Manchetes da semana – 08 a 14-11-2025

Brasil atinge recorde histórico nas exportações de carne bovina em outubro

O Brasil registrou em outubro de 2025 o maior volume mensal de exportações de carne bovina desde o início da série histórica, em 1997. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC/Secex), compilados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), foram embarcadas mais de 357 mil toneladas, superando o recorde anterior de setembro e representando alta de 18,7% em relação ao mesmo mês de 2024. A receita totalizou US$ 1,9 bilhão, um crescimento expressivo de 39,1% frente ao ano anterior, quando as vendas somaram US$ 1,37 bilhão.

No Paraná, produtor rural terá até 50% de desconto em multas ambientais

Os produtores rurais do Paraná com multas ambientais aplicadas pelo Instituto Água e Terra (IAT) agora podem obter até 50% de desconto. Após atuação do Sistema FAEP, o governo estadual criou o Regulariza Paraná, programa de recuperação fiscal que oferece condições facilitadas para quitar débitos pendentes de impostos. A medida também envolve dívidas ativas relativas a créditos tributários e não tributários oriundos de outros órgãos da administração pública. O programa abre a possibilidade do produtor rural obter benefícios para ficar em dia com suas obrigações, ao mesmo tempo em que converte uma penalidade em ações de preservação. O instrumento serve para que os produtores rurais possam zerar eventuais questões ambientais, o que traz ganhos para toda a sociedade.

Sacas de café do Brasil

Trump diz que vai reduzir tarifa sobre café

O presidente americano Donald Trump disse que os Estados Unidos vão reduzir algumas tarifas sobre importações de café. A declaração foi dada em entrevista ao programa “The Ingraham Angle”, na Fox News. Trump afirmou que “vai baixar as tarifas sobre o café para ter algum café entrando nos EUA”. Só não informou a origem do produto cujas tarifas devem ser reduzidas, mas o Brasil é o maior fornecedor de café aos Estados Unidos e vem negociando com autoridades americanas a retirada da taxa de 50%, que entrou em vigor em agosto. Os EUA são os maiores importadores mundiais de café, com cerca de 24 milhões de sacas consumidas ao ano. Em 2024, o Brasil forneceu 8,1 milhões de sacas ao mercado americano, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

Vem aí um selo inédito de sustentabilidade para fruticultura brasileira

A Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) vai lançar, em 27 de novembro, o Selo Frutas do Brasil ESG, certificação que reconhece produtores e exportadores comprometidos com práticas sustentáveis, sociais e de governança. O anúncio será feito em Brasília, durante evento da entidade que reunirá autoridades, representantes do governo e do setor produtivo. O selo é exclusivo para empresas associadas à Abrafrutas e tem como objetivo fortalecer a imagem da fruticultura nacional no mercado internacional, ao evidenciar que as frutas brasileiras são produzidas com responsabilidade ambiental, respeito às pessoas e boa gestão. A iniciativa é um passo importante para consolidar o trabalho dos produtores que já seguem padrões internacionais de ESG (sigla em inglês para Environmental, Social and Governance), mostrando ao mundo que a fruticultura brasileira está comprometida com práticas responsáveis e com a melhoria contínua do setor. A proposta também busca tornar o Brasil mais competitivo e ético nas exportações de frutas, destacando a origem sustentável dos produtos. Para obter o selo, as empresas passarão por auditorias anuais e acompanhamento técnico, garantindo o alinhamento às normas ambientais e sociais em evolução no mercado global.

Brasil abre novos mercados

O governo brasileiro concluiu negociações sanitárias e fitossanitárias com os governos dos Emirados Árabes Unidos e do Líbano, que permitirão ao Brasil exportar, respectivamente, codornas e feijão preto para esses países. As autoridades sanitárias dos Emirados Árabes Unidos (EAU) autorizaram o Brasil a exportar codornas destinadas à alimentação animal. Em 2024, os EAU importaram mais de US$ 3,3 bilhões em produtos agropecuários do Brasil, destacando-se como o 6º principal destino do agronegócio brasileiro. No Líbano, as autoridades sanitárias autorizaram o Brasil a exportar feijão preto. Em 2024, o Brasil exportou para o Líbano mais de US$ 432 milhões em produtos agropecuários, com destaque para carnes, produtos dos complexos sucroalcooleiro e de soja. Com estes anúncios, o agronegócio brasileiro alcança um total de 488 novas oportunidades desde o início de 2023.

