Aqui você encontra em notas as últimas e mais importantes notícias semanais do agronegócio nacional e internacional
Brasil conquista novos mercados
O governo brasileiro concluiu negociações sanitárias e fitossanitárias que permitem a ampliação das exportações do agronegócio para Filipinas, Guatemala e Nicarágua. As autorizações envolvem diferentes produtos e reforçam a estratégia brasileira de diversificar destinos e ampliar o portfólio exportador. Para as Filipinas foi aprovada a entrada de gordura bovina brasileira, insumo usado pela indústria de alimentos e também na produção de biocombustíveis, como diesel verde e Sustainable Aviation Fuel (SAF), combustíveis de aviação de baixo carbono. Com cerca de 115 milhões de habitantes, as Filipinas são um dos principais mercados consumidores do Sudeste Asiático. Na Guatemala, o Brasil recebeu autorização para exportar arroz beneficiado (sem casca). A Nicarágua autorizou a importação de sementes de milheto, crotalária e nabo, insumos importantes para sistemas agrícolas tropicais, usados para elevar produtividade, melhorar o solo e reduzir o uso de fertilizantes minerais. O governo também concluiu negociações fitossanitárias com as autoridades da Índia e da Rússia, abrindo oportunidades para exportações de nozes de macadâmia, feijão comum e feijão-fradinho. Na Índia, as autoridades fitossanitárias autorizaram o Brasil a exportar nozes de macadâmia. Com mais de 1,4 bilhão de habitantes, o país é hoje um dos maiores e mais dinâmicos mercados consumidores de alimentos do mundo. Na Rússia, o Brasil foi autorizado a exportar feijão comum e feijão-fradinho. Com cerca de 144 milhões de habitantes, o país é tradicional importador de leguminosas para suprir sua demanda interna, especialmente durante o inverno e em períodos de menor oferta doméstica. Com esses anúncios, o agronegócio brasileiro alcança 499 aberturas de mercado desde o início de 2023.
EUA devem anunciar novas revogações de tarifas comerciais em breve
O presidente Lula afirmou que novas revogações de tarifas comerciais impostas ao Brasil pelos Estados Unidos devem ser anunciadas em breve, após conversar por telefone com o presidente dos EUA, Donald Trump. Lula classificou como “extraordinária” a conversa que teve com Trump. Apesar de elogiar a retirada da sobretaxa de 40% imposta pelos EUA a produtos brasileiros como café, carnes e frutas, Lula pediu ao americano que acelerasse as negociações para reduzir as tarifas de 22% dos itens exportados pelo Brasil que ainda enfrentam esse problema. Foi a terceira vez que os mandatários conversaram desde as sanções impostas pelos EUA ao Brasil.

para entrar no Brasil pelo risco de introdução de doenças
Vigiagro apreende 240 caranguejos em bagagem no aeroporto de Guarulhos
A Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro), do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), apreendeu 240 caranguejos que estavam na bagagem de uma passageira vinda da China. A interceptação ocorreu no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Os animais não tinham autorização para entrar no país e estavam distribuídos em 12 caixas, cada uma com 4,6 quilos e contendo 20 unidades. Uma avaliação inicial indica que a espécie pode ser o caranguejo-de-mitene (Eriocheir sinensis), conhecido como hairy crab ou caranguejo-peludo, considerado uma iguaria na China e bastante apreciado em países como Singapura e Hong Kong. A fiscalização de cargas clandestinas é um dos pilares do Vigiagro, responsável por prevenir riscos sanitários no trânsito internacional e proteger a agropecuária brasileira. A entrada irregular de organismos aquáticos pode introduzir enfermidades graves, afetar ecossistemas locais, comprometer cadeias produtivas e gerar prejuízos econômicos significativos. O trabalho das equipes é estratégico para impedir o ingresso de produtos e organismos sem autorização, garantindo a sanidade agropecuária, a saúde animal e a segurança dos consumidores.
China assume liderança no fornecimento de fertilizantes ao Brasil
O mercado brasileiro de fertilizantes encerra novembro sob um cenário de preços estáveis, demanda contida e mudanças estruturais no comércio internacional do setor. A conclusão faz parte do relatório “CNA Insumos Agropecuários — Edição Novembro/2025”, elaborado pelo Núcleo de Inteligência de Mercado da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Segundo o documento, pela primeira vez, a China ultrapassou a Rússia e tornou-se o principal fornecedor de fertilizantes ao Brasil, impulsionada pelo forte avanço nas exportações de Sulfato de Amônio (SAM) e de formulações nitrogenadas e fosfatadas. De janeiro a outubro, o Brasil importou 38,3 milhões de toneladas, aumento de 4,6% frente ao mesmo período de 2024. A China foi responsável por 9,76 milhões de toneladas desse volume. Os preços dos principais fertilizantes permanecem sem perspectiva de alta. A demanda enfraquecida em grandes consumidores globais, como Índia, EUA e Brasil, mantém a tendência.
