Aqui você encontra em notas as últimas e mais importantes notícias semanais do agronegócio nacional e internacional
Tarifaço dos EUA ainda incide sobre exportações brasileiras
22% das exportações brasileiras para os Estados Unidos continuam sujeitas às sobretaxas impostas pelo governo norte-americano apesar da Casa Branca anunciar a retirada de 238 produtos da lista de itens tarifados. A decisão representa o maior avanço nas negociações bilaterais desde o início das sanções. Quando o tarifaço foi imposto, 36% das vendas brasileiras estavam sujeitas a alíquotas adicionais. Com as novas isenções, reduziu-se essa fatia para 22%. A medida revoga a tarifa extra de 40% sobre uma série de produtos, em sua maioria do agronegócio, como café, carne bovina, banana, tomate, açaí, castanha de caju e chá. A isenção tem efeito retroativo a 13 de novembro, o que permitirá o reembolso de valores já pagos por exportadores brasileiros.
Anvisa autoriza Embrapa a realizar pesquisa sobre cultivo de Cannabis
Devido ao crescente interesse mundial na Cannabis e sua relevância econômica, social, ambiental e medicinal, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou à Embrapa realizar pesquisas sobre o cultivo da planta (Cannabis sativa) no país. A permissão, inédita para a instituição, é exclusivamente para fins científicos e segue normas rigorosas de segurança e controle. Antes do início dos estudos, a Embrapa deverá passar por inspeção presencial da Anvisa e cumprir todos os requisitos técnicos definidos. A autorização será monitorada continuamente e poderá receber novas exigências. Nenhum produto gerado a partir das pesquisas poderá ser comercializado, e o envio de material vegetal será permitido apenas para outras instituições de pesquisa previamente autorizadas. A autorização permite que o Brasil produza conhecimento próprio, fortaleça sua autonomia tecnológica e cumpra seu dever com a saúde pública e o desenvolvimento nacional. A decisão libera três frentes principais de estudo dentro da Embrapa: Conservação e caracterização de germoplasma; Bases científicas e tecnológicas para cannabis medicinal; Pré-melhoramento de cânhamo para fibras e sementes.

Vaca nelore bate recorde mundial de preço
A vaca nelore Donna FIV CIAV estabeleceu novo recorde mundial de preço ao atingir R$ 54 milhões no Leilão Cataratas Collection, realizado em Foz do Iguaçu. O valor supera em dobro a marca anterior, que pertencia à própria mãe de Donna, Parla FIV AJJ, avaliada em R$ 27 milhões. Durante o evento, 25% da propriedade de Donna foram arrematados por R$ 13,5 milhões por Nelore Huff e Nelore Traia Veia, que passam a ter a propriedade conjunta do animal com a Casa Branca Agropastoril, Agropecuária Mata Velha e Nelore LMC. Antes do recorde no Paraná, Donna já era apontada como destaque da ExpoZebu em 2024, quando teve 33% de sua propriedade ofertados no Leilão Elo de Raça alcançando valor de R$ 15,48 milhões. O pregão é conhecido por apresentar animais valorizados, como a Viatina-19 FIV Mara Móveis recordista ao atingir R$ 21,5 milhões. Donna também tem histórico de destaque comercial, com bezerras vendidas por até R$ 1,3 milhão. Ela também foi recordista em vendas de prenhez em 2023 e eleita melhor matriz do Ranking Nacional Nelore 2023/2024.
