Manchetes da semana – 06 a 12-12-2025

Mapa apreende presunto espanhol de R$ 500/kg para prevenir Peste Suína Africana

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), através da equipe da Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro), realizou uma apreensão de produtos de risco sanitário no Porto de Santos (SP), com o objetivo de prevenir a entrada da Peste Suína Africana (PSA) no Brasil. A ação ocorreu após o desembarque de cerca de 3 mil passageiros de um navio que veio da Itália, mas que fez escala em Espanha e Portugal. A Espanha confirmou um caso de PSA em javalis no final de novembro, após 30 anos sem registros. O total apreendido chegou a 43,78 quilos de produtos de interesse agropecuário que foram barrados por não possuírem a devida autorização do Mapa, representando risco sanitário e zoossanitário. Todo o material apreendido é incinerado para evitar qualquer possibilidade de contaminação. A PSA afeta suínos domésticos e selvagens. Não tem cura nem tratamento. O vírus é extremamente resistente e pode permanecer infeccioso por longos períodos em produtos não cozidos ou defumados. Segundo a Embrapa, ele pode durar entre 3 e 6 meses em presuntos e embutidos curados. Embora a doença não represente risco à saúde humana, ela pode causar graves perdas econômicas para o Brasil, que é um dos principais exportadores de carne suína do mundo.

Trump anuncia US$ 12 bi para auxiliar produtores nos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um pacote de auxílio de US$ 12 bilhões para dar apoio a agricultores e pecuaristas que sofrem com o aumento dos custos e com perdas de vendas decorrentes das tarifas que os EUA impuseram à China. Para analistas, o pacote de auxílio é um reconhecimento de que as altas tarifas que os EUA impuseram a parceiros comerciais afetaram empresas e agricultores americanos, elevaram os preços no mercado interno e reduziram as exportações. A apresentação do plano ocorreu durante uma mesa redonda na Casa Branca, da qual participaram os secretários do Tesouro americano, Scott Bessent, e de Agricultura, Brooke Rollins, além de parlamentares e produtores rurais. No evento, Trump afirmou que “US$ 12 bilhões é muito dinheiro”, de acordo com agências internacionais, acrescentando que a ajuda não seria possível sem a imposição das tarifas, que garantiram ao país arrecadar “centenas de bilhões de dólares”. A medida integra o programa de assistência emergencial agrícola, que o Departamento de Agricultura dos EUA criou recentemente. Terão acesso ao benefício produtores de grãos e fibras, como soja, milho, trigo, sorgo e algodão. Os agricultores receberam com alívio, mas também com preocupação, o pacote de ajuda. Apesar de considerarem o apoio necessário para enfrentar a crise no campo, produtores e especialistas afirmam que o valor está muito aquém das perdas causadas pelos baixos preços das safras e pelas exportações reduzidas em função da guerra comercial travada pelo governo norte-americano. Para eles, o apoio não é uma solução de longo prazo.

Indígena durante manifestação contra o marco temporal em frente ao Congresso Nacional em maio de 2023 - Foto: Sergio Lima/AFP
Indígena durante manifestação contra o marco temporal em frente
ao Congresso Nacional em maio de 2023 – Foto: Sergio Lima/AFP

STF volta a julgar marco temporal

O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou na última quarta-feira (10) um novo julgamento sobre a constitucionalidade do marco temporal para demarcação de terras indígenas. Durante a sessão, não houve votação dos ministros sobre a questão. A Corte ouviu as sustentações orais das partes envolvidas, e a data da votação ficará para ser marcada em 2026. Dessa forma, membros da Corte podem refletir sobre as argumentações das defesas. A medida é usada em julgamentos de grande relevância para o país. Em 2023, o STF considerou que o marco temporal é inconstitucional. Além disso, o marco foi barrado pelo presidente Lula, que vetou o projeto de lei aprovado no Congresso que validou a regra. Contudo, os parlamentares derrubaram o veto do presidente. Dessa forma, voltou a prevalecer o entendimento de que os indígenas somente têm direito às terras que estavam em sua posse no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, ou que estavam em disputa judicial na época. Após a votação do veto presidencial, o PL, o PP e o Republicanos protocolaram no STF ações para manter a validade do projeto de lei que reconheceu a tese do marco temporal. Anteriormente, na terça-feira (9), o Senado aprovou em dois turnos, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 48/2023, que insere na Carta Magna a tese do marco temporal para a demarcação de terras indígenas. Aprovada com 52 votos favoráveis, 14 contrários e uma abstenção no primeiro turno, e 52 a 15 no segundo turno, a proposta agora segue para a análise da Câmara dos Deputados, onde já conta com apoio expressivo da base ruralista. A proposta visa, segundo seus defensores, oferecer segurança jurídica ao processo de demarcação, buscando impedir disputas fundiárias retroativas e alegando “base sólida” para a regularização fundiária.