Abate de javalis foi recorde mas controle da praga continua ineficaz
A crescente invasão de javalis no Brasil atingiu proporções alarmantes em 2025. Segundo dados do Sistema de Informação de Manejo de Fauna (Simaf), operado pelo Ibama, mais de 511 mil javalis foram abatidos entre janeiro e agosto, estabelecendo um novo recorde histórico de controle populacional da espécie. Apesar do volume expressivo, especialistas alertam que os números estão subnotificados. O total real pode ser até cinco vezes maior. Os relatórios são autodeclaratórios e os caçadores, por questões de burocracia e tempo, frequentemente omitem a quantidade real abatida. O javali não possui predadores naturais no Brasil, o que, somado à sua rápida taxa de reprodução, tornou o animal uma praga fora de controle, especialmente nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste. Em Mato Grosso do Sul, os prejuízos são amplamente relatados por produtores rurais e ambientalistas. Lavouras de milho, soja, cana-de-açúcar e pastagens estão entre as mais afetadas, sendo destruídas durante o deslocamento e alimentação dos animais. Além das perdas econômicas, há riscos sanitários sérios, como a transmissão de doenças que ameaçam diretamente cadeias produtivas da agropecuária brasileira. Os técnicos também alertam para danos ambientais e a possível veiculação de patógenos, o que aumenta os riscos à saúde humana e animal. Ainda para 2025, a previsão é de que mais de 1 milhão de javalis precisem ser abatidos. A erradicação total da espécie já é considerada inviável e o foco imediato deve ser em reduzir ao máximo os danos causados. Apesar da urgência, o controle efetivo da praga esbarra em burocracias. Caçadores enfrentam lentidão na liberação de licenças, além de crescente fiscalização. Mais de mil licenças teriam sido suspensas, e processos de autorização para armas estariam parados há meses no Exército. Na Câmara dos Deputados, o debate ganhou força. O Projeto de Lei 4.253/2025 busca descentralizar a competência do controle para estados e municípios, permitindo também o uso comercial da carne e subprodutos, desde que com fiscalização sanitária adequada.

espalhadas pelo país com venda estimada em 400 milhões
de copos com a marca “Café do Brasil”
Maior rede de cafeterias da China venderá café em copos com marca ‘café do Brasil’
A Luckin Coffee, maior rede de cafeterias da China, executará uma ação neste mês para promover o café de origem do Brasil. Todos os copos de café vendidos neste mês terão estampados a marca “Café do Brasil” (“Brazil season”). A iniciativa é fruto de uma parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). A expectativa do lado brasileiro é de que sejam vendidos 14 milhões de copos por dia com a marca brasileira, ou 400 milhões em todo o mês. A campanha inclui a distribuição de chaveiros e mini capivaras de pelúcia com logo da ApexBrasil para os consumidores que adquirirem o café brasileiro. A Luckin Coffee, que tem mais de 30 mil unidades espalhadas pelo país. A campanha “Brazil Season” compõe o conjunto de ações da Agência para promoção comercial e o fortalecimento da marca Brasil entre os consumidores chineses. O mercado chinês já reúne quase meio bilhão de consumidores de café.
Após 30 anos, Espanha confirma retorno da peste suína africana acendendo alerta global
A Espanha vive um momento crítico com o retorno da peste suína africana (PSA) ao seu território após três décadas. Dois javalis infectados foram encontrados mortos no Parque Natural de Collserola, próximo a Barcelona, e testaram positivo para o vírus, segundo confirmação oficial divulgada em 1º de dezembro. Trata-se dos primeiros casos no país desde 1994. O governo espanhol mobilizou rapidamente 117 militares da Unidade Militar de Emergências (UME), somando-se a outros 300 agentes civis, para reforçar as ações de contenção, que incluem o uso de drones, desinfecção de áreas, busca ativa por animais e retirada de carcaças. A confirmação da PSA teve reflexo direto no mercado internacional. Mais de 120 certificados sanitários de exportação foram bloqueados por 40 países. A situação preocupa a cadeia produtiva. A Espanha é o maior produtor de carne suína da Europa e o terceiro do mundo, com exportações anuais que somam € 8,8 bilhões, representando 400 mil empregos diretos e indiretos. A origem do foco ainda está sendo investigada, mas autoridades da Catalunha apontam como hipótese mais provável o consumo de um produto contaminado (como embutido ou sanduíche) descartado inadequadamente e ingerido por um javali. O vírus da peste suína africana é extremamente resistente, podendo permanecer viável por semanas em carnes congeladas, produtos suínos processados, carcaças e até superfícies como pneus, calçados e ferramentas. A peste suína africana é uma doença viral altamente contagiosa entre suínos e javalis, mas não oferece risco à saúde humana. Seu impacto, no entanto, é devastador para os rebanhos. Não há vacina ou tratamento eficaz, e o único método de controle é o abate sanitário de animais infectados e ações de biosseguridade. O país trabalha para conter, reduzir e eliminar a fonte do surto e ao mesmo tempo mitigar os efeitos negativos sobre o setor produtivo e as exportações. Apesar do cenário preocupante, o governo afirma que o consumo de carne suína e derivados é seguro e incentiva a população a não abandonar o consumo dos produtos.