Doce de leite brasileiro ganha força
O doce de leite, símbolo da gastronomia brasileira, atravessa um momento de forte expansão e consolidação no mercado nacional e internacional. Segundo levantamento do grupo de pesquisa Inovaleite (UFJF), as exportações brasileiras cresceram 441% entre 2016 e 2021, evidenciando o potencial econômico e a valorização do produto no exterior. Minas Gerais se destacou como líder na produção, responsável por 38,4 mil toneladas, o equivalente a 58,1% da produção nacional rastreada, reafirmando o protagonismo do estado na cadeia láctea brasileira. Os dados mais recentes confirmam a trajetória de crescimento. O doce de leite deixou de ser apenas um produto tradicional e passou a ocupar espaço estratégico nas exportações brasileiras, atraindo novos mercados e consumidores no exterior. Além do apelo cultural e sensorial, o doce de leite vem sendo reconhecido como uma alternativa estratégica de agregação de valor para a cadeia produtiva do leite. Segundo o Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), a categoria exige baixo investimento em equipamentos quando comparada a outros derivados e mantém características artesanais que a diferenciam no mercado. Esse fator torna o segmento especialmente atrativo para pequenos e médios produtores, que encontram no doce de leite uma forma sustentável de diversificação e valorização da produção. O produto vem deixando de ser apenas um símbolo da tradição regional mineira e passa a ser reconhecido como uma categoria de alto valor agregado, com identidade própria, potencial de exportação e importância crescente para a economia brasileira.
Acordo Mercosul-UE finalmente será assinado
Esta semana, o presidente Lula afirmou que o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) – Acordo Mercosul-UE – será assinado em 20 de dezembro. Neste semestre, o Brasil está na presidência do bloco sul-americano e Lula colocou como prioridade a finalização do acordo com os europeus. Trata-se de um acordo que envolve praticamente 722 milhões de habitantes e US$ 22 trilhões de Produto Interno Bruto (PIB), extremamente importante, que possivelmente seja o maior acordo comercial do mundo. A União Europeia e o bloco formado pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai completaram as negociações sobre o acordo em dezembro passado, cerca de 25 anos após o início das conversações. Serão firmados dois textos: o primeiro de natureza econômica-comercial, que é de vigência provisória, e um acordo completo. O Parlamento Europeu precisa aprovar com votos favoráveis de 50% dos deputados mais um, o que pode ter resistências de países como a França, que questionam termos do acordo. Além disso, pelo menos 15 dos 27 países precisam ratificar o texto, representando pelo menos 65% da população total da União Europeia, o que pode levar vários anos. Quando o acordo completo entrar em vigor, ele substituirá o acordo comercial provisório. Os países do Mercosul precisam fazer o mesmo e submeter o documento final aos seus parlamentares, mas a entrada em vigor é individual, ou seja, não é preciso esperar a aprovação dos parlamentos dos quatro estados-membros.

Mais 35 mil licenças de pescadores são suspensas
O Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) suspendeu 35.750 licenças inscritas no Registro Geral da Atividade Pesqueira (RGP) por indício de fraude. A medida foi anunciada por meio da Portaria MPA nº 582, de 21 de novembro de 2025 publicada no Diário Oficial da União. A lista pode ser consultada CLICANDO AQUI. Os pescadores e pescadoras profissionais que tiveram suas licenças suspensas podem entrar com recurso administrativo no prazo de até 30 dias no protocolo digital do Ministério da Pesca e Aquicultura. A análise do recurso será realizada pela Secretaria Nacional de Registro, Monitoramento e Pesquisa da Pesca e Aquicultura, do Ministério da Pesca e Aquicultura, no prazo de até 60 dias, que pode ser prorrogado automaticamente por igual período. Se o recurso for aceito, a licença será reativada no Sistema PesqBrasil – RGP Pescador e Pescadora Profissional. Se for indeferido, o pescador perde a licença em definitivo. Em 1º de outubro, já tinham sido canceladas 135 mil licenças, após uma investigação da Polícia Federal. Em 2025, mais de 300 mil licenças foram canceladas por ausência de recadastramento obrigatório, e 7.900 foram extintas em razão do falecimento dos titulares.