Mapa anuncia abertura do mercado de carne bovina para a Guatemala

O governo brasileiro confirmou junto às autoridades sanitárias da Guatemala a autorização para que o Brasil exporte carne bovina e seus produtos ao país. Em 2023, o presidente Lula colocou como meta abrir 200 novos mercados e restabelecer boas relações diplomáticas. Agora, três anos depois, o país chega a 500 mercados abertos. Cada abertura traz mais renda para o campo, mais oportunidade para quem produz e mais reconhecimento para os produtos brasileiros. E tudo isso mantendo o abastecimento do mercado interno, que consome cerca de 70% do que o país produz. Com uma população de cerca de 18 milhões de habitantes, a Guatemala importou mais de USD 192 milhões em produtos agropecuários brasileiros entre janeiro e outubro de 2025. Os cereais foram o principal produto exportado pelo Brasil neste ano. A aprovação da carne bovina brasileira ocorre em um momento de forte desempenho do setor. O Brasil segue como o maior exportador mundial, tendo embarcado mais de US$ 12 bilhões em 2024, o equivalente a 2,8 milhões de toneladas destinadas a mais de 150 mercados. Em 2025, o ritmo segue acelerado: até outubro, as exportações brasileiras de carne bovina já superaram US$ 14 bilhões.

Cadeias produtivas de florestas terão R$ 96,6 milhões

Cadeias produtivas de recursos naturais da Amazônia, como o cupuaçu, o açaí e o pirarucu, receberão investimentos de R$ 96,6 milhões, por meio do Programa Florestas e Comunidades: Amazônia Viva. A iniciativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) será promovida com recursos do Fundo Amazônia e esforços dos ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA). O programa será executado em dois anos com o objetivo de ampliar a oferta dos produtos da floresta ao mercado consumidor, diversificar o cardápio regional pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e intensificar o fornecimento de alimentos com origem na sociobiodiversidade e agricultura familiar ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). A iniciativa vai contemplar 32 projetos de cooperativas e associações da Amazônia Legal, que reúnam silvicultores, aquicultores, extrativistas, pescadores artesanais, povos indígenas e comunidades quilombolas. Cada proposta poderá receber investimentos de até R$ 2,5 milhões para aquisição de equipamentos e infraestrutura capazes de impulsionar a comercialização de produtos da floresta em mercados consumidores. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é o responsável pela gestão do Fundo Amazônia. O investimento foi viabilizado por um esforço grande para diminuir o desmatamento e reestruturar os recursos do fundo, permitindo investimentos que somarão um total de R$ 2,2 bilhões em 2025.

Cientista brasileiro Luciano Andrade Moreira entra em Nature's 10 por método que usa bactéria Wolbachia e combate a dengue e zika
Cientista brasileiro Luciano Andrade Moreira entra em Nature’s 10
por método que usa bactéria Wolbachia e combate a dengue e zika

Engenheiro agrônomo brasileiro entra na lista dos cientistas mais influentes de 2025

