CAMPING -  Dicas para escolher a barraca ideal

Manchetes da semana - 10 a 14-05-2025

Ibama multa 242 pessoas por incêndios criminosos em 2024

Os incêndios florestais que devastaram mais de 30 milhões de hectares no país, ao longo do ano passado, foram causados, em grande medida, por atividades criminosas. É o que aponta o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que emitiu autuações contra centenas de pessoas. O órgão identificou e está punindo 242 pessoas por conta desses grandes incêndios criminosos em 2024. Outros casos ainda estão sob análise. Esses 242 incluem multas e outras medidas administrativas que somam mais de R$ 460 milhões. O instituto vem realizando uma série de medidas de prevenção é identificando áreas e propriedades de maior risco desses incêndios, emitindo notificações eletrônicas e notificações por edital, para que os proprietários adotem medidas e saibam que estão sendo monitorados. Além disso, está mantendo e ampliando a presença de equipes de patrulhamento em campo nas áreas mais críticas.

Toneladas de café com impurezas são apreendidas

O Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Sipov-SP), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), apreendeu nesta semana três toneladas de café torrado e moído empacotado em uma empresa de empacotamento de Piraju, no interior paulista. O estabelecimento foi autuado e interditado. Os fiscais encontraram o ambiente em condições higiênicas e sanitárias inadequadas para o manejo do café torrado e moído. Além disso, a empresa tinha problemas documentais ou cadastrais junto aos órgãos municipais, o que causou sua interdição. As amostras coletadas foram enviadas para análise da qualidade do produto no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA) do Mapa. Na análise serão considerados os parâmetros previstos na Portaria SDA nº 570, de 9 de maio de 2022 que estabelece o padrão oficial de classificação do café torrado. Imagens mostram grãos de café misturados com cascas e outras impurezas. Segundo as autoridades, a empresa chegou a vencer licitações para fornecer o produto para órgãos públicos. O nome da empacotadora não foi divulgado, o que só deve ocorrer após a finalização do processo administrativo aberto no ministério, assegurando o direito de defesa.

A cientista brasileira Mariangela Hungria, pesquisadora da Embrapa Soja, foi a laureada do WFP 2025
A cientista brasileira Mariangela Hungria, pesquisadora da Embrapa Soja, foi a laureada do WFP 2025

Cientista da Embrapa ganha Prêmio Mundial da Alimentação

Por sua relevante contribuição ao desenvolvimento de insumos biológicos para a agricultura, a cientista brasileira Mariangela Hungria, pesquisadora da Embrapa Soja, é a laureada da edição de 2025 do Prêmio Mundial de Alimentação (World Food Prize – WFP), reconhecido como o “Nobel” da agricultura. O anúncio de sua nomeação ocorreu nesta semana na sede da Fundação World Food Prize, nos Estados Unidos, criada pelo Nobel da Paz Norman Borlaug, pai da revolução verde. A solenidade de entrega da homenagem será realizada em 23 de outubro, em Des Moines, EUA. O prêmio reconhece anualmente as personalidades que contribuem para o aprimoramento da qualidade e da disponibilidade de alimentos no mundo e também é conhecido como o “Nobel” da agricultura e alimentação, uma vez que essa categoria não é contemplada nas categorias oficiais do Nobel. A pesquisadora está sendo reconhecida por sua trajetória de mais de 40 anos dedicados ao desenvolvimento de tecnologias em microbiologia do solo, o que vem permitindo aos produtores rurais a obtenção de altos rendimentos com menores custos e mitigação de impactos ambientais. A ênfase das suas pesquisas tem sido no aumento da produção e na qualidade de alimentos por meio da substituição total ou parcial de fertilizantes químicos por microrganismos portadores de propriedades como fixação biológica de nitrogênio (FBN), síntese de fitormônios e solubilização de fosfatos e rochas potássicas.

Agricultura familiar recebeu quase R$ 65 bi em crédito rural via Pronaf em 2024

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) movimentou em 2024, R$ 64,9 bilhões em crédito rural, um crescimento de mais de 30% em dois anos. Em 2022, o valor contratado foi de R$ 49,7 bilhões. As regiões sul, nordeste e sudeste lideram o volume de crédito, com maior crescimento proporcional da região nordeste, que saiu de R$ 6,14 bilhões em 2022 para R$ 12,61 bilhões em 2024 — mais do que o dobro de aumento (106%). O volume de crédito contratado por mulheres agricultoras no conjunto das linhas saltou de R$ 9 bilhões em 2022 para R$ 13,7 bilhões em 2024 — alta de 52,5%. Povos e comunidades tradicionais responderam por um salto de 153% para o volume de recursos contratados por indígenas e 464% por quilombolas entre os anos de 2022 e 2024, totalizando cerca de R$ 63,6 milhões de crédito.

