Isca artificial de fitilhos prateados aumentou em mais de 50% a pesca artesanal no Araguaia tocantinense
 
A tecnologia barata, durável e acessível a pescadores foi desenvolvida pela Embrapa em parceria com a Udesc e outras instituições. O experimento fez parte do projeto PescAraguaia, que envolveu 15 comunidades pesqueiras.
 
O processo foi uma pesquisa participativa que reuniu ciência e conhecimento tradicional, com a participação efetiva de pescadores da região. Objetivo é estender a tecnologia para outros ambientes aquáticos continentais ou marinhos.

Resultados

Além do sucesso em aumentar a produtividade com baixo investimento e fácil acesso aos pescadores, vantagens técnicas e econômicas das duas iscas artificiais utilizadas foram avaliadas.

  • O tempo de montagem do fitilho foi de duas horas, ao passo que o lightstick foi de 30 minutos.
  • A durabilidade dos materiais é bem diferente. O fitilho, uma vez preso às redes, é capaz de suportar aproximadamente 20 lances, enquanto o lightstick suporta no máximo dois, pois o tempo de iluminação é limitado (cerca de dez horas), sendo necessário trocar o dispositivo em seguida.

Em termos financeiros, foram comparados os rendimentos conseguidos em cada situação.

  • O custo do fitilho ficou em apenas R$ 3,00.
  • O do lightstick, em R$ 520,00.

Além da quantidade necessária de cada material, tamanha disparidade é explicada pela durabilidade das iscas.

A receita obtida considerou os valores pagos pelas diferentes espécies capturadas. Assim, a quantidade de peixes capturados na rede-controle gerou uma receita de R$ 309,82, enquanto a do lightstick foi de R$ 399,20 e a do fitilho, de R$ 411,83.
 
Fazendo a conta receita menos despesa, chega-se ao que pode ser considerado o lucro bruto em cada situação:
  • Lucro de R$ 408,83, no caso do fitilho prateado;
  • Lucro de R$ 309,00, na rede-controle;
  • Prejuízo de R$ 120,80, no caso do lightstick.

Os resultados obtidos e as recomendações sobre o uso da tecnologia estão descritos na publicação Iscas artificiais de baixo custo para as redes de emalhe da pesca artesanal, rio Araguaia,Tocantins.

Apenas a pesquisa, em si, não consegue tornar a atividade mais sustentável sob os três aspectos tradicionais: ambiental, econômico e social. É preciso uma ação conjunta e que envolva várias instituições.

A principal ação deve ser de transferência de tecnologia para difundir a experiência em outras regiões. Além de um programa contínuo e confiável de monitoramento de desembarques feito preferencialmente pelo poder público (municipal, estadual, federal etc.) para avaliar os impactos dessa tecnologia. A ação deve ser conjunta e sistemática.
 
Fonte: Embrapa Pesca e Aquicultura, por Clenio Araujo (MTb 6279/MG)
 
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