O engenheiro agrônomo Luciano Andrade Moreira foi escolhido pelos editores da revista Nature como uma das dez pessoas ao redor do mundo que moldaram a ciência em 2025. Seu nome configura na lista “Nature’s 10”. Em associação com outros cientistas, Moreira estuda há mais de uma década o uso da bactéria natural Wolbachia, comum em diferentes insetos, em mosquito Aedes aegypti para bloquear a transmissão de vírus como os da dengue, zika e chikungunya. A técnica desenvolvida a partir da pesquisa é chamada de “Método Wolbachia”. Como demonstrou em artigo assinado em 2009, os mosquitos portadores da bactéria têm menor probabilidade de contrair esses vírus. Segundo a revista, os cientistas ainda não compreendem o mecanismo, mas a bactéria pode estar competindo com o vírus por recursos ou estimulando a produção de proteínas antivirais. A aplicação do método pode ser decisiva no controle de doenças. Os mosquitos infectados com a bactéria, chamados de wolbitos, ao serem liberados em áreas urbanas e ao se reproduzirem com outros Aedes aegypti reinfectam a bactéria para as novas gerações de mosquitos.

Governo lança painel para rastrear gastos ambientais

A partir de agora, a população poderá acompanhar os gastos climáticos do governo federal de 2010 a 2023. Entrou em funcionamento um painel interativo que permite identificar as despesas com mudança climática, biodiversidade e gestão de riscos e desastres. Chamada de Painel Gastos Climáticos, a iniciativa resulta de uma parceria entre o Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e o Ministério da Fazenda. O acompanhamento será possível porque as diversas pastas criaram uma metodologia padronizada para identificar e acompanhar investimentos federais nessas três áreas. Segundo o levantamento, a maior parte foi destinada à agenda climática (R$ 421 bilhões), seguida pela proteção da biodiversidade (R$ 250 bilhões) e pelo gerenciamento de riscos e desastres (R$ 111 bilhões). O Ministério do Planejamento informou que os três tipos de gastos não podem ser somados porque algumas ações estão classificadas em mais de uma área. De acordo com o ministério, a ausência de um sistema unificado dificultava o planejamento e a avaliação de políticas públicas. O novo painel trará dados consistentes para avaliar a execução de políticas como o Plano Clima e o Plano de Transformação Ecológica. O relatório classifica gastos com impacto positivo e negativo. A ferramenta permite discutir se as despesas estão alinhadas às metas climáticas.

BC mantém juros básicos em 15%

Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) manteve a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 15% ao ano. O recuo da inflação e a desaceleração da economia fizeram o Banco Central (BC) não mexer nos juros. A decisão era esperada pelo mercado financeiro. Essa é a quarta reunião seguida em que o Copom mantém os juros básicos. A taxa está no maior nível desde julho de 2006, quando estava em 15,25% ao ano. Após chegar a 10,5% ao ano em maio do ano passado, a taxa começou a ser elevada em setembro de 2024. O tom do BC no comunicado se manteve idêntico aos dos meses anteriores, com o Copom não descartando a possiblidade de retomar o ciclo de alta de juros caso necessário e reafirmando a necessidade de Selic elevada por um período prolongado. O Comitê vê o ambiente externo ainda incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, com reflexos nas condições financeiras globais.

Colheita de milho

Previsão de ligeiro aumento na safra de grãos 2025/26

A produção brasileira de grãos na safra 2025/26 está estimada em 354,4 milhões de toneladas, o que representa um ligeiro aumento de 0,6%, ou seja 2,2 milhões de toneladas superior ao volume obtido no ciclo 2024/25. O resultado é reflexo da combinação do aumento de 3% na área semeada, saindo de 81,7 milhões de hectares na temporada passada para 84,2 milhões de hectares no atual ciclo, e da redução na produtividade média nacional das lavouras, estimada em 4210 quilos por hectares em 2025/26 frente a 4.310 em 2024/25. Os números constam no terceiro levantamento da safra de grãos divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Principal cultura cultivada na 1ª safra, estima-se que para o cultivo da soja sejam destinados 48,9 milhões de hectares, resultando em uma produção estimada em 177,1 milhões de toneladas, 3,3% acima do total produzido na safra anterior, um novo recorde se confirmado. O arroz, tem previsão de colheita de 11,2 milhões de toneladas, redução de 12,4% em relação ao ciclo passado diante das atuais condições mercadológicas do cereal. Essa queda é influenciada pela menor área cultivada, estimada em 1,62 milhão de hectares. O feijão tem produção total, somadas as 3 safras da leguminosa, estimada em torno de 3 milhões de toneladas, volume semelhante ao obtido no ciclo passado, assegurando o abastecimento interno. Para o milho, a produção total, somando as três safras, está estimada em 138,9 milhões de toneladas, representando redução de 1,5% em relação ao ciclo anterior.