Manifestantes tentam invadir área de negociações da COP30 e entram em confronto com seguranças
Manifestantes tentam invadir área de negociações da COP30 e entram em confronto com seguranças

Manifestantes furam bloqueio e invadem entrada da Zona Azul na COP30

No segundo dia de COP30, uma parte dos manifestantes que participavam da Marcha Global de Saúde e Clima, em Belém, furou o bloqueio policial e invadiu a entrada da Zona Azul, que é restrita para pessoas credenciadas. Os manifestantes carregavam bandeiras contra a exploração de petróleo e da Palestina e cantavam pela taxação dos empresários. Uma parte era de indígenas. Guardas da ONU e outros integrantes da segurança usaram pedaços de madeira para expulsar os manifestantes. Uma parte tentou invadir usando outra entrada e houve correria, mas o grupo foi contido. Um guarda da ONU tirou o celular de um reporter da CBN e gritou que não era permitido fazer imagens da operação policial. A manifestação teve início em uma área sob responsabilidade do governo do estado do Pará, mas atravessou uma área sob gestão federal até finalmente entrar na blue zone, espaço gerenciado exclusivamente pela ONU. Um dos porta-vozes do órgão internacional informou que foi aberta uma investigação para apurar o ocorrido, que causou ferimentos leves em dois seguranças e pequenos danos ao local. Também comunicou que agentes de segurança brasileiros e da própria ONU tomaram medidas de proteção para garantir a segurança do espaço, seguindo todos os protocolos estabelecidos, e que o local está “totalmente seguro”.

Anvisa retira seis marcas de café do mercado

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a proibição da venda, comercialização, distribuição, propaganda e uso de seis marcas de café por uma série de irregularidades sanitárias, uso de ingredientes proibidos e práticas consideradas enganosas ao consumidor. Entre as marcas de café proibidas está a Vibe Coffee, até então considerada promissora no mercado de cafés especiais. Conhecida entre os entusiastas de cafés especiais e com boa aceitação no mercado, a empresa teve todos os seus produtos banidos em território nacional. Outras cinco marcas foram vetadas por uso de matéria-prima imprópria, fragmentos semelhantes a vidro e alegações enganosas nos rótulos. São elas: Café Oficial, Melissa, Pingo Preto, Café Câmara e Café Fellow Criativo (Cafellow). A Anvisa disponibiliza uma ferramenta online para consulta de produtos irregulares. Para utilizá-la, basta CLICAR AQUI, clicar em “Produtos Irregulares” e fazer a busca por nome da marca ou data da medida. O consumidor brasileiro precisa redobrar a atenção na hora de escolher o café que chega à sua xícara. Para o consumidor, fica o alerta: não se deixe levar apenas por embalagens atrativas ou promessas de saúde. A qualidade e a segurança do produto devem estar sempre em primeiro lugar.

Famílias de maior acampamento sem-terra vão ser assentadas

O governo federal vai assentar em dezembro ao menos parte das 5 mil famílias do maior acampamento sem-terra do país, o Terra e Liberdade, localizado em Parauapebas, no sudeste do Pará. O presidente Lula viajará no mês que vem para a região para anunciar um acordo entre o governo federal, a mineradora Vale e movimentos sociais. O acampamento Terra e Liberdade abriga cerca de 5 mil famílias em uma área pública da União, próxima à Estrada de Ferro Carajás, operada pela Vale. A medida prevê a criação de vários assentamentos na região. A região há décadas é a mais conflituosa do país. Em 1996, a Polícia Militar matou 21 trabalhadores rurais sem-terra em Eldorado do Carajás, episódio que marcou a luta pela reforma agrária. Hoje, grandes áreas públicas estão cercadas por fazendas e projetos minerários, enquanto milhares de famílias continuam acampadas à espera de regularização.