Justiça manda governo Lula incluir JBS na “lista suja” do trabalho escravo
A Justiça do Trabalho determinou que o governo federal inclua a JBS Aves e outras duas empresas no cadastro de empregadores responsabilizados por trabalho análogo ao de escravo, a chamada “lista suja”. A gigante internacional teve sua entrada na relação suspensa por decisão do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, contrariando a área técnica. As empresas ainda podem recorrer da decisão. A medida ordena que a União reinsira a JBS Aves, a Santa Colomba Agropecuária S.A. e a Associação Comunitária de Produção e Comercialização do Sisal (Apaeb) em até cinco dias, sob pena de multa diária de R$ 20 mil. A Apaeb já estava na lista, contudo, e seria retirada pela decisão de Marinho. Também foram expedidos ofícios ao Ministério Público Federal, ao Tribunal de Contas da União e à Controladoria-Geral da União para apuração de eventuais responsabilidades, como improbidade administrativa, crime de desobediência e desvio de finalidade no exercício do poder de avocação por parte do ministro. A ordem judicial ocorre após Marinho ter avocado (chamado para a sua decisão) processos administrativos já concluídos pela fiscalização, impedindo a publicação dos nomes das empresas no cadastro. O movimento foi classificado pela justiça como “desvio de finalidade” e “regime de exceção para grandes empresas”.

coroar a cafeicultura mineira, permitindo um avanço crucial
na agregação de valor da produção – Foto Luís Leite
Minas terá centro de excelência em cafeicultura
A cafeicultura mineira ganhará novo impulso com o Centro de Excelência em Cafeicultura de Montanha, projeto lançado pelo Governo de Minas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), vinculada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG). Ao todo, serão destinados cerca de R$ 17 milhões para a estruturação da unidade, que tem como objetivos a promoção do desenvolvimento sustentável, o fortalecimento da economia regional e a melhoria da qualidade do café produzido na região. Com esse aporte, espera-se impulsionar a produção mineira, que hoje é um dos maiores exportadores de café do mundo. O Centro de Excelência em Cafeicultura de Montanha ficará localizado na cidade de Lavras, no Sul de Minas, mesma região onde a Epamig possui campos experimentais de café, focados em pesquisa e desenvolvimento de cultivares, validação de tecnologias e melhoramento genético. Minas tem uma média de 150 mil produtores de café e, para a safra de 2025, estima-se a produção de 25,3 milhões de sacas. Nas exportações, o produto se manteve em alta em 2025. Até outubro, foram exportados US$ 8,8 bilhões, o que representa um acréscimo de 44,6% no montante do ano passado. Com isso, o estado responde por quase 75% das vendas brasileiras ao exterior do produto.
Ministério suspende elaboração de lista de espécies invasoras
O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima suspendeu temporariamente a elaboração da lista nacional de espécies exóticas invasoras presentes no país. A decisão foi anunciada pela Comissão Nacional de Biodiversidade (Conabio), presidida pela Secretaria Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais. A possibilidade de inclusão da tilápia nesta lista havia provocado uma série de reações do setor produtivo, que temia o impacto da medida sobre o cultivo da espécie. A paralisação visa abrir mais espaço para ouvir setores econômicos que utilizam espécies que podem entrar na lista. A pasta afirma que quer reunir novas contribuições para orientar políticas de prevenção e normas de controle de possíveis escapes dessas espécies para o ambiente natural, sem desconsiderar as atividades produtivas. O trabalho será retomado após a análise das sugestões enviadas por todos os segmentos envolvidos. A Conabio, responsável pela decisão final, reúne 12 ministérios, autarquias, representantes da agricultura, pecuária e indústria, além de órgãos ambientais estaduais e municipais, universidades, institutos de pesquisa, agricultores familiares, pescadores artesanais, povos indígenas e comunidades tradicionais. O governo ressalta que a lista tem caráter técnico e preventivo. Segundo o comunicado, identificar espécies exóticas invasoras não implica proibir o uso ou o cultivo delas, mas permite detectar rapidamente possíveis invasões biológicas e reduzir riscos à biodiversidade nativa.