Embrapa participará do Aquaciência 2025

Campos de Jordão (SP) sediará, nos próximos dias 11 a 14 de novembro, o Aquaciência 2025 – 11º Congresso Brasileiro de Aquicultura e Biologia Aquática, e diversos pesquisadores da Embrapa Pesca e Aquicultura estarão presentes no evento, que acontecerá no Campos do Jordão Convention Center, à Avenida Macedo Soares, 499, Capivari. Com infraestrutura moderna e serviços de alta qualidade, o centro está preparado para receber eventos de diferentes portes e formatos, oferecendo uma experiência única que une a tranquilidade da natureza local ao profissionalismo e à funcionalidade exigidos por grandes encontros.

Além de participarem da programação oficial do congresso com palestras, os cientistas apresentarão trabalhos por meio de pôster, pitch (apresentações de cinco minutos) e exposições orais de dez minutos. Baseado no sucesso dos eventos anteriores, a AQUABIO e a ABRAPOA resolveram unir esforços e realizar, simultaneamente, o AQUACIÊNCIA 2025 – XI Congresso Brasileiro de Aquicultura e Biologia Aquática e o IV ELAPOA – Encontro Latino-americano de Patologistas de Organismos Aquáticos.

A expectativa dos organizadores é que ambos eventos continuem servindo como fórum de discussão, de troca de conhecimentos, ideias e experiências, de capacitação e atualização para colegas de todos os elos das diferentes cadeias produtivas da aquicultura, abordando assuntos referentes à produção, nutrição, reprodução, fisiologia, genética, tecnologia de pescado, extensão e empreendedorismo, limnologia e sanidade de organismos aquáticos.

No dia 12, às 10h15, a pesquisadora Luciana Shiotsuki fará uma palestra sobre “Melhoramento genético de espécies nativas – o caso do tambaqui”, quando serão destacados os avanços alcançados rumo à implantação do primeiro programa estruturado de melhoramento genético da espécie no Brasil. Há mais de uma década, a Embrapa reúne esforços para formação de uma população base com diversidade genética controlada – passo essencial para o desenvolvimento de linhagens mais produtivas e sustentáveis, que subsidiarão as futuras gerações melhoradas. Este programa representará um marco para a aquicultura brasileira, unindo ciência, conservação e inovação tecnológica em prol de uma espécie nativa estratégica.

No mesmo dia, às 13h30, será a vez do pesquisador Lucas Torati abordar o tema “Avanços na reprodução induzida do pirarucu”, dentro do painel “Inovações em reprodução de peixes: da pesquisa ao setor produtivo”. A apresentação irá detalhar o histórico de pesquisas da Embrapa Pesca e Aquicultura com a reprodução induzida no pirarucu, listando as técnicas de sexagem, de identificação da maturidade sexual, oss testes de indução hormonal, coleta de sêmen e os recentes estudos comportamentais utilizando inteligência artificial.

Dentro do “Painel de inovação & empreendedorismo científico” que acontecerá no dia 12, às 13h30, haverá a apresentação da pesquisadora Janaina Kimpara, da Embrapa Agricultura Digital com o tema: “Tecnologias digitais na aquicultura: o caso da Embrapa”. Fechando a lista de pesquisadores que vão proferir palestras, no dia 13, às 13h30, a pesquisadora Fernanda O’Sullivan apresentará o tema “Avanços na Edição Genômica para a Aquicultura Nativa Brasileira: o Caso do Tambaqui (AquaCRISPR)”.

Tambaqui é destaque

O tambaqui é o peixe amazônico mais criado no Brasil
O tambaqui é o peixe amazônico mais criado no Brasil

Entre as apresentações no formato de cinco minutos está a “Análise da Viabilidade Econômica da Criopreservação de Sêmen de Tambaqui (Colossoma macropomum)”, que será apresentada pela pesquisadora Luciana Ganeco. O trabalho faz parte de um projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins (FAPT), sob sua coordenação. A cientista conta que foi realizada uma análise da viabilidade econômica do uso da tecnologia preservação de sêmen congelado de tambaqui em uma propriedade de produção de alevinos, com cálculos dos custos de produção e manutenção do banco de sêmen na propriedade, considerando os gastos com investimento e custeio. Os resultados apontaram apenas um pequeno aumento no custo de produção do milheiro de alevinos, indicando que a agregação da técnica pode ser economicamente viável.

Também sob o formato pitch, a pesquisadora da Embrapa Pesca e Aquicultura Ana Paula Oeda falará sobre “Alimentação Inicial do Tambaqui (Colossoma macropomum) Durante a Larvicultura Intensiva”. Segundo a cientista, a larvicultura intensiva do tambaqui, embora pouco praticada pelo setor produtivo, permite um maior controle das condições ambientais e o fornecimento adequado de alimento de qualidade, com benefícios que se estendem para a fase de engorda do peixe. Contudo, é dependente do uso de alimentos vivos, principalmente artêmia, que envolve alto custo, elevada mão de obra e infraestrutura à parte. Nesse trabalho, verificou-se que é possível utilizar um alimento inerte sem prejuízo no crescimento larval e com menor custo de alimentação.

Emissões de gases de efeito estufa

Entre as apresentações orais de dez minutos, a pesquisadora da Embrapa Pesca e Aquicultura, Adriana Lima, além de outros dois pesquisadores, vão expor o tema “Emissões de Gases de Efeito Estufa no Monocultivo de Tambaqui e no Cultivo Integrado Curimba”. O trabalho trará resultados sobre emissões de gases de efeito estufa (GEE) em viveiros escavados de piscicultura. A pesquisa, conduzida no Centro de Aquicultura da Embrapa Pesca e Aquicultura, avaliou as emissões de gás carbônico, metano e nitrogênio no monocultivo de tambaqui e no cultivo integrado com curimba em viveiros escavados durante a fase de engorda.

Banner do Aquaciência 2025

As avaliações mensais mostraram que as emissões variam principalmente ao longo do tempo de cultivo, sem influência significativa dos modelos de produção, além de apresentarem grande variabilidade entre viveiros. Os dados temporais obtidos são inéditos para a piscicultura nacional e fornecem referências importantes sobre o impacto da atividade nas emissões de gases de efeito estufa.

Finalizando a participação da Embrapa Pesca e Aquicultura, a pesquisadora Andrea Elena Pizarro Munoz e a atual chefe de Transferência de Tecnologias Marcela Mataveli, apresentarão o pôster “Piscicultura Amazônica, Bioeconomia e Políticas Públicas”, no qual será mostrada a construção de cenários discutidos no âmbito do projeto Bioeconomia Inclusiva na Amazônia (BIAmazon).

Campos do Jordão é um dos principais destinos turísticos da região sudeste e, como tal, conta com uma excelente infraestrutura para receber congressistas e turistas. A rede hoteleira é ampla, diversa e capaz de atender todas as necessidades e bolsos. O clima de montanha, por si só, é um grande atrativo. Sua localização próxima a cidade de São Paulo, principal hub aéreo da América do Sul, facilita o acesso dos participantes de todo o país.

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