Unidade da Embrapa
Unidade da Embrapa

Para pesquisadores internacionais, a Embrapa revolucionou a agricultura mundial

A atuação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) está sendo celebrada por cientistas de prestígio internacional como um dos maiores casos de sucesso em políticas públicas de inovação agrícola. Um estudo intitulado “P&D pública encontra desenvolvimento econômico: Embrapa e a revolução agropecuária brasileira”, conduzido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID, pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts – MIT e pelas universidades de Notre Dame e de Princeton, publicado pelo National Bureau of Economic Research (NBER), dos Estados Unidos, mostra que o modelo de pesquisa descentralizada e investimento público em ciência promovido pela estatal brasileira foi responsável por aumentar a produtividade agrícola nacional em 110% nas últimas cinco décadas, uma verdadeira revolução agropecuária, segundo os pesquisadores. O trabalho analisou a evolução da agricultura no Brasil entre 1950 e 2017, cruzando dados dos censos agropecuários, informações sobre cientistas da Embrapa, localização das unidades e a produção de culturas como milho, soja, arroz, cana, café e cacau.

Exportação de café cai 20% em volume ante outubro de 2024, mas receita cresce

O Brasil exportou em outubro 4,141 milhões de sacas, 20% menos em relação às 5,176 milhões de sacas de igual mês de 2024, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). A receita, por outro lado, cresceu 12,6%, para US$ 1,654 bilhão. No acumulado dos quatro primeiros meses do ano safra 2025/2026, julho a outubro, os embarques caíram 20,3% frente ao intervalo de julho a outubro de 2024, para 13,846 milhões de sacas, e a receita avançou 12,4% no período, a US$ 5,185 bilhões. O recuo das exportações era aguardado, principalmente por vir de remessas recordes em 2024 e de uma safra com menor potencial produtivo. O cenário foi agravado, contudo, pela infraestrutura defasada nos portos brasileiros, que segue impossibilitando o embarque de centenas de milhares de sacas, e pelo tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos. Já a receita maior reflete as também maiores cotações no mercado internacional.

Conab estima em 354,8 milhões de toneladas na safra 2025/26

A segunda estimativa para a safra de grãos em 2025/26 indica um volume de produção de 354,8 milhões de toneladas. Com o avanço da semeadura das culturas de primeira safra, a Companhia Nacional Abastecimento (Conab) prevê uma área total de 84,4 milhões de hectares no atual ciclo, crescimento de 3,3% na área cultivada em relação à safra 2024/25. Já a produtividade média nacional, ainda resultante de análises de modelos estatísticos e previsões climáticas, está projetada em 4.203 quilos por hectare. Contudo, a empresa segue atenta às condições de clima das regiões produtoras, acompanhando os eventos climáticos adversos como o ocorrido no Paraná, a irregularidade das chuvas em Mato Grosso e o atraso das precipitações em Goiás, a fim de qualificar as informações de desempenho das lavouras conforme o desenvolvimento das culturas.

Santa gertrudis dá mais um passo importante para aexpansão nacional da raça
Santa gertrudis dá mais um passo importante para aexpansão nacional da raça

Santa Gertrudis conquista o coração da pecuária brasileira

A raça Santa Gertrudis acaba de se estabelecer em todo o Centro-Oeste brasileiro com criatórios de gado P.O., marcando mais um passo importante na sua expansão nacional. O desenvolvimento da raça na região chega com um novo projeto de criação de gado puro desenvolvido no Mato Grosso. Assim, a ABSG (Associação Basileira de Santa Gertrudis) passa oficialmente a ter criadores em todos os estados do Centro-Oeste, uma região estratégica para a pecuária de corte, onde a raça tem se destacado em projetos de cruzamento, pela adaptação, rusticidade e alta eficiência produtiva o que tem resultado no aumento da demanda por sêmen e touros no estado. É o Santa Gertrudis consolidando sua presença em uma das regiões mais importantes do país. O Centro-Oeste é o coração da pecuária brasileira, e essa expansão mostra a força da genética e a confiança dos produtores no trabalho da associação. A expansão da raça acompanha um momento positivo para o Santa Gertrudis em nível nacional, com crescimento no número de touros da raça em centrais de inseminação, reflexo direto da valorização de suas características zootécnicas e da demanda crescente por genética adaptada e produtiva.

