Greyman estreia na feira, mostrando que a raça sintética australiana produz uma carne de alta qualidade, com muito marmoreio e baixo teor de gordura subcutânea
Dentre as muitas novidades, a raça Greyman estará pela primeira vez na Expointer, que ocorrerá de 30 de agosto a 7 de setembro no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, RS. De pelo baio (acinzentado), pesando 198 quilos, nascida em fevereiro deste ano, a terneira Guarita TEG 003 será exposta pelo seu criador, Luiz Carlos Ardenghy Sobrinho, da Cabanha Guarita, de Palmeira das Missões e presidente da Associação Brasileira de Murray Grei e Greyman (Abmgg). A raça é sintética, muito dócil e produz uma carne de alta qualidade, com muito marmoreio e baixa gordura subcutânea, nos mais diversos sistemas de produção. A raça está presente no mundo inteiro e em praticamente todos os estados do Brasil. Já se produz Greyman há bastante tempo em Rondônia, e atualmente a criação está se desenvolvendo também no Mato Grosso do Sul, em Santa Catarina e em outros estados, sendo muito interessante, pois vem dando certo em todos os lugares que está sendo implantada.
A alimentação da terneira, é a campo, ou seja, campo nativo no verão e campo nativo melhorado. Para terminação, o criador usa aveia e azevém. Agora, para a Expointer, ela estará em uma pastagem, sendo amansada para poder se socializar com os outros animais. A raça surgiu na Austrália, na região de Queesland, na década de 1970, do cruzamento do Murray Grey com o Brahman (zebuíno) com o intuito de ter mais adaptabilidade em climas extremos. No Brasil, começou a ser produzida em Rondônia e hoje está presente em todos os estados brasileiros. Os animais da raça Greyman possuem estrutura bastante equilibrada, com temperamento dócil, grande capacidade de conversão alimentar e aumento de peso. As fêmeas são férteis, com boa habilidade materna, úberes bem estruturados e boas produtoras de leite para criar seus filhos. Trata-se de uma raça composta, com teor de sangue Murray Grey variando entre 25% e 75%, sendo o restante Brahman. Essa flexibilidade genética permite que o direcionamento do rebanho conforme a necessidade da região: mais Brahman para ambientes tropicais e áridos do norte, ou mais Murray Grey para climas mais amenos e pastagens do sul. A pelagem curta, de cor prateada a cinza-escuro, não apresenta pelos longos, e a pigmentação escura natural protege contra problemas de pele e olhos causados por insolação, característica fundamental em áreas de alta radiação solar.
Temperamento dócil, estrutura corporal sólida e fertilidade alta são algumas das qualidades herdadas do Murray Grey. Já a rusticidade, resistência à seca, ao calor e aos parasitas, vêm do Brahman. Esse equilíbrio dá ao Greyman uma capacidade excepcional de conversão alimentar, com ótimos ganhos de peso e alto rendimento de carcaça. Entre as grandes vantagens estão também as características sanitárias naturais. O couro espesso e a pelagem lisa conferem resistência a carrapatos, enquanto a genética herdada confere tolerância a vermes gastrointestinais, reduzindo a dependência de tratamentos químicos e melhorando o custo-benefício do sistema de produção.
Outra raça a se apresentar pela primeira vez na feira é a caprina leiteira espanhola Murciana. A bebê de 3 meses de cor preta chamada Biblioteca, apelidada carinhosamente de Bibi, ainda não poderá participar de provas devido à idade, mas estará à espera de visitas. O criador Eduardo Fagundes, da Fazenda Mãe Oxum, que fica no distrito de Passo da Areia, em Viamão, afirma que é o primeiro exemplar da raça no Rio Grande do Sul. Bibi não conheceu a mãe, é fruto de inseminação artificial, de um sêmen importado da Espanha, criada na mamadeira. A pequena é extremamente dócil e veio de Minas Gerais, pesando agora 10 kg. Quando adulta poderá chegar a 40 kg.
A Murciana possui um leite equilibrado (4,5% de gordura e 3,8% de proteína), sendo mais voltado para a confecção de queijos. Um animal adulto produz uma média de quatro litros de leite por dia. Biblioteca come ração balanceada com 18% de proteína, além de feno de alfafa, disponível o dia todo. Vive com os outros caprinos da fazenda em sistema de semi-confinamento (soltos de dia e presos à noite). Mas um mês e meio antes de ir para a Expointer, fica 100% confinada, como os demais que vão para a feira também. Seu criador acredita que o Rio Grande do Sul é um mercado com potencial para a caprinocultura, por isso está investindo e, até o final do ano, deve adquirir mais caprinos leiteiros, inclusive Murcianas. Esses animais são rústicos e têm uma boa adaptabilidade ao clima do estado. A Murciana é a raça caprina leiteira mais importante da Espanha, com mais de 500 mil fêmeas. Foi criada em 1975, originária das áreas semiáridas do sudeste da Espanha, incluindo partes de Múrcia, Almería, Granada e Alicante e os exemplares são de cor mogno ou preta. Foi criada para a produção de leite, devido à sua capacidade de garantir a produção em regiões secas e pobres em nutrientes e foram introduzidas em várias áreas da América Latina, bem como no norte da África.
