Iniciativa celebra os 40 anos do MST e homenageia vítimas do massacre de Eldorado do Carajás, ocorrido em 1996
Recentemente, em parceria com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), os Correios anunciaram a criação de dois selos em homenagem à luta camponesa. O primeiro deles faz alusão direta às quatro décadas de atuação do movimento social, fundado em 1984, completados em 2024, e reconhecido nacional e internacionalmente por sua militância em defesa do acesso à terra e da produção de alimentos saudáveis, apresentando uma ilustração da bandeira do movimento cercada por frutas, sementes e plantas, símbolo da produção de alimentos em terras conquistadas. No centro, há a inscrição “MST/40 anos/2024”.
Já o outro selo, trazendo a imagem de camponeses segurando uma bandeira do Brasil acoplada à do MST, celebra o 17 de abril, Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária, data que lembra o massacre de Eldorado dos Carajás (PA), ocorrido em 1996, data que integra o calendário de lutas populares pela reforma agrária. Essa data marca a tragédia no sul do Pará, quando uma ação violenta da Polícia Militar contra uma marcha do movimento resultou na morte de 21 trabalhadores rurais.
O MST realiza anualmente o chamado “Abril Vermelho”, uma série de mobilizações em diversas regiões do país para cobrar justiça e denunciar a impunidade em casos de violência no campo. O episódio de Eldorado dos Carajás tornou-se símbolo da resistência dos movimentos do campo frente à repressão estatal.
Na ocasião, a direção nacional do setor de produção do MST, destacou o caráter simbólico da iniciativa, destacando que o projeto vai permitir que as encomendas, as cartas, o que for circular pelos Correios tenham o selo do MST, relembrando que os 40 anos do movimento e o 17 de abril são duas questões simbólicas bastante importantes para o país. Segundo os Correios, o selo referente ao 17 de abril foi solicitado pelo movimento dentro da previsão legal para selos comemorativos, advindo de uma data legalmente constituída.
Os selos para a distribuição nas encomendas ainda estão sendo confeccionados. A data do lançamento depende de um agendamento junto ao MST. O movimento e os Correios também discutem convênios, com a possibilidade de os serviços postais apoiarem a logística de escoamento da produção das cooperativas da reforma agrária, assim como já ocorre com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Possivelmente as intenções de termos tendo os Correios como um suporte, serão assinadas, já que circulam no Brasil inteiro, visando essa circulação dos produtos da reforma agrária a partir das cooperativas.
Há também a expectativa da criação de uma ferramenta que sirva de “vitrine” para a produção das famílias assentadas. Nesse sentido, estuda-se um marketplace no portal dos Correios, uma vitrine para que os produtos da agricultura familiar possam ser comprados por todas as famílias brasileiras.
