comum no Brasil. Possui vôo rápido, irregular e baixo, rente à vegetação próxima do solo. Põe os ovos isoladamente em folhas ou ramos jovens, que servirão de alimento para suas lagartas, consideradas pragas do maracujá cultivado.

Prepona (Prepona demophon)

Com 95 mm de envergadura, são movidas por músculos torácicos muito potentes. Habitam matas ou regiões próximas de habitações. Bastante comuns no território brasileiro. Possuem vôo muito rápido. Quando pousam em tronco de árvores como a canela, se mimetizam, mostrando o lado ventral das asas, cujo desenho se assemelha a ele. Adulta, alimenta-se do suco de certos frutos, como manga, fruta-de-conde, jaca, etc. A lagarta alimenta-se das folhas do abacateiro e de outras plantas, tais como araticum, canela, etc.

Rosa de luto (Papilio anchysiades capys)

Alcança envergadura de 110 mm. Habita os mais diversos ambientes, tais como matas, clareiras, locais abertos com vegetação rasteira. Possui vôo irregular, ora mais alto, ora mais baixo. Nas horas mais quentes do dia, pousa em busca de alimento. Alimenta-se de néctar. A postura dos ovos, quase uma centena, geralmente ocorre sobre folhas de plantas cítricas, como a laranjeira. As lagartas dessa borboleta receberam o nome popular de “rumo”, pois permanecem agrupadas no tronco da planta hospedeira, todas voltadas na mesma direção, durante o dia; à noite, espalham-se, atacando as folhas da planta, causando-lhe sérios danos.

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