Exportações brasileiras para os Estados Unidos registram queda

No acumulado dos meses de agosto, setembro e outubro de 2025, as exportações brasileiras do agronegócio para os Estados Unidos registraram queda de 31,3%. O resultado é reflexo direto dos primeiros três meses de aplicação das sobretaxas aplicadas pelo país norte-americano. Quando comparado ao mesmo período do ano passado, o valor representa US$ 973,1 milhões a menos na economia dos municípios brasileiros. Entre os setores mais afetados estão a cana-de-açúcar, produtos florestais, carne bovina e cafeicultura. O açúcar de cana em bruto praticamente deixou de ser exportado para os Estados Unidos. Nos três meses, o Brasil embarcou 231 milhões de toneladas a menos, resultando em perda econômica de US$ 111,3 milhões no período. A carne bovina in natura acentuou as perdas em outubro, passando a ser o setor mais impactado com o tarifaço, chegando a uma redução total de US$ 169,6 milhões em relação ao mesmo período do ano anterior. Na produção florestal, a exportação de celulose para os Estados Unidos apresentou forte retração em outubro de US$ 68 milhões, o que resultou em aumento das perdas no trimestre para US$ 137 milhões nas exportações. A venda de papel teve uma queda de US$ 36,7 milhões e o café verde exportou 36,9 milhões de toneladas a menos que no mesmo período anterior, o que representa uma perda de US$ 71 milhões para a economia dos municípios.

Governo cobra quase meio bilhão de reais de infratores ambientais

A Advocacia-Geral da União (AGU) ajuizou 40 ações civis públicas que cobram R$ 476,2 milhões de infratores ambientais e englobam 31,8 mil hectares a serem recuperados por todo o país. Entre todas as ações do lote, a maior é contra um produtor rural que desmatou mais de 4 mil hectares no cerrado do Maranhão. Contra o infrator, são cobrados mais de R$ 77 milhões em indenizações. Desde o início deste ano, a Procuradoria Nacional de Defesa do Clima e do Meio Ambiente (Pronaclima) da AGU acumula 89 ajuizamentos de cobranças, referentes a 80 mil hectares.

Lideranças Munduruku, do Pará, querem reunião urgente com Lula para tratar de empreendimentos e cobram consulta prévia sobre impactos
Lideranças Munduruku, do Pará, querem reunião urgente com Lula
para tratar de empreendimentos e cobram consulta prévia sobre impactos

Munduruku bloqueiam entrada da COP30 e cobram reunião urgente com Lula

Em protesto iniciado às 5:00 de hoje, indígenas Mundurukus vindos de aldeias próximas a Itaituba e Jacareacanga, no Pará, protestaram contra o governo federal, por permitir o avanço de uma série de grandes projetos sem consulta às comunidades afetadas. As lideranças indígenas pediam reunião urgente com o presidente Lula e afirmavam que só deixariam o local se fossem recebidos por autoridades. As queixas dizem respeito a hidrovias e portos privados, além de iniciativas de crédito de carbono, do agronegócio e da implementação da Ferrogrão, estrada de ferro que pretende ligar os municípios produtores de grãos no Mato Grosso a terminais fluviais de cargas no Pará. Os representantes da COP e a delegação Munduruku se dirigiram a uma área reservada para negociar. Após mais de quatro horas e negociação com o presidente da COP30, o embaixador André Corrêa do Lago, e a diretora executiva do evento, Ana Toni, a entrada da Blue Zone foi liberada pelos manifestantes às 9:30. As lideranças também pedem a aceleração das demarcações de terras indígenas. Os processos estão parados no Ministério da Justiça e na Casa Civil. O movimento relaciona o aumento de conflitos na região ao avanço da soja.

Prazo para georreferenciamento de imóveis rurais é prorrogado

O Decreto nº 12.689, de 21 de outubro de 2025 prorrogou até 21 de outubro de 2029 o prazo para realização do georreferenciamento de imóveis rurais. A medida vale tanto para propriedades acima de 25 hectares quanto para as menores. O procedimento, que identifica o imóvel por meio de coordenadas geográficas, é exigido em casos de desmembramento, parcelamento, remembramento ou qualquer tipo de transferência. A alteração dá mais fôlego aos proprietários, mas deve ser encarada com responsabilidade. O georreferenciamento é um procedimento obrigatório para fins de regularização e registro. Nos termos do que estabelece a legislação, a identificação do imóvel rural por meio do georreferenciamento é imprescindível para todas as hipóteses de desmembramento, parcelamento, remembramento, bem como para qualquer situação de transferência do imóvel.