México decide aplicar tarifas de até 50% sobre importações da China, Brasil e outros parceiros

O México seguiu o exemplo de Trump e decidiu aplicar tarifas de até 50% sobre importações da China, do Brasil e de outros países. O Senado mexicano decidiu em caráter de urgência aprovar a aplicação das novas tarifas. Trinta e cinco senadores se abstiveram, alegando que a lei foi preparada às pressas, influenciada por Trump, e sem uma análise dos efeitos sobre a inflação. As tarifas variam de acordo com o produto: vão de 5% a 50% sobre quase 1,5 mil itens de 17 setores. Entre eles, carros e peças, vestuário, plástico, siderurgia e eletrodomésticos. Além do Brasil e da China, países como Índia, Coreia do Sul, Rússia e África do Sul serão afetados a partir de 1º de janeiro. O desastre tá virando moda.

CPF dos imóveis, a nova proposta que vem com a reforma tributária

A Receita Federal dará um novo passo rumo à gestão patrimonial no país. A partir de 2026, entra em vigor o Cadastro Imobiliário Brasileiro (CIB), conhecido como o “CPF dos Imóveis”, um sistema que promete transformar a forma como o Estado acompanha e fiscaliza o mercado imobiliário. A proposta unifica em uma única base de dados nacional informações de todos os imóveis do país, urbanos e rurais, públicos e privados. A meta é alcançar cerca de 100 milhões de unidades cadastradas. Hoje, os dados estão espalhados em dezenas de sistemas: cartórios, prefeituras, Incra, Receita Federal, SPU e órgãos ambientais. Regulamentado pela Instrução Normativa RFB nº 2.275, de 15 de agosto de 2025, o CIB será um identificador nacional único para cada imóvel. Com essa centralização, a Receita Federal terá condições de realizar cruzamentos automáticos e em tempo real, permitindo identificar inconsistências em declarações de compra, venda e locação de imóveis. O objetivo é claro: combater a informalidade, reduzir a sonegação e aumentar a transparência nas transações imobiliárias.

Punhado de amendoim colhido nas mãos do produtor
Punhado de amendoim colhido nas mãos do produtor

Brasil é o 3º maior produtor mundial de amendoim

O Brasil alcançou o 3º lugar mundial em produtividade de amendoim, atingindo 3,8 toneladas por hectare, segundo o livro “Mapeamento e Quantificação da Cadeia do Amendoim Brasileiro”, um estudo inédito da ABEX-BR que revela que a combinação de tecnologia de precisão e rotação de culturas impulsionou um crescimento de 300% na produção em uma década, refletindo avanços técnicos e eficiência operacional. A cadeia produtiva de amendoim gera atualmente R$ 18,6 bilhões em faturamento. A alta produtividade coloca o Brasil lado a lado com países como China e Estados Unidos. Mais de 64% dos produtores utilizam agricultura de precisão, garantindo melhor aproveitamento do solo e maior rentabilidade.

Nova linha de crédito facilita a construção e reforma de banheiros em pequenas propriedades rurais

Em apenas quatro meses, o Banco do Nordeste financiou 66 mil propostas de construção ou reforma de banheiros em pequenas propriedades rurais, levando dignidade a agricultores familiares sem condições básicas de saneamento. A iniciativa, lançada no Plano Safra 2025/2026, é direcionada a produtores com renda bruta anual de até R$ 50 mil. O crédito é concedido no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) em condições facilitadas, com taxa de juros de 0,5% ao ano e prazo de pagamento de até três anos. Segundo o banco, a expectativa é financiar cerca de 100 mil banheiros, somando R$ 300 milhões em operações ao longo do ciclo. A falta de banheiros no meio rural não é apenas uma questão de conforto, mas um problema sério de saúde pública e dignidade humana. Famílias inteiras sofrem impacto direto na autoestima e na qualidade de vida. Um diferencial importante da linha de crédito para infraestrutura sanitária é que ela não compromete o limite de financiamento já disponível ao produtor dentro do Pronaf. Ou seja, o agricultor pode contratar o crédito para o banheiro e ainda ter acesso a outras linhas para custeio, investimento e fortalecimento da produção, garantindo mais acesso à inclusão.