Outra atração é a estreia da 1ª Nacional de Função Mangalarga. Este ano a raça vem com um maior número de animais, prometendo movimentar criadores, proprietários e simpatizantes. Com uma tropa estimada em mais de 80 animais, a raça volta a se destacar no maior evento do agronegócio da América do Sul. Além das tradicionais apresentações ao público, a programação da Nacional de Função inclui disputas nas categorias Aberta, Semiprofissional, Feminina, Amador e Infantil, com mais de R$ 100 mil em premiações distribuídas entre os melhores colocados, além dos julgamentos de morfologia e andamento. A participação na Expointer é homologada pela ABCCRM e conta pontos para o ranking oficial da raça, que consolida o Mangalarga como uma das atrações equestres do evento.
Com as inscrições de animais rústicos encerradas, a 48ª Expointer contará com um total de 6.696 animais. São 1.589 animais rústicos, que participam de julgamentos, vendas, leilões ou provas, e 5.107 animais de argola, que vão a julgamento morfológico nesta modalidade. As inscrições de rústicos tiveram um aumento de 18,2% em relação ao ano passado e houve ainda um incremento significativo de inscrições de equinos da raça Crioula, de 143%, um crescimento de 70% nas inscrições de coelhos, por causa da feira de filhotes, também se destacando o avanço nas inscrições de rústicos das raças de bovinos de corte Hereford e Braford, que foi 65% superior a 2024.
com o maior monumento de queijo do Brasil
Outro destaque é garantido pela Associação das Pequenas e Médias Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (APIL) que prepara um momento histórico para o setor lácteo e para o turismo gaúcho. No dia 04 de setembro de 2025 será inaugurado o Memorial do Queijo Gaúcho, um espaço permanente de valorização da história, da cultura e da tradição queijeira do estado e do Brasil. Instalado junto à Casa da APIL, o memorial nasce com o propósito de ser mais do que um espaço de visitação e sim um ponto de encontro para turistas, apreciadores, profissionais do setor e escolas, promovendo o queijo gaúcho como patrimônio cultural e econômico do Rio Grande do Sul e fortalecendo o setor lácteo. Será o maior monumento de queijo do Brasil, uma peça imponente com 14,91 m de altura e 9,16 m de largura, que conquistará o recorde nacional e projetará o setor lácteo gaúcho para todo o país. A escultura monumental, símbolo de excelência e grandeza, também entra na disputa pelo recorde mundial, reforçando a imagem do estado como terra de queijos gigantes em sabor e qualidade e tornando-se uma atração turística ativa durante todo o ano, mantendo vida e movimento dentro do Parque da Expointer mesmo fora do período da feira.
Após dois anos sem participar da feira, devido à Influenza Aviária (em 2023) e à Doença de Newcastle (em 2024), as aves e os pássaros estão de volta. Nesta edição, participarão 381 aves (galinhas e galos de 33 raças) e 542 pássaros (de quatro raças). O segmento é responsável pelo aumento de 27% do número geral de animais comparado a 2024. Eles ficam no Pavilhão de Pequenos Animais, um dos mais visitados da feira e preferidos das crianças. àra o segmento, a volta significa motivação para seguir fazendo sempre o melhor trabalho de preservação das raças puras e ficar sem participar do evento é um desestímulo para qualquer expositor de aves. Além da premiação dos animais, que é um grande estímulo para os expositores, a Expointer tem um papel econômico importantíssimo pois, com as vendas realizadas, proporciona uma renda auxiliar para os produtores.
Conhecido como o “Marchador das Araucárias”, o cavalo Campeiro pisa forte e novamente marcará presença na Expointer. Além de apresentar os mais belos exemplares da raça, a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Campeiro (ABRACCC) confirmou a realização da sua Exposição Nacional durante o evento, reforçando a importância da raça, principalmente nos estados da região Sul. Cerca de 50 animais participarão da mostra, vindos de criadores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e outras regiões do país. O público poderá acompanhar de perto provas morfológicas, funcionais, andamento e de marcha, esta última, uma das principais características do cavalo Campeiro.
Faltando poucos dias para o início da feira, a organização vem trabalhando para garantir diversas melhorias no Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, que contará com novo asfalto, mais vagas de estacionamento, reestruturação da rede elétrica e novos espaços de convivência. Entre os destaques está a pavimentação da Rua do Portão 7, realizada em parceria com o Daer, além da ampliação do estacionamento interno, que visa melhorar o fluxo de veículos e pedestres durante o evento. Outras melhorias incluem a retirada de fios inutilizados, reforma de banheiros antigos e a construção do Boulevard com a nova Rua do Chimarrão. No mesmo local, será implantado um jardim japonês, projetado para oferecer um ambiente mais acolhedor aos visitantes.
