Livro reúne orientações sobre perigos biológicos, químicos e físicos em produtos de origem vegetal focando nas exigências de mercados internacionais
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) lançou recentemente uma nova publicação técnica que orienta sobre os principais riscos que podem comprometer a segurança de alimentos de origem vegetal. O foco são os perigos biológicos, químicos e físicos que podem estar presentes em frutas, verduras, legumes e outros produtos consumidos diariamente pelos brasileiros. Os alimentos de origem vegetal compõem parte importante da dieta humana, provendo vitaminas, fibras, minerais e outros elementos que promovem a saúde. Contudo, esses alimentos podem ser contaminados por perigos biológicos, químicos e físicos, os quais podem causar doenças e trazer riscos à população.
O estudo realizou uma extensa revisão da literatura com o objetivo de identificar perigos em alimentos vegetais do Brasil e de outros países. Os perigos biológicos (bactérias, parasitas e vírus) foram investigados, consultando dados epidemiológicos, informes sobre surtos alimentares, recomendações, relatórios de contaminações internacionais e artigos científicos publicados nos últimos 20 anos, enquanto os perigos químicos (agrotóxicos, micotoxinas, metais pesados e dioxinas) foram Identificados em relatórios do programa Rapid Alert System for Food and Feed (RASFF), emitidos nos últimos 10 anos.
químicos e físicos em alimentos de origem vegetal” do MAPA
Enquanto os perigos biológicos podem ser bactérias, suas toxinas, vírus e parasitas, os perigos químicos costumam ser resíduos de pesticidas, micotoxinas, metais pesados e dioxinas. Já os perigos físicos podem ser pedras, pedaços de vidro, metal, plástico, insetos, pelos de roedores e outros materiais estranhos. A prevenção e controle dessas contaminações envolve a adoção de Boas Práticas Agrícolas (BPA), Boas Práticas de Fabricação (BPF), incluindo seleção de matérias-primas e seus fornecedores, controle de temperaturas, educação e treinamento de pessoal, além da adoção de hábitos seguros de manipulação e preparação de alimentos por parte dos consumidores. Utilização de novas tecnologias e inspeções regulares nas indústrias também são muito importantes, as quais devem priorizar o controle de perigos significativos, devidamente identificados, de preferência, dentro
do contexto do sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC).
Uma vez que as fontes de contaminação podem variar de acordo com o tipo de alimento e seu processo e preparação, a identificação de perigos deve ser consistente, incluindo as diferentes realidades, desde a produção primária até o consumo, assim como informações disponíveis em relatórios e plataformas de dados nacionais e internacionais, sites da web, artigos científicos em plataformas como PubMed, Web of Science, Medline, Scopus, entre outros. Essas pesquisas devem abranger, pelo menos, os últimos 10 anos e devem ser atualizadas, na medida do possível. Além disso, o processo deve ser claramente relatado para permitir transparência e reprodutibilidade.
O livro, intitulado “Identificação de perigos biológicos, químicos e físicos em alimentos de origem vegetal”, foi desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), dentro do Projeto de Cooperação Técnica BRA/IICA/16/001. A iniciativa faz parte dos esforços de modernização da gestão do Mapa, unindo segurança alimentar, sustentabilidade e competitividade do agronegócio.
A publicação é voltada a auditores fiscais federais agropecuários, profissionais da área de segurança dos alimentos, consultores, representantes do setor produtivo e instituições acadêmicas. O conteúdo oferece uma visão técnica e atualizada sobre as rotas de contaminação de alimentos vegetais, bem como medidas eficazes de controle, com base em evidências científicas.
Além de apoiar a fiscalização e auditoria de alimentos, o material também busca harmonizar procedimentos de inspeção vegetal que segue a Instrução Normativa n.º 23/2020 e atender às exigências de mercados internacionais. A publicação representa um avanço para a inspeção vegetal no Brasil. Com base em evidências científicas e dados robustos, ela oferece uma ferramenta concreta para orientar auditorias, fortalecer o controle de perigos e apoiar o setor produtivo na oferta de alimentos mais seguros. O uso do livro entre os diferentes atores da cadeia produtiva é importantíssimo como ferramenta estratégica na gestão de riscos em alimentos de origem vegetal.
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