MST doa 25 toneladas de alimentos a cozinhas solidárias

O Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) doou 25 toneladas de alimentos a 35 cozinhas solidárias da capital paulista, nesta semana. Os espaços atendem famílias periféricas, crianças, idosos, população de rua e diversas comunidades. O ato MST Cultivando a Solidariedade fez parte da programação da 5ª Feira da Reforma Agrária, que aconteceu em São Paulo, amplificando e simbolizando o princípio da solidariedade ativa, marca da atuação do movimento. A doação se diferencia por levar produtos orgânicos a populações com pouco acesso a políticas públicas, cultivados sem veneno e provenientes da agricultura familiar. São frutas, verduras, legumes, arroz, feijão e outros grãos produzidos em todo o país. O movimento aproveitou para também cobrar do governo federal a ampliação e reforço das políticas voltadas ao campo e à agricultura familiar. Para o MST está faltando política pública, está faltando firmeza do governo.

Petrobras faz nova descoberta no bloco de Aram, no pré-sal da Bacia de Santos, que pode ser o maior campo de petróleo do Brasil
Petrobras faz nova descoberta no bloco de Aram, no pré-sal da
Bacia de Santos, que pode ser o maior campo de petróleo do Brasil

Petrobras faz uma das maiores descobertas do ano no pré-sal de Santos

A Petrobras anunciou a descoberta de petróleo no bloco Aram, no pré-sal da Bacia de Santos. A estatal classificou a descoberta como uma das mais relevantes do ano, destacando a qualidade do óleo e a ausência de contaminantes. O poço exploratório, identificado como 3-BRSA-1396D-SPS, está localizado a 248 quilômetros da cidade de Santos (SP), a uma profundidade de 1.952 metros. A companhia afirmou que o poço foi constatado por meio de perfis elétricos, expressos por gás e amostragem de fluido. Técnicos avaliam que o volume é significativo e sem gás carbônico, o que pode facilitar o desenvolvimento da área e elevar o valor do produto extraído. A região é vista como estratégica para o futuro da produção nacional de petróleo. O bloco Aram pode conter o maior campo de petróleo do Brasil, com potencial para ser maior que Búzios e Tupi, hoje os maiores produtores do pré-sal.

China abre cinco novos mercados para produtos do agro brasileiro

Na cerimônia de assinatura de atos no Grande Palácio do Povo em Pequim, durante o encontro do presidente Lula com o presidente chinês Xi Jinping, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, assinou mais três acordos bilaterais para o desenvolvimento da agropecuária brasileira. Abertura de cinco novos mercados e avanço nas medidas sanitárias e fitossanitárias foram os temas dos acordos bilaterais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e da Administração-Geral de Aduanas da China (GACC). As aberturas são para exportação de carne de pato, carne de peru, miúdos de frango (coração, fígado e moela), grãos derivados da indústria do etanol de milho (DDG e DDGs) e farelo de amendoim. O Brasil alcança uma conquista histórica com o maior número de aberturas de mercado para a China de uma única vez. Um reflexo da confiança mútua e da boa relação entre os dois países.

Produtores rurais do Rio Grande do Sul iniciam mobilizações por todo o estado

Produtores rurais de diversos municípios do Rio Grande do Sul iniciaram nesta semana uma série de mobilizações à espera de medidas efetivas de assistência após as tragédias climáticas dos últimos anos, em especial as enchentes do ano passado. O movimento tem data de início, porém, não de finalização. Os produtores prometem ficar mobilizados até que tenham uma resposta condizente ao seu pleito. Segundo a APER (Associação dos Produtores e Empresários Rurais do Rio Grande do Sul), trata-se de um movimento orgânico, organizado pelos produtores cada um em sua cidade tamanha a insatisfação, a incerteza e a insegurança sobre tudo o que tem sido vivido em relação ao endividamento causado pelas estiagens, cheias e também pela prática irregular que as instituições financeiras têm exercida na condução da política do crédito rural. O setor segue aguardando que os governos estadual e federal dêem a atenção devida para as demandas que estão sendo solicitadas, que é a aprovação do projeto de securitização ou pelo Congresso Nacional ou por uma Medida Provisória que seja editada pelo Governo Federal e ratificada pelo Congresso, transformando-a em lei.