Café do Cerrado Mineiro quebra recorde nacional
Durante o 13º Prêmio Região do Cerrado Mineiro (RCM), realizado em Uberlândia (MG), uma saca campeã da categoria Cereja Descascado, produzida por Eduardo Pinheiro Campos, da Fazenda Dona Nenem, em Presidente Olegário, foi arrematada por R$ 200 mil, o maior valor já pago por uma saca de café em um leilão nacional. O lance vencedor foi dado pelo consórcio formado por Expocacer, Veloso Green Coffee, Marex e Nucoffee, que destacou a excelência e o potencial dos cafés de origem controlada do Cerrado Mineiro. O segundo maior lance, de R$ 100 mil, foi feito pela Louis Dreyfus Company, que adquiriu o café campeão da categoria Natural, produzido pela Agropecuária São Gotardo Ltda.. O Leilão Solidário movimentou um total de R$ 562 mil, com média total por saca de R$ 62.444,44, reunindo nove lotes das categorias vencedoras do prêmio e consolidando a Região do Cerrado Mineiro como referência em qualidade, inovação e valorização da origem. Cerca de 40% do valor arrecadado (224.800,00), será destinado ao projeto Escola de Atitude, iniciativa que incentiva a formação cidadã de jovens nas comunidades produtoras. A cerimônia premiou os cafés mais bem pontuados nas categorias Natural, Cereja Descascado, Fermentado e Doce Cerrado Mineiro, com notas acima de 80 pontos, classificação que reconhece os grãos como cafés especiais.
Operação no Aeroporto de Guarulhos apreende barbatanas de tubarão
Uma ação de combate ao tráfico internacional de animais silvestres, realizada em Guarulhos (SP), resultou na apreensão de aproximadamente 48 kg de barbatanas de tubarão, secas e desidratadas. As partes dos peixes estavam em quatro malas despachadas por uma cidadã chinesa, no Aeroporto Internacional de Guarulhos. A fiscalização foi deflagrada de forma conjunta pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Receita Federal do Brasil (RFB). A ação fiscalizatória identificou que a infratora, que reside legalmente no Brasil, iria com a carga ilegal para Hong Kong. As barbatanas estavam em sacos plásticos, com cerca de 1 kg cada, sem que houvesse qualquer vestuário nas bagagens. O produto apreendido tem alto valor comercial, derivado de espécies marinhas e especialmente visado pelo tráfico internacional para fins alimentícios e medicinais. No mesmo dia e local, a equipe de agentes do Ibama apreendeu outros cerca de 14 kg, também de barbatanas de tubarão que resultou em outro auto. As barbatanas apreendidas serão destruídas despois de coletados fragmentos para identificação das espécies envolvidas e levantamento de informações relevantes que subsidiem a fiscalização.

INPI reconhece a IG Serra do Mel (RN) para castanha de caju
O INPI concedeu o registro de Indicação Geográfica (IG), na espécie Indicação de Procedência (IP), ao município de Serra do Mel, no estado do Rio Grande do Norte, para o produto castanha de caju, conforme publicado na Revista da Propriedade Industrial (RPI) de 25 de novembro. Com esse registro, o Brasil chega a 158 IGs reconhecidas, sendo 117 IPs (116 nacionais e 1 estrangeira) e 41 Denominações de Origem – DOs (31 nacionais e 10 estrangeiras). A produção, comercialização e o beneficiamento da castanha de caju fazem parte da tradição do Rio Grande do Norte, especialmente em Serra do Mel. A cajucultura foi implantada no município no início da década de 1970, paralelamente ao processo de colonização da região. A proposta era vincular uma atividade econômica promissora à ocupação planejada do território, garantindo uma estrutura fundiária homogênea e baseada na agricultura familiar integrada à agroindústria de pequeno porte por meio do cooperativismo. As condições edafoclimáticas favoráveis, somadas ao apoio técnico de entidades públicas e aos incentivos estaduais, consolidaram Serra do Mel como o maior produtor de castanha de caju do estado, com cerca de 13 mil hectares dedicados ao cultivo. A cadeia produtiva é diversificada com doces, rapaduras e sucos, mas o beneficiamento da castanha se destaca por gerar maior valor agregado e ocupar grande parte da mão de obra local. O nome geográfico “Serra do Mel” tornou-se amplamente reconhecido pela produção de castanha de caju, cumprindo os requisitos para o reconhecimento como Indicação de Procedência. O reconhecimento da importância da cajucultura levou à instituição, pela Lei Estadual nº 11.223, de 02 de agosto de 2022, do título de “Capital da Castanha” para Serra do Mel, reforçando sua identidade e potencial de atração para negócios e visitantes.