Painel interativo reúne todas as aberturas de mercados do agro desde 2023

Os 500 novos mercados abertos para produtos do agronegócio brasileiro desde 2023, distribuídos por todos os continentes, agora podem ser consultados em um painel digital interativo. A ferramenta, disponibilizada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), por meio da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI), reúne de forma clara e acessível todas as aberturas de mercados alcançadas na atual gestão. O painel apresenta um mapa-múndi dinâmico, com filtros que permitem cruzar informações por produto, país, ano, continente e categoria. Assim, o usuário pode identificar quantos mercados foram abertos em determinado período, quais países lideram em número de oportunidades, quais grupos de produtos mais se beneficiaram e a participação relativa de cada categoria. Voltado a diferentes públicos, como produtores rurais, cooperativas, empresas exportadoras, entidades setoriais, gestores públicos, pesquisadores e imprensa, o painel amplia a transparência, aproxima os dados da realidade produtiva e contribui para que mais empresas se preparem para exportar. Cerca de 60% das aberturas foram conquistadas em postos que contam com adidos agrícolas. Nos dez países com maior número de mercados abertos, há adidos alocados junto às embaixadas brasileiras, o que evidencia o papel dessa rede na identificação de mercados, na negociação de requisitos sanitários e no apoio às empresas. Desde o início da gestão, o Brasil alcançou uma média de 14 novas aberturas por mês, totalizando 500 novas oportunidades para produtos do agro.

A relevância de um dos maiores mananciais mundial de água doce é tamanha que, há décadas, tem sido alvo da especulação quanto ao seu uso e exploração
A relevância de um dos maiores mananciais mundiais de
água doce é tamanha que, há décadas, tem sido alvo
da especulação quanto ao seu uso e exploração

Brasil amplia cooperação regional para preservar Aquífero Guarani

O Aquífero Guarani é visto como uma reserva de água para o “futuro”, mas ele já é intensamente usado no Brasil há muitos anos, e o pior, de maneira irresponsável, com pouca fiscalização de poços clandestinos, poluição e exploração acima da capacidade de recarga das regiões. O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) tem ampliado sua atuação na gestão conjunta do Sistema Aquífero Guarani (SAG) por meio do projeto Implementação do Programa de Ação Estratégica do Sistema Aquífero Guarani: Possibilitando Ações Regionais (PPM-Guarani), reforçando a proteção de uma das maiores reservas de água doce. O PPM-Guarani busca garantir a sustentabilidade de longo prazo das águas do SAG, que se estende por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, por meio das medidas definidas no Plano de Ações Estratégicas (PAE). O projeto é financiado pelo Fundo para o Meio Ambiente Mundial (FMAM-GEF), gerido pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (CAF) e executado internacionalmente pela UNESCO. O projeto prevê criar mecanismos de cooperação entre os países que compartilham o aquífero, implantar uma rede piloto de monitoramento multipropósito e atualizar o PAE para assegurar a participação de todos. Elaborado em 2009, o plano foi revisado com foco na cooperação regional e transfronteiriça para atender às metas do PPM-Guarani. Também avançou a fase piloto da Rede de Monitoramento de Poços, destinada a produzir dados sobre qualidade e quantidade das águas subterrâneas. A iniciativa inclui 7 poços na Argentina, 15 no Brasil, 8 no Paraguai e 6 no Uruguai. Com as informações, foi desenvolvido um Sistema de Informação de Poços de Monitoramento, que consolida protocolos e garante interoperabilidade com futuros sistemas nacionais de águas subterrâneas.