A vaca nelore Parla FIV AJJ, a Rainha do Nelore
A vaca nelore Parla FIV AJJ, a Rainha do Nelore

Vaca nelore é valorizada em R$ 27 milhões e se torna a mais cara do mundo

O trono da pecuária Nelore tem uma nova soberana. A consagrada Parla FIV AJJ, agora eternizada como a Rainha do Nelore, quebrou todos os recordes já registrados ao ter 33% de seu pacote genético vendidos por R$ 9.030.000,00 durante o leilão “Nelore Gibertoni Colecionando Momentos – Etapa Speciale”. Com isso, a matriz atinge uma valorização superior a R$ 27 milhões, um feito nunca antes alcançado na história da raça. A matriz superou a icônica tetra campeã da raça nelore, Carina FIV do Kado que sustentava o valor de R$ 24 milhões. O novo coproprietário da joia genética é o Boitel São Pedro, que agora se junta ao seleto condomínio formado por Nelore Gibertoni e RS Agropecuária. Parla FIV AJJ não é apenas uma doadora. Ela é um fenômeno. Descendente direta da lendária Parla TE LL, a fêmea que revolucionou a raça no Brasil, Parla FIV AJJ carrega o sangue dos maiores expoentes da seleção nelore moderna. Sua produção já acumula filhos campeões, doadoras consagradas e reprodutores valorizadíssimos nos principais plantéis do país. Mais do que genética, Parla representa consistência, produtividade e impacto real no rebanho. Sua fertilidade excepcional, habilidade materna e desempenho em reprodução assistida a tornaram sinônimo de retorno garantido para os criadores de elite.

Paraná intensifica combate ao greening em 16 municípios

A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) promove até 16 de maio a “Operação Big Citros”, com foco nos municípios das regiões de Cornélio Procópio e Londrina. A ação busca reduzir a incidência do greening, praga que ameaça a citricultura. A força-tarefa vem ocorrendo em áreas comerciais e não comerciais, incluindo pomares abandonados e plantas isoladas. A citricultura tem forte peso econômico na região. A Cooperativa Agroindustrial Integrada mantém uma fábrica de suco em Uraí. Também será feita a atualização cadastral das propriedades com citros no Sistema de Defesa Sanitária Vegetal. As informações vão reforçar o monitoramento e a fiscalização. Produtores devem procurar o escritório regional da Adapar para orientações e denúncias.

Petrobras anuncia retomada de fábricas de fertilizantes

A Petrobras anunciou a retomada das operações em fábricas de fertilizantes na Bahia e em Sergipe, após acordo com a empresa Proquigel, subsidiária da Unigel. O acerto encerra um longa disputa contratual e litigiosa entre as partes e deve ser assinado até o fim deste mês, mas ainda precisará ser homologado pelo Tribunal Arbitral. A estatal vai restabelecer a posse das plantas de fertilizantes. Mas para retomar as operações, a Petrobras vai precisar fazer procedimento licitatório, para contratar serviços de operação e manutenção, conforme suas práticas de governança e procedimentos internos. A retomada de atividades da companhia nos segmentos de fertilizantes está prevista no plano de negócio para o período de 2025 a 2029. O objetivo é capturar valor com a produção e a comercialização de produtos nitrogenados, conciliando com a cadeia de produção de óleo e gás natural e a transição energética.

A maioria das pessoas desconhece que a carne de cação é de tubarão azul (Prionace glauca)
A maioria das pessoas desconhece que a carne de cação é de tubarão azul (Prionace glauca)

O Brasil é o maior consumidor de tubarão do mundo

O Brasil é hoje o maior consumidor e importador de carne de tubarão do mundo, segundo levantamentos internacionais. Só que a maioria das pessoas não sabe disso, porque o tubarão vira “cação” no comércio, e a população segue comprando sem nem imaginar de que peixe se trata. A situação acaba de ganhar um novo agravante: a Portaria Interministerial MPA/MMA nº 30, de 17 de abril de 2025 oficializa e regula a pesca do tubarão-azul (Prionace glauca) no Brasil. Antes, a pesca de tubarões era permitida apenas de forma incidental, ou seja, quando o animal era capturado sem intenção na pesca de outras espécies. Agora, a espécie entra oficialmente na lista de alvos comerciais, com direito a uma cota anual de 3.481 toneladas. Organizações ambientais como a Sea Shepherd já mostraram que a grande maioria dos brasileiros sequer sabe que cação é tubarão, e desenvolvem campanhas para conscientizar e evitar o consumo dessas espécies, que são fundamentais para o equilíbrio dos ecossistemas marinhos.

