A agricultura regenerativa está moldando o futuro da produção de café e abrindo novas portas para os produtores
Minas Gerais tem se destacado no Brasil por adotar práticas agrícolas inovadoras que não só aumentam a sustentabilidade da cafeicultura, mas também agregam valor aos grãos produzidos. As regiões do Cerrado Mineiro e da Mantiqueira de Minas são exemplos claros de como a agricultura regenerativa está transformando o setor, com mais e mais produtores investindo em métodos que protejam o solo e aumentem a resiliência das lavouras.
A agricultura regenerativa visa restaurar a saúde do solo e melhorar a biodiversidade local, promovendo uma produção de café mais sustentável. Em 2024, a certificação de Cafeicultura Regenerativa alcançou uma nova marca, com um número crescente de produtores sendo reconhecidos por suas práticas. Isso não só melhora a produtividade, mas também posiciona o café mineiro como um produto de qualidade e respeito ambiental, com certificação internacional.
Exemplos de sucesso: a Mantiqueira e o Cerrado Mineiro na vanguarda da sustentabilidade
No Sul de Minas, a Cooperativa Agropecuária do Vale do Sapucaí (Coopervass) se tornou referência ao conquistar a certificação de Cafeicultura Regenerativa para 24 produtores e 28 fazendas. No Cerrado, mais de 40 mil hectares de café já estão certificados, demonstrando a adesão ao modelo sustentável que protege o solo e mantém a biodiversidade.

variadas plantas (amendoim forrageiro, feijão, fava, guandu,
labe-labe, siratro, híbrido de java, dentre outras) entre as
ruas do café vem sendo adotados pelos cafeicultores

roçadas no tempo certo, ficam sob os pés, levando
nutrientes e preservando a umidade do solo
Esse modelo de cultivo não se limita apenas aos benefícios ambientais. Ele também traz vantagens econômicas, como o aumento do uso de produtos biológicos, sombreamento das lavouras e redução dos impactos climáticos. Isso resulta em uma produção mais resiliente e sustentável, tanto do ponto de vista social quanto econômico.
Fomento ao mercado sustentável: a parceria com o Sebrae e a internacionalização do café regenerativo
Nos últimos anos, o Sebrae tem desempenhado um papel fundamental no apoio aos produtores por meio de programas como o Educampo. Juntos, têm ajudado pequenos e médios cafeicultores a conquistar a certificação e a se inserir em mercados que valorizam práticas regenerativas. Um exemplo notável é a parceria com a Expocacer, que possibilitou que um grupo de produtores atendesse à demanda da torrefadora italiana illycaffè, interessada em comercializar café regenerativo para mais de 50 países.

transformadora para a cafeicultura, com foco na melhoria da
saúde do solo, na captura de carbono e na promoção da biodiversidade
Além disso, a iniciativa “Diálogos Regenerativos” busca disseminar conhecimento sobre práticas sustentáveis na cafeicultura, ampliando o alcance das ações e fortalecendo o compromisso dos produtores com a agricultura de baixo carbono.
Desafios e futuro: consolidando o café regenerativo como padrão de qualidade
A Mantiqueira de Minas é uma das principais regiões produtoras de café no Brasil, reconhecida por sua Denominação de Origem devido às condições únicas de solo, clima e altitude. No entanto, o desafio agora é ampliar a adoção de práticas regenerativas e consolidar o café regenerativo como o novo padrão de produção para o futuro.
O café regenerativo é mais do que uma tendência! Ele representa um compromisso com o respeito à natureza e à comunidade local, ao mesmo tempo que garante a continuidade da produção de cafés de alta qualidade.
O que é café regenerativo?
O café regenerativo vai além da agricultura orgânica. Ele busca restaurar a saúde do solo, aumentar a biodiversidade e reduzir a pegada de carbono. Conheça os principais benefícios dessa prática:
- Melhora da qualidade do solo: técnicas como rotação de culturas, composição de solo e sombreamento protegem e enriquecem a terra.
- Resiliência climática: os métodos regenerativos ajudam as lavouras a resistir melhor às secas e chuvas irregulares.
- Valor agregado: produtos certificados como regenerativos atendem à crescente demanda de mercados internacionais e sustentáveis.
- Empoderamento local: gera renda justa e fortalece as economias rurais com práticas que respeitam a natureza e as pessoas.