Brasil e China formam joint-venture para produzir pequenas máquinas agrícolas
As empresas Live Farm, do Brasil, e Hans Agricultura Machinery, da China, formalizaram a criação de uma joint-venture para viabilizar a fabricação de máquinas agrícolas de pequeno porte, adaptadas à realidade da agricultura familiar brasileira. A iniciativa envolve a produção e a transferência de tecnologia, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, que articulou a parceria entre as companhias. O objetivo da parceria é produzir equipamentos agrícolas de pequeno porte, como pequenos tratores de 7 a 20 cavalos, com preços de até R$ 50 mil, para propriedades menores. A ideia é aproveitar a experiência da empresa chinesa, que atua em 54 países com fabricação e venda de plantadeiras, roçadeiras e outros equipamentos, e replicar a tecnologia no Brasil. A agricultura familiar brasileira apresenta baixo índice de mecanização nas propriedades e faltam máquinas adaptadas para as pequenas propriedades e com preços viáveis. O acesso aos equipamentos pode melhorar a produtividade e condições de trabalho dos agricultores familiares. A empresa brasileira pretende construir esses equipamentos em plantas de produção no Ceará, Paraíba e na Bahia. A fabricação deverá começar no início de 2026. O Plano Safra 2025/26 oferece linhas com juros a 2% ao ano para a aquisição de máquinas por agricultores familiares. Prevê-se um “salto” na mecanização, principalmente na região nordeste, onde as máquinas deverão ser fabricadas.
Liberado mais recursos para a reconstrução do RS
O governo federal anunciou a liberação de mais R$ 3,3 bilhões para a realização de obras de reconstrução do Rio Grande do Sul, afetado por enchentes ocorridas em maio de 2024. Desse montante, R$ 726 milhões serão destinados para a construção de 3949 novas moradias, em 62 municípios gaúchos, com menos de 50 mil habitantes. Na ocasião, também foi realizada a entrega simbólica de 8000 moradias, adquiridas por meio do Programa Compra Assistida, no âmbito do Minha Casa, Minha Vida – Reconstrução. A modalidade permite que as famílias gaúchas habilitadas sejam atendidas por meio da compra de imóveis novos ou usados, com financiamento do governo federal. Até o momento, dos R$ 111 bilhões anunciados pelo governo federal para socorrer o estado, já foram aplicados R$ 90 bilhões.

Anvisa proíbe venda de vinagre de maçã Castelo
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou a proibição da comercialização, distribuição e consumo do Vinagre de Maçã da marca Castelo. O produto foi recolhido dos mercados. O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) do Distrito Federal informou no Laudo de Análise Fiscal Definitivo que o produto reprovou no ensaio de pesquisa quantitativa de dióxido de enxofre. O Vinagre de Maçã tinha mais dessa substância, do que era informado no rótulo. A presença de dióxido de enxofre em alimentos, principalmente se não estiver identificada, pode provocar reações alérgicas em pessoas sensíveis a esse composto químico. A assessoria de imprensa da Castelo informou que está adotando todas as medidas necessárias relacionadas ao lote 12M2 do produto e pede que os consumidores verifiquem se possuem o produto do lote mencionado. Em caso positivo, solicita contato pelos canais oficiais: SAC: 0800 771 6111 E-mail: sacc@casteloalimentos.com.br
Conab prevê novo recorde na produção de carne de frango em 2026
A produção de carne de frango em 2026 pode chegar a cerca de 15,86 milhões de toneladas. Se confirmado, o volume representa um novo recorde na série histórica da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), superando a estimativa de produção deste ano, que é de 15,5 milhões de toneladas. O bom resultado da avicultura de corte, junto com a suinocultura, influencia positivamente a produção de carnes no país. Devem ser produzidas no país 32,6 milhões de toneladas de carnes, quando somadas as três principais proteínas mais consumidas pelos brasileiros (aves, suína e bovina). O volume previsto para o próximo ano representa uma ligeira alta de 0,4% em relação à quantidade prevista para este ano, de 32,48 milhões de toneladas, e também se configura como um novo recorde. Neste ano, o bom resultado da produção de carne de frango permite um aumento na disponibilidade interna do produto no mercado doméstico, mesmo com o ligeiro aumento nas exportações, estimadas em 5,2 milhões de toneladas, frente ao volume embarcado em 2024 de 5,15 milhões de toneladas. Neste mês, a China, o maior importador de carne de frango, declarou a retomada das compras do produto brasileiro. Para 2026, a expectativa é de continuidade da trajetória positiva das exportações, com o volume total embarcado estimado em 5,25 milhões de toneladas. Mais uma vez, o aumento nas vendas internacionais não deve impactar o mercado doméstico, já que a disponibilidade interna também deve crescer no próximo ano em 3,1%, saindo de 10,3 milhões de toneladas em 2025 para 10,62 milhões de toneladas em 2026, possibilitando que a disponibilidade per capita seja estimada em 51,3 quilos por habitante, garantindo o abastecimento.
Congresso derruba vetos à nova lei de flexibilização ambiental
O Congresso Nacional derrubou todos os vetos apreciados do presidente Lula a uma polêmica proposta que libera uma flexibilização maior do sistema de licenciamento ambiental no Brasil menos de uma semana após o país sediar o mais importante evento climático do mundo, a COP30. A derrubada dos vetos de Lula contou com o apoio direto do presidente do Congresso e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que pouco antes da votação, defendeu a iniciativa. Com a derrubada dos vetos, os parlamentares decidiram reduzir o controle público e o sistema de proteção ambiental, e ampliar a autonomia de estados e municípios de legislar sobre o assunto em detrimento do governo federal, além de promover a simplificação de ritos de licenciamento ambiental. A decisão do Congresso representa um retrocesso estrutural na política ambiental do Brasil e aumenta os riscos de desmatamento, ampliando também as chances de eventos extremos como as recentes enchentes. Esses vetos protegiam pontos essenciais do licenciamento, como as condicionantes ambientais, a análise técnica prévia e a participação de órgãos responsáveis pela proteção de povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais. Ao derrubá-los, o Congresso enfraquece salvaguardas que evitam tragédias socioambientais e que são fundamentais para a proteção de vidas humanas. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou hoje que o governo federal vai buscar no STF (Supremo Tribunal Federal) a recomposição da lei de licenciamento ambiental que foi alterada no Congresso.

Megaoperação investiga fraude fiscal no setor de combustíveis
A Receita Federal deflagrou uma operação que busca desarticular esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis. O alvo principal é o Grupo Fit, que opera a refinaria de Manguinhos, no Rio de Janeiro. Ao todo, foram 126 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Distrito Federal. As investigações apontaram que o Grupo Fit é, atualmente, o maior devedor do país, com débitos superiores a R$ 26 bilhões. Mais de 10,2 bilhões já foram bloqueados através de medidas cautelares judiciais cíveis. Segundo informações da Receita, o grupo movimentou mais de R$ 70 bilhões em apenas um ano via empresas próprias, fundos de investimento e offshores. A investigação atinge todos os níveis da cadeia de combustíveis, desde a importação até a comercialização. O dono do conglomerado, Ricardo Magro, paulista morador de Miami, EUA, foi advogado do ex-deputado Eduardo Cunha e já havia se pronunciado à imprensa quando a empresa foi citada no teor da Operação Carbono Oculto, que acusou a Refit de envolvimento no esquema criminoso do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Mudanças climáticas preocupam 86% dos produtores
A 9ª Pesquisa ABMRA Hábitos do Produtor Rural revela que o tema das mudanças climáticas se consolidou como uma preocupação concreta entre agricultores e pecuaristas brasileiros. Segundo o levantamento, 86% dos produtores acreditam que eventos extremos, como chuvas mais fortes, secas prolongadas e temperaturas mais altas terão algum tipo de impacto na produção das suas propriedades nos próximos anos e décadas. O estudo, considerado o mais completo mapeamento do comportamento do produtor rural brasileiro, abrange hábitos de mídia, padrões de compra, conectividade, adoção tecnológica, percepções ambientais, dentre outros tópicos extremamente importantes para a construção de estratégias mais eficazes. A pesquisa realizou 3.100 entrevistas presenciais, aplicou 280 questões, percorreu 16 estados, analisou 15 culturas agrícolas e quatro rebanhos de produção para trazer um retrato amplo e atualizado da realidade do campo brasileiro. A quantidade de produtores preocupados com os efeitos climáticos demonstra uma atenção crescente ao tema. Os dados mostram que 72% dos produtores já adotam procedimentos ou técnicas voltadas a melhorar a eficiência no uso de insumos e reduzir impactos ambientais. Entre eles, 67% afirmam fazê-lo para melhorar resultados de produtividade, enquanto 65% apontam recomendação técnica como motivação principal.
Produtores de São Paulo terão novo incentivo para formalizar seu negócio
Os pequenos produtores rurais do estado de São Paulo terão um novo incentivo econômico para formalizar seu negócio: o FEAP SP Artesanal + Legal. Os produtores poderão receber reembolsos de suas custas que podem chegar a até 95% do valor. Lançado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), a proposta é custear as adequações estruturais e sanitárias necessárias para o registro das agroindústrias de pequeno porte. O objetivo inicial é contemplar 100 produtores. Serão distribuídos R$ 3 milhões e os valores podem ser ampliados a depender da demanda. O foco é no Serviço de Inspeção de São Paulo (Sisp) em sua modalidade artesanal, registro que certifica a qualidade, a tradição e a origem do produto. O incentivo permitirá o reembolso de até 95% das despesas para agroindústrias geridas exclusivamente por mulheres e até 90% para os demais beneficiários, limitada a R$ 50 mil por projeto. Serão elegíveis: gastos com obras; melhorias em instalações; aquisição de equipamentos novos; contratação de serviços técnicos especializados. Para conseguir o incentivo, o produtor precisa procurar a Casa da Agricultura do município ou o escritório do Itesp, ambos da SSA.

do abastecimento, do acesso aos mercados e soberania alimentar
Governo libera recursos para fortalecer agricultura familiar
O governo federal editou a Medida Provisória 1.325, de 24 de novembro de 2025 que libera R$ 190 milhões para promover e fortalecer a agricultura familiar. O dinheiro será administrado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar. Do total do recurso, R$ 30 milhões serão usados para a promoção e o fortalecimento da comercialização, do abastecimento e do acesso aos mercados para agricultura familiar e povos e comunidades tradicionais. Os outros R$ 160 milhões serão investidos em abastecimento e soberania alimentar e em formação de estoques públicos. A medida provisória já está em vigor e o dinheiro já pode ser usado. Entretanto, o texto terá de ser analisado e aprovado pelo Congresso Nacional para se tornar lei.
UE adia a lei antidesmatamento
O Parlamento Europeu aprovou o adiamento da entrada em vigor da Lei Antidesmatamento da União Europeia (EUDR), dando mais um ano para que empresas se adaptem às novas exigências ambientais. A decisão foi aprovada por ampla maioria (402 votos a favor, 250 contra e oito abstenções) e permite que o bloco ajuste o sistema de rastreabilidade antes de começar a cobrar o cumprimento efetivo das normas. Pelo novo calendário, grandes operadores só estarão sujeitos às regras a partir de 30 de dezembro de 2026. Micro e pequenas empresas terão ainda mais tempo: até 30 de junho de 2027. O texto segue agora para negociação final com os governos dos países-membros e precisa ser ratificado e publicado no Jornal Oficial da UE até o fim de 2025 para que o adiamento seja validado. A EUDR pretende impedir a entrada no mercado europeu de produtos associados a desmatamento, afetando cadeias importantes para o Brasil, como soja, café, cacau, madeira, carne bovina, papel, borracha e derivados.