Banco Central vê necessidade de juros mais altos e por mais tempo

Em meio a um cenário de incertezas e expectativas inflacionárias acima da meta, o Banco Central (BC) indicou, por meio da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta semana, que será necessário manter uma política monetária mais restritiva por um período mais prolongado. A avaliação é unânime entre os diretores da instituição, que veem esse movimento como essencial para reconduzir a inflação ao centro da meta estabelecida. As projeções inflacionárias seguem acima da meta de 3% para todos os horizontes analisados, o que, segundo a ata, agrava o desafio do BC e amplia o custo desse combate sobre a atividade econômica. A ata também destacou que o atual cenário de incerteza aumenta tanto os riscos de alta quanto de queda da inflação. A incerteza dificulta a definição clara da tendência futura dos preços, o que justifica a manutenção de uma política monetária mais cautelosa.

EUA e China chegam a um acordo temporário

Os Estados Unidos e a China anunciaram um acordo que reduz temporariamente as tarifas comerciais entre os dois países, trazendo uma trégua à guerra tarifária que se intensificou nos últimos meses. O pacto prevê uma suspensão de 90 dias das tarifas punitivas, permitindo que ambas as nações revisem suas políticas comerciais e busquem um entendimento mais duradouro. Pelo acordo, Washington reduzirá a taxação sobre produtos chineses de 145% para 30%, enquanto Pequim diminuirá suas tarifas sobre bens americanos de 125% para 10%. Essa decisão foi recebida com otimismo por economistas e investidores, que veem na medida uma oportunidade para estabilizar o comércio global e evitar impactos negativos na economia mundial. A China anunciou que suspenderá algumas das restrições impostas anteriormente, incluindo barreiras à exportação de metais essenciais para a indústria tecnológica. O impacto do acordo já foi sentido nos mercados financeiros, com bolsas de valores registrando altas significativas após o anúncio. Analistas apontam que a medida pode impulsionar o crescimento econômico da China e aliviar pressões inflacionárias nos Estados Unidos. O Brasil acompanha de perto os desdobramentos do acordo, já que a estabilidade nas relações comerciais entre EUA e China pode beneficiar exportadores brasileiros e fortalecer o comércio internacional.

Para usar um "pedaço de mar", o maricultor precisa ter autorização federal e atender uma série de exigências
Para usar um “pedaço de mar”, o maricultor precisa ter
autorização federal e atender uma série de exigências

Reordenamento da maricultura legaliza a situação das famílias no litoral catarinense

Quase todos os moluscos produzidos no Brasil saem de Santa Catarina. O estado, que responde por 97% da produção nacional, colheu 7,5 mil toneladas de suas fazendas marinhas em 2023 – desse total, 7 mil toneladas foram de moluscos e 536 toneladas foram da macroalga Kappaphycus alvarezii. Apesar da força dessa cadeia produtiva que gera renda para centenas de famílias do litoral, muitos produtores vinham esbarrando em questões legais nos últimos anos. Para usar um “pedaço de mar” e produzir ostras, mexilhões, vieiras ou algas, o maricultor precisa ter autorização federal e atender uma série de exigências. As águas da União não pertencem a pessoas – elas são patrimônio nacional e devem ser ocupadas com responsabilidade, atendendo questões legais e ambientais. Em 2021, Santa Catarina iniciou um amplo trabalho de revisão das áreas aquícolas e regularização das fazendas marinhas para organizar o uso das águas da costa. Desde então, o Projeto de Reordenamento da Maricultura já ajudou mais de 300 produtores a legalizarem sua situação. Nessa revisão da maricultura catarinense, muitos contratos foram cancelados por irregularidade ou desistência dos usuários, enquanto outros foram celebrados. Santa Catarina encerrou 2024 com 549 